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Juros Nominais

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:14/03/2019 às 03:05 - Atualizado 5 anos atrás
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O que são os juros nominais?

Os juros nominais são uma categoria de juros cuja função principal é expressar quanto um investimento rende, de forma bruta, no período da aplicação.

Se difere de todas as outras formas de juros por incluir, de forma ilusória, a parcela do rendimento que repara as perdas da inflação como parte do aumento patrimonial.

Os juros nominais são facilmente encontrados em contratos de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras, visto que raramente os juros nominais e a taxa da inflação são indicados em destaque.

Isso é particularmente perigoso para os investidores, que podem ter a ilusão de enriquecer mais do que verdadeiramente enriqueceram, em virtude dos juros nominais sempre apresentarem as taxas mais altas.

Portanto, conhecer o modelo de cálculo dos juros nominais é essencial para realizar qualquer investimento. Principalmente ao realizá-los em um país como o Brasil, que ostenta a sexta posição no ranking dos países com maiores taxas nominais do mundo.

E se você quiser saber ainda mais sobre tema temos um vídeo exclusivo no nosso canal, veja aqui:

Como os juros nominais funcionam?

Para calcular os juros nominais, antes é preciso entender como se comportam os dois componentes: A inflação e os juros reais.

Inflação

É o termo utilizado para indicar o aumento natural de preços que os produtos sofrem ao longo do tempo.

Afinal de contas, qual foi a última vez em que você visitou o supermercado e todos os itens permaneciam com as mesmas etiquetas da semana ou, ainda, do dia anterior? Não se lembra? Acredite, isso não acontece por acaso.

Parte importante da atividade empresarial, a precificação dos produtos envolve a administração de uma série de variáveis, que vão desde os custos de produção à demanda e concorrência. O objetivo principal, nesse caso, é garantir a arrecadação do maior lucro possível e repassar ao consumidor quaisquer variações que possam alterá-lo.

Conforme o tempo passa, a tendência é que os preços subam em toda a cadeia produtiva, do produtor ao revendedor, o que cria a inflação.

É por isso que o que se comprava com cem reais há 10 anos (ou, pior, há um mês), demanda hoje uma quantidade maior de dinheiro.

Para medir a inflação na Economia brasileira existem vários índices, sendo o IPCA um dos mais conhecidos. No IPCA, a base de cálculo é uma cesta com os produtos mais consumidos no país, por cidadãos economicamente ativos e que recebem entre 2 e 3 salários mínimos.

Agora imagine o que a desvalorização no poder de compra, que enxergamos diariamente em nosso cotidiano, faz com os investimentos ao longo do período da aplicação.

Como um ratinho, ela morde pedacinhos do capital todos os dias.

Juros reais

Agora que você já sabe que a inflação corrói parte do patrimônio ao longo do tempo, através da desvalorização do poder de compra do investidor, é capaz de entender o porquê de parte da rentabilidade não propriamente enriquecê-lo.

Na verdade, o que ela faz é tapar o “rombo” causado pela inflação.

A parte restante dos juros, que verdadeiramente confere aumento de capital e enriquecimento, é o que se conhece como juros reais.

Como os juros nominais são calculados?

Os juros nominais nada mais são do que a soma da inflação e dos juros reais.

Em verdade, como costuma ser amplamente destacada nos contratos, é a taxa de juros nominais que serve de base para que os juros reais sejam encontrados e não o contrário.

A depender, inclusive, do regime de cálculo adotado na taxa de juros reais é que se define como a inflação irá compor os juros nominais.

Isso porque se o regime adotado for o regressivo, a inflação deve constar conforme o IPCA acumulado nos últimos doze meses. Já se optar-se pelo regime progressivo, a fonte será a projeção feita no relatório Focus, produzido pelo Banco Central.

Como não ser iludido pelos juros nominais?

Como dissemos na primeira sessão, as taxas de juros nominais são as maiores, dentre todas as outras.

Por quê?

Bom, você se lembra das clássicas cenas dos filmes de comédia em que pessoas acima do peso (ou extremamente preocupadas com ele) tiram quase que toda a roupa do corpo ao subir em uma balança? E ainda descontam um ou dois quilos pelos cabelos?

O que essas pessoas estão tentando fazer, nesse caso, é se certificar de que a balança indique precisamente o seu peso. E trapaceando um pouco para forçar um emagrecimento inexistente.

Os juros nominais seguem a mesma lógica da trapaça, mas na mão contrária.

Se fossem os juros nominais um desses personagens, eles estariam subindo na balança com todas as roupas que têm, de pijamas a moletons e casacos pesados.

A ideia é “quanto mais, melhor”. Quanto maior for a taxa de juros, maior é a sua percepção de vantagem em um investimento.

Embora não propriamente trapaceie, os juros nominais se aproveitam do seu cérebro. Afinal, de imediato, receber 1% ao mês é muito mais interessante do que 0,8%.

Pensando nisso, é necessário estar atento a como a rentabilidade de um investimento lhe é apresentada. Se em algum momento, ela não for suficiente para cobrir sequer a inflação (como é o caso da Poupança), procure por outros produtos.

Na dúvida, faça os cálculos e foque sempre nos juros reais!

O seu “peso” pode ser mais leve, mas certamente é mais impactante dentro do seu processo de enriquecimento.

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