Modelo de Gordon
O que é Modelo de Gordon?
O modelo de Gordon é utilizado para precificar ações a partir de um cálculo específico entre dividendos, taxa de crescimento e taxa de desconto.
Foi instituído em 1956 por Myron J. Gordon e Eli Shapiro, por isso o nome. Também é conhecido como modelo de crescimento perpétuo.
Para que possamos explicar o seu funcionamento, precisamos esclarecer alguns pontos importantes como, por exemplo, o que é uma ação e seu respectivo dividendo.
Toda vez que uma empresa decide abrir seu capital da Bolsa de Valores, parte desse patrimônio é dividido em uma série de títulos, aos quais investidores podem ter acesso e comprá-los.
Ao serem comprados, a empresa ganha com essa nova injeção de capital nos negócios, e o investidor por sua vez também tem a chance de lucrar com a ação - através da valorização ou da lucratividade da empresa.
Quando uma empresa lucra, tem a obrigação de distribuir pelo menos 25% dos ganhos entre os acionistas - investidores que compraram ações. Esse valor pago pela empresa é o que chamamos de dividendo!
O modelo de Gordon tem como principal objetivo precificar as ações de acordo com os valores de dividendo a serem pagos, considerando também as taxas de crescimento, de desconto e outro fator importante: especulação.
Como o Modelo de Gordon funciona?
Você parou para pensar nos critérios que uma companhia utiliza para definir o preço de suas ações? No caso do modelo de Gordon, tudo funciona a partir de um cálculo básico.
O preço de uma ação é definido a partir da divisão do dividendo (DIV) esperado nos próximos doze meses, pela dedução entre a taxa de desconto (K) que o acionista espera obter com a taxa de crescimento (G) dos próprios dividendos em sua perpetuidade.
Em outras palavras, preço da ação = DIV / (K - G).
Vamos exemplificar essa fórmula com números reais para facilitar a compreensão:
Suponhamos que a empresa ABC vá pagar R$2,00 por cada ação nos próximos doze meses, e o acionista especula a obtenção de pelo 10% sobre a compra desses títulos - ou seja, dividendos. Além disso, ele também espera que a ação cresça 2% em sua perpetuidade.
Aplicando esses dados ao modelo de Gordon teremos a respectiva fórmula: preço da ação = R$2,00 / (10% – 2%). O resultado final será proveniente de R$2,00 / 0,08, igual a R$25,00.
Sendo assim, ao abrir seu capital da B3, a empresa ABC venderia cada ação a R$25,00, considerando os dados estimados anteriormente.
Um ponto interessante a ser esclarecido é que, normalmente, o modelo de Gordon é aplicado em empresas com mais maturidade no mercado. Ou seja, companhias com certo tempo de existência e geração de valor.
Isso porque, empresas mais maturas costumam ter taxas de desconto e de crescimento mais moderadas em comparação a outras companhias.
O Modelo de Gordon apresenta algum risco?
O que não apresenta riscos nessa vida, não é mesmo?! Mesmo um modelo com cálculo tão simples e objetivo, deve-se ter cautela em relação a sua aplicação.
Nesse caso, um dos fatores utilizados na avaliação é justamente o que oferece mais riscos ao modelo de Gordon: a especulação.
Estimar que o valor do dividendo estará sempre em alta pode ser um problema. Afinal, até as maiores empresas do mercado tem seus momentos de estagnação ou queda de lucratividade, e consequentemente, os acionistas perdem seus ganhos com aquela ação.
Além disso, se a taxa de crescimento for maior do que a taxa de desconto, o resultado final do cálculo certamente será negativo. É preciso avaliar tais pontos na hora de precificar uma ação a partir do modelo de Gordon.