NFT
O que é NFT?
Non-Fungible Token, ou, simplesmente, NFT, tem origem na língua inglesa e, em uma tradução livre, significa Token Não Fungível. Trata-se de uma espécie de certificado de autenticidade de um produto virtual. Essa expressão é frequentemente utilizada em contextos que envolvem moedas digitais, já que os vendedores dos itens que receberam essa certificação são remunerados com criptomoedas.
Para que essa nova forma de proteção de propriedade intelectual seja mais bem compreendida, é preciso ter em mente que um token é um arquivo digital. Dessa forma, quem deseja criar algo certificável deve saber que o pré-requisito básico para isso é que essa criação não seja física.
Qual a função do NFT?
Algo não fungível é tudo aquilo que não pode ser substituído por um outro equivalente, pois há características intrínsecas ao primeiro capazes de torná-lo insubstituível. É o que inversamente acontece com o dinheiro: uma nota de cinquenta reais, por exemplo, pode ser trocada por outra nota de mesmo valor, ou por outras de menor valor cuja soma tenha como resultado exatamente cinquenta. Ou seja, a simples troca de cédula não faz com que o valor seja diferente.
Já no caso de obras de arte, especialmente as de artistas famosos, o processo se dá de outra forma. É impensável que a obra dadaísta A fonte, do artista francês Marcel Duchamp, seja trocada por um mictório qualquer e que, mesmo assim, a noção de equivalência se mantenha. O fato de A fonte ter sido criada por esse artista (e não por outro), num determinado contexto, com as intenções particulares do autor faz com que esse trabalho seja único.
A função do NFT, portanto, é garantir a autenticidade das criações de obras digitais, oferecendo ao comprador a certeza de que a aquisição feita não será singular. Mesmo que haja cópias – inevitável quando se fala de algo virtual –, as características inigualáveis da obra estarão protegidas.
Como são protegidos os direitos de propriedade?
As obras digitais às quais se pretende atribuir uma certificação, durante esse processo, transformam-se em tokens e, a partir daí, passam a ficar armazenadas numa base de dados extremamente segura e, ao mesmo tempo, compartilhável. Essa base é uma blockchain, e a mais conhecida até o momento é a da rede Ethereum, que comercializa criações digitais de absolutamente qualquer tipo, desde obras famosas que valem milhões de dólares a memes que foram feitos despretensiosamente.
Quando se fala em blockchains, fala-se também em criptomoedas. E, sim, um NFT, ainda pensando na preservação dos direitos autorais e de propriedade, é criado de forma virtual, sendo protegido por meio dos mesmos mecanismos utilizados para o Bitcoin, por exemplo. Portanto, esse “atestado de originalidade” não é passível de modificação, uma vez que o chamado algoritmo de consenso da blockchain impossibilita a existência de dois tokens iguais.
Como é o mercado de NFT?
A mais recente aquisição significativa de uma criação autenticada por meio dessa nova tecnologia de que se tem notícia é uma obra digital chamada Everydays – The First 5000 Days, do artista/designer Deeple. Ela foi comprada pelo valor de quase US$ 70 milhões em um leilão, valor este que é considerado o mais alto já pago por uma obra não física.
O mundo da música também tem sido contemplado com essa nova possibilidade. Recentemente a banda Kings of Leons faturou cerca de R$ 10 milhões com a venda de álbuns autenticados.
Parecem infinitas as criações que podem ser vendidas com um “carimbo” NFT. Já se tem registros de vendas de memes famosos e de gifs pouco sofisticados. Chamou a atenção também o fato de o dono do Twitter, Jack Dorsey, ter vendido o primeiro tweet, escrito por ele em 2006. Essas transações mostram quão amplas são as possibilidades e quão promissor é esse novo conceito.