Mercantilismo
O que é Mercantilismo?
A guerra comercial que ainda vemos hoje em dia entre alguns países, como o aumento de tarifas de importação, é um dos resquícios que o mercantilismo deixou na economia mundial. Nascido no século XVI, o mercantilismo foi um sistema que se prolongou por alguns séculos e que definia o poder e a riqueza dos países a partir de suas relações comerciais.
O mercantilismo tinha como base o acúmulo de riquezas, ações protecionistas para estimular a produção nacional e o aumento às exportações. Essa fórmula permitiu o crescimento de nações na Europa, especialmente os territórios da Grã-Bretanha.
Na mesma época, Portugal também se beneficiou dos recursos naturais no Brasil com as mesmas intenções que outros países que vieram ao continente americano: ter mais poder e riqueza.
Como foi criado o mercantilismo?
Este sistema econômico se popularizou pelo território europeu no início do século XVI. Ele substituiu o feudalismo na Europa Ocidental e se prolongou até o século XVIII.
O mercantilismo trazia o conceito de que a riqueza e o poder de uma nação se baseavam no aumento das exportações, juntamente com o acúmulo de metais preciosos, como ouro e prata.
Durante o século XVI, o controlador geral de finanças francês Jean-Baptiste Colbert e dois economistas, o inglês Thomas Mun e o italiano Antonio Serra, foram os principais entusiastas do conceito do mercantilismo. No entanto, quem popularizou o termo foi o economista político escocês Adam Smith no livro “Wealth of Nations”, em 1776.
Smith se tornou um importante teórico sobre o liberalismo econômico, surgido no século XVIII. Por conta disso, é considerado por muitos o "pai da ciência econômica".
Como funcionava o Mercantilismo
Na época, a Inglaterra era a principal economia no império britânico, mas tinha poucos recursos naturais. Visando seu crescimento na ideia mercantilista, passou a definir políticas fiscais que desencorajavam os colonos a obter produtos estrangeiros e incentivava a compra de bens britânicos.
A estratégia de fortalecimento do império britânico fez com que as ações mercantilistas gerassem impacto direto e indireto nas colônias. Alguns dos impactos foram:
- Restrições comerciais às colônias;
- O comércio de escravos se intensificou com a troca de mercadorias, como rum, algodão, açúcar e melaço em uma relação entre América, Índias Ocidentais, impérios africanos e o britânico;
- Controle da inflação e da tributação protecionista, além de exigência de negociações em barras de ouro e prata.
O objetivo de buscar crescimento econômico fez com que outras nações da Europa buscassem a expansão marítima. Foi o que aconteceu com Espanha e Portugal. No pacto colonial, o Brasil fornecia matéria-prima e metais preciosos a Portugal, em troca de produtos manufaturados.
Navegação e rotas comerciais
Durante o século 17, o controlador geral de finanças da França Jean-Baptiste Colbert estudou as teorias econômicas do comércio exterior em busca de uma solução para proteger a coroa francesa do poderio mercantil holandês. Uma de suas iniciativas foi aumentar o tamanho da marinha francesa sob o conceito de que era necessário controlar as rotas comerciais para aumentar a riqueza.
A estratégia de fortalecer as rotas comerciais foi muito utilizada pelo império britânico. Por mais de 250 anos, a Companhia Britânica das Índias Orientais tinha o direito exclusivo de fazer comércio entre Grã-Bretanha, Índia e China. As rotas comerciais eram protegidas pela Marinha Real.
Para que serve o mercantilismo?
O foco do mercantilismo era fortalecer e diversificar a economia interna através de uma balança comercial equilibrada e com relações estratégicas. Na prática, havia restrições fiscais a produtos externos e estímulo à produção interna, o uso de forças militares para proteger o mercado e explorar a relação com as colônias.
Algumas características mais comuns que definiam o mercantilismo eram: metalismo, protecionismo, Estado intervencionista, expedição marítima e concessão de monopólios à burguesia.
Qual o impacto do mercantilismo?
O mercantilismo é considerado uma das bases que deram origem ao capitalismo. Quando o mercantilismo já vigorava na Europa, alguns teóricos da economia reconheceram o papel da classe mercante para a geração de riqueza. Ou seja, a capacidade de produção de mercadorias para se fortalecer ante à concorrência.
Os cidadãos também podiam investir dinheiro nas empresas mercantilistas e recebiam um percentual como troca, por meio de parcela da propriedade ou sobre o lucro. Esse foi o caminho para o mercado de negociação de ações corporativas.