Luiz Barsi
Quem é Luiz Barsi?
Luiz Barsi Filho representa o sonho de todo investidor: ele vive dos seus dividendos. O que ele recebe todos os anos é uma quantia considerável, o que o coloca na situação onde investe os dividendos dos dividendos.
Para chegar nessa posição, fez o que ninguém faz hoje: acumulou patrimônio a vida inteira. O motivo de tanta disciplina é o fato de Barsi ter perdido o seu pai com apenas um ano de idade.
Já adulto, ele se interessou pelas companhias abertas. Na época, as agrupou em 16 setores econômicos distintos, estudando-as com mais atenção para identificar:
- Empresas cujos produtos e/ou serviços seriam consumidos por longos períodos de tempo;
- Regras societárias bem definidas, mostrando que era o seu controlador;
- Se possuíam boa gestão;
- Se eram lucrativas;
- Se distribuíam dividendos regularmente.
Foi com base nesse trabalho que ele montou a sua carteira inicial, com 5 empresas.
Percebe-se que, além de muita dedicação, sua filosofia de investimentos não possui muito segredo. A parte mais difícil foi manter a consistência ao longo do tempo. Ele só comprou, nunca tendo vendido uma ação sequer.
Foi assim que ele se tornou o maior investidor individual do Banco do Brasil, além de arrematar outras participações relevantes em empresas como Sabesp, Klabin e Ultrapar.
Qual a estratégia de investimentos de Luiz Barsi Filho?
O case de investimento na Klabin explica bem como ele seleciona suas empresas.
A empresa possui as suas próprias terras, onde planta eucalipto para produzir celulose. Essa matéria prima abastece as máquinas que fabricam:
- Papel: que todo mundo utiliza, em maior ou menor grau;
- Papelão: para o transporte de uma infinidade de produtos que consumimos;
- Embalagens: como as específicas para gêneros alimentícios (leite, suco, etc).
Seu modelo de negócios se baseia em um ciclo que se perpetua, visto que a economia não funciona sem o que ela produz. Havendo crise ou não, as pessoas continuarão imprimindo, comprando e se alimentando.
Ainda assim, existe uma “margem de segurança”. Na pior das hipóteses, a celulose é uma commodity e, portanto, pode abastecer outros mercados mundo afora.
A Klabin possui 2 características que Barsi aprecia bastante:
- Barreiras de entrada (reserva de mercado): são as empresas que faturam sempre, independentemente do contexto econômico;
- Excelência na gestão: o que garante também uma boa execução.
Por que Luiz Barsi Filho diz que gosta de “abraçar o urso”?
Seu objetivo é receber dividendos sempre. A valorização do papel não é levada em conta, visto que é uma consequência de uma boa gestão. Agindo dessa forma, ele fica com as ações em carteira por décadas.
Ao contrário do que muita gente imagina, ele não opera alavancado. Bem-humorado, ele diz, em tom de brincadeira, que gosta de “abraçar o urso” (animal que representa o mercado em baixa) pois fica eufórico toda vez que vem uma crise.
Segundo o seu raciocínio, quando o preço de uma ação cai, o dividend yield (relação dividendo/preço) melhora. É esse percentual que Barsi procura, visto que, para ele, uma carteira de ações deveria ser para toda a vida.
Por nunca se desfazer de seus papéis, qualquer baixa do mercado é apenas “contábil”, ou seja, na posição da sua carteira, não significando um prejuízo de fato. O que lhe garante tranquilidade são as empresas, independentemente do desempenho do Ibovespa.
O que Luiz Barsi Filho acha do empreendedorismo?
Barsi refuta a ideia do empreendedor que se torna milionário. Seja ele dono de uma startup ou de uma casa de esfihas, ele enfatiza que as chances de ganhar dinheiro, desde que o investidor investigue bastante, estão nas companhias abertas.
Ao contrário do negócio próprio, que exige capital antes mesmo de se abrir as portas, uma pessoa física pode comprar uma parte de uma empresa que já está funcionando. Dados os seus projetos de investimentos, ele participa do seu crescimento investido relativamente pouco.