Leasing
O que é leasing?
Leasing é o nome mais comum para as operações de arrendamento mercantil, contratadas entre as seguintes partes:
- Arrendador: a empresa que presta o serviço (normalmente uma instituição financeira);
- Arrendatário: o cliente (usuário).
Diferentemente do financiamento, onde o cliente compra o bem, no leasing é o arrendador que efetua a compra à vista para, em um segundo momento, arrendar ao cliente, dando-lhe a opção de, ao final do prazo do contrato:
- Renovar a operação;
- Devolver o bem;
- Comprá-lo por um valor pré-determinado (de mercado ou residual).
Quais os principais tipos de leasing?
Funcionado como um contrato de aluguel de ativos, ele está disponível nos seguintes formatos:
- Financeiro: o contrato vale durante toda a vida útil do bem, sendo que o arrendatário, que fica responsável pelo pagamento das despesas relacionadas a ele, pode ou não o adquirir ao final do prazo;
- Operacional: sua vigência não considera a vida útil do bem visto que, ao final do contrato, ele será substituído por outro mais moderno. As despesas podem ficar a cargo do arrendador ou do arrendatário, dependendo das condições contratadas.
O prazo mínimo do arrendamento financeiro (2 ou 3 anos) é maior do que do arrendamento operacional (90 dias).
Quem pode contratar uma operação de leasing?
Diante de suas características, o leasing é mais procurado por pessoas jurídicas, visto que muitos fornecedores de bens de alto valor agregado possuem parcerias com empresas arrendadoras.
Ainda assim, o leasing financeiro é acessado por pessoas físicas para a aquisição de veículos de passeio, concorrendo com o consórcio e o financiamento.
Diferentemente das operações de crédito comuns, o arrendamento mercantil não paga o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), incidindo apenas o Imposto Sobre Serviços (ISS). Entretanto, para que mantenha a sua natureza jurídica, o contrato de leasing não pode ser encerrado antes do seu prazo mínimo, o que não ocorre em um financiamento.
Quando uma operação de leasing é vantajosa?
O leasing é útil nas seguintes situações, visto que evita a imobilização de capital:
- Companhias aéreas: contratos de leasing ajudam a atender a demanda, mantendo os níveis de endividamento dentro dos limites estabelecidos. Esse segundo ponto é importante, dado que grande parte das despesas e do financiamento das aeronaves são em dólar;
- Inovação: empresas que precisam atualizar o seu parque tecnológico com frequência se beneficiam das operações de leasing operacional;
- Leaseback: setores com muitas instalações físicas podem vende-las a terceiros para depois alugá-las, levantando capital de giro para as suas atividades.
Qual a importância das operações de leasing nos números de uma companhia?
Essa é uma pergunta que os analistas de mercado estão tentando responder. Uma nova norma contábil passou a vigorar em 2019, alterando a forma como são registrados os contratos de leasing.
Inserida em função do padrão IFRS, vigente no país desde 2010, essa alteração tem por finalidade mapear quais transações estão atreladas à essência econômica da empresa. Dito de outra forma, o que ela faz é o que determina os seus ativos.
Olhando por esse ponto, é incoerente a arrendadora deter o ativo e a arrendatária, que colhe os benefícios econômicos dele enquanto exerce sua principal atividade, não. Foi exatamente isso que impactou o lançamento contábil dos contratos de leasing.
Passando os ativos para quem efetivamente lucra com eles, balanços e demonstrações de resultado agora apresentam um outro quadro, influenciando contas que o mercado financeiro olha com bastante atenção para avaliar a qualidade de gestão de uma empresa.
É o caso do EBITDA e o do lucro operacional. Sem a referência dos anos anteriores, existe uma dificuldade para se avaliar o quanto o quadro econômico, bastante adverso em 2018, afetou as companhias.