Mercado livre de energia
O que é mercado livre de energia?
Mercado livre de energia é a evolução na contratação de energia elétrica por empresas de maior porte.
No mercado cativo, que é o modelo mais conhecido, as empresas estão sujeitas a contratar o fornecimento de energia com a distribuidora local, regulada pela Associação Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A falta de concorrência, porém, desincentiva a melhoria de processos, encarecendo o serviço e freando o desenvolvimento do mercado.
Assim, o mercado livre de energia vem como alternativa, para possibilitar que empresas com maiores consumos de energia optem por contratar de fornecedores que ofereçam melhor custo/benefício.
Como funciona o mercado livre de energia?
Para adentrar esse mercado, o player precisa, primeiramente, avaliar se faz sentido para si fazer a alteração de plano de consumo, conforme os custos da distribuidora atual e as competidoras no mercado livre de energia
Feita essa análise, a empresa se associará à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que fiscaliza e gerencia o mercado.
Para empresas de maior consumo (acima de 1,0 MW contratado), recomenda-se o consumo como Atacadista. Nesse caso, a empresa deve cumprir os requisitos da CCEE, tornando-se uma agente do mercado, o que requer adequações técnicas.
Para as consumidoras menores, o modelo Varejista é mais comum, com a associação à CCEE através de uma intermediária, que fica responsável pelos trâmites e adaptações da empresa.
Além disso, os consumidores também se dividem em Livre e Especial.
O consumidor livre deve ter uma demanda contratada acima de 1,5 MW e pode comprar de diversas fontes, como hidrelétricas de grande porte, termelétricas e fontes incentivadas.
O consumidor especial (demanda acima de 0,5 MW) está limitado às fontes incentivadas, como pequenas centrais hidrelétricas e outras fontes de energia renovável (eólica, biomassa, solar).
A partir daí, cabe às empresas negociar com as fornecedoras sobre preço e tecnicidades, além de comunicar a distribuidora local (carta de denúncia) sobre a migração.
Quais as vantagens e as desvantagens do mercado livre de energia?
Vantagens
- Competição: favorecendo a melhoria na prestação de serviços e redução de preços;
- Contratos individuais: o que permite que fornecedor e cliente acertem as melhores condições de trabalho;
- Previsibilidade: tanto de custos quanto de capacidade fornecida, pagando um valor fixo pelo MWh e evitando a influência de bandeiras tarifárias e variações por horário, sendo mais confiável e barata no longo prazo;
- Comunhão de cargas: de forma que várias empresas em uma mesma localidade ou sob o mesmo CNPJ possam negociar em conjunto.
Desvantagens
- Volatilidade de preços no curto prazo: uma vez que o mercado livre de energia se regula conforme oferta e demanda, oscilações entre meses de contrato podem surpreender empreendedores;
- Adaptação: já que, além das adequações técnicas, as empresas passarão a requisitar volumes de consumo previamente e poderão sofrer com sobras ou faltas enquanto não se adaptam ao modelo.
Como o mercado livre de energia se beneficia de derivativos?
Derivativos são contratos que servem como instrumento de comercialização de um determinado ativo, como a energia elétrica.
O mercado livre de energia se beneficia uma vez que esses contratos facilitam a negociação dos preços, bem como é feito com o petróleo ou commodities como a soja, e garantem a comercialização da energia no preço fixado, trazendo previsibilidade para as partes.
Empresas do mercado livre de energia listadas na B3
O Brasil tem várias empresas no setor, que é um mercado ainda em crescimento.
As principais concorrentes no ramo são Engie (EGIE3), Eletrobras (ELET3), Equatorial (EQTL3), Energisa (ENGI3) e CPFL Energia (CPFE3).
Recentemente, a Copel Mercado Livre, braço da Copel (CPLE3), tornou-se a maior do Brasil em energia comercializada no mercado livre de energia.