Just in time
O que é Just in time
Just in time, que pode ser traduzido como "na hora certa", é um modelo de gestão da produção. A base desse modelo é que a demanda puxa a produção, e o produto chega na prateleira no momento exato para ser vendido. Dessa maneira, as empresas enxugam estoques (algumas, inclusive, chegando a zerar o estoque) e cortam custos.
Mais recentemente, passou a ser entendido como um modelo de produção que prioriza a minimização do desperdício. Nesse caso, desperdício é tomado em sentido amplo, e pode se referir tanto a materiais e recursos quanto ao próprio tempo.
A história do Just in time
O Just in time, ou JIT, é uma criação das indústrias japonesas. Ele surgiu no começo dos anos 1970, dentro da Toyota, e é considerado um dos elementos que integram o Toyotismo. Algumas fontes também afirmam que o JIT e o Toyotismo são a mesma coisa; porém, o Toyotismo inclui outros elementos importantes, como Kanban e Heijunka. Taiichi Ohno é considerado o Pai do Just in Time.
O conceito do Just in time chegou ao mundo ocidental em 1977, por meio de dois artigos publicados em periódicos de língua inglesa. A partir de 1980, o conceito começou a ser implementado e rapidamente se disseminou na indústria dos EUA e outros países desenvolvidos.
Um evento importante foi a realização de uma conferência na sede da Ford, em Detroit. Nessa conferência, Fujio Cho (que posteriormente veio a ser presidente da Toyota) explicou o Toyotismo aos presentes, ajudando a promover o JIT.
Até hoje, esse modelo de produção ainda é adotado por empresas de vários segmentos, devido às vantagens que ele oferece.
As vantagens do Just in time
Acima de tudo, o Just in time é uma alternativa para que as empresas consigam ser mais competitivas. E isso acontece em consequência de algumas vantagens que ele oferece.
Em primeiro lugar, com estoques reduzidos ou zerados, há menos gastos com a armazenagem de produtos. As fábricas não precisam, necessariamente, manter pátios e galpões gigantescos para acumular produtos prontos.
Em segundo lugar, se o produto sai da fábrica direto para as mãos do cliente, diminui a chance de que ele estrague nas prateleiras e seja perdido. Produtos encalhados são uma das perdas mais graves, já que a empresa gasta dinheiro para fabricar e não recupera pela venda.
Em terceiro lugar, ao produzir conforme a demanda, a fábrica pode desacelerar seu ritmo de trabalho nas épocas de baixa demanda. Portanto, reduz custos em geral, inclusive com salários, eletricidade, água.
Para completar, a produção Just in time é mais flexível. Isso significa que problemas na fabricação podem ser resolvidos e melhorias podem ser implementadas rapidamente. O reflexo é positivo nas finanças, evitando que muitas unidades tenham que ser recolhidas por um simples defeito, e também na percepção dos clientes, que enxergam mais qualidade no produto.
Os desafios do Just in time
Por um lado, o Just in time traz vantagens importantes; por outro, implementar esse modelo de produção não é uma missão tão simples. Muitas empresas encontram dificuldade para colocar o conceito em prática. Existem dois motivos principais para isso.
O primeiro motivo é que o JIT só pode funcionar se a empresa for capaz de identificar ou estimar com muita precisão a demanda por seus produtos. Do contrário, ela pode deixar uma demanda não atendida, perdendo oportunidades de vendas e, claro, prejudicando a percepção dos clientes sobre a marca.
O segundo motivo é que, uma vez detectada a demanda, a linha de produção precisa ser muito eficiente para atendê-la. Aliás, essa eficiência não se limita à própria empresa, mas toda a sua cadeia de produção. Por exemplo, se existe demanda por um carro, mas o fornecedor de freios não entrega no prazo, a montagem fica prejudicada e o Just in time falha.
Justamente por causa dessas dificuldades, as empresas que têm sucesso em implementar o Just in time desfrutam de uma vantagem competitiva ainda maior no mercado.