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Kit Brasil

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:13/05/2019 às 21:00 -
Atualizado 5 anos atrás
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O que é Kit Brasil?

O kit Brasil é uma estratégia de investimento focada em 3 “apostas”:

  1. Alta da bolsa: compra de ações do Ibovespa;
  2. Queda do dólar norte-americano: venda de contrato futuro de dólar;
  3. Redução dos juros: compra de contratos de juros prefixados, que se valorizam quando o juro cai.

Entre 2003 e 2007, ele foi amplamente adotado pelos fundos multimercados (também conhecidos como “fundos de hedge”), que simultaneamente exploram oportunidades nos mercados de câmbio, juros e bolsa de valores, além de investimentos no exterior.

Naquela época, o país crescia juntamente com a demanda mundial por commodities (vinda principalmente da China), ao mesmo tempo em que a inflação permanecia controlada. Com a expectativa de que o país ganhasse o grau de investimento, todos contavam com a valorização generalizada dos ativos brasileiros.

Alguns números mostram como o mercado financeiro inteiro estava do mesmo lado. Entre 30/12/2002 e 30/12/2007:

  • O Ibovespa passou de 11.268 para 63.886 pontos (valorização de 467%);
  • O dólar caiu de R$ 3,53 para R$ 1,77 (valorização de quase 50% do real).

Com resultados tão expressivos, a indústria de fundos multimercados cresceu e se tornou um importante setor no país.

Por que o kit Brasil deixou de ser usado?

O mundo mudou a partir da crise de 2008, quando muitos fundos perderam dinheiro. Não por incompetência dos gestores, mas por uma situação bastante específica. Apesar da diversificação (bolsa, dólar e juros), todos precisaram sair dos mesmos ativos ao mesmo tempo.

No mercado financeiro, isso se assemelha a gritar “fogo” dentro de um teatro: todos correm para a porta e ela fica estreita. Durante a confusão, alguns são pisoteados, o que dificulta mais ainda a saída, e muitos não conseguem chegar ao outro lado.

Assim, no segundo semestre de 2008, a porta ficou estreita para o mundo inteiro. Com o aumento da percepção de risco:

  • O dólar explodiu;
  • Os juros acompanharam;
  • A bolsa, que segue um movimento inverso ao dos juros (correlação negativa), caiu.

O kit Brasil foi afetado não só pela crise mundial, mas também pelos nossos problemas internos. Os 5 anos de crescimento global não foram suficientes para o país endereçar problemas que se tornaram bastante evidentes a partir de 2010.

Como sempre fomos um país exportador de commodities, tínhamos pouca margem de manobra quando a demanda por insumos básicos diminuía. Para gerar crescimento, coube ao governo aumentar gastos e criar mecanismos para estimular o consumo, o que fez com que a economia fosse atingida por uma grave recessão 5 anos depois.

Voltando aos fundos multimercados, ficou um grande aprendizado: a importância de não se subestimar os eventos pouco prováveis, mas cujos impactos são bastante relevantes.

Aperfeiçoamento de métricas de risco, de forma que a carteira possa ser ajustada ao longo do tempo, juntamente com a presença de ativos líquidos, facilitam a execução de estratégias quando é preciso mudar a rota.

As eleições influenciam no kit Brasil?

Existem 3 premissas para que os ativos se valorizem (tripé de política econômica):

  1. Austeridade fiscal: controle de gastos do governo;
  2. Regime de metas de inflação: principal forma de se garantir a estabilidade de preços;
  3. Câmbio flutuante: para acomodar a economia à dinâmica do mercado internacional.

Candidatos cujas equipes econômicas se aproximam mais desse tripé favorecem o kit Brasil enquanto que candidatos que se afastam dele induzem os investimentos no exterior. Com a economia americana relativamente saudável, ela neutraliza o impacto negativo nos preços do kit Brasil.

A vitória de um governo mais comprometido com medidas liberais, aderentes ao tripé de política econômica, é o que gerou a valorização que se viu no mercado nos últimos meses de 2018, culminando nos 100.000 pontos do Ibovespa, alcançados pela primeira vez em 18 de março de 2019.

Sobre o autor
Autor da Mais Retorno
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