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Imunização (nos Investimentos)

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:21/06/2021 às 05:15 - Atualizado 3 anos atrás
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O que é imunização?

Desde a explosão da pandemia causada pela COVID-19, o termo imunização ganhou muita relevância. Em especial pelas perspectivas de melhora da economia, as quais se tornaram dependentes de uma retomada da "vida normal".

No entanto, o termo imunização também tem a sua lógica para o mercado financeiro, apresentando um conceito bem diferente em relação ao que temos na área de saúde.

A ideia aqui é de proteção, assim como no contexto da vacinação, mas aplicada a uma carteira de investimentos. Ela é mais comum em aplicações de renda fixa, como entenderemos na sequência deste texto.

Como funciona a imunização de investimentos?

No mercado financeiro, investidores e empresas podem tanto tomar dívida, como realizar investimentos visando um retorno. Neste caso, o mais comum é o uso da renda fixa, que na prática funciona como um formato de "empréstimo".

Isto é, uma parte cede seu capital para outra que demonstra a necessidade do dinheiro para uso no curto prazo. Nesta transação, existe a aplicação de uma taxa de juros — afinal, ninguém faria esse empréstimo sem nenhum tipo de benefício.

Para quem só investe, o conceito de imunização pode fazer pouco sentido. No entanto, ele é importante para aquelas empresas que também tomam dívida na medida em que o capital (cedido e tomado) está exposto às variações nas taxas de juros.

Desta forma, o objetivo da imunização consiste em equilibrar os ativos e os passivos com exposição aos juros de forma que a carteira não fique desbalanceada no longo prazo.

Quais os elementos que permitem a imunização?

A estrutura de imunização de investimentos precisa combinar alguns elementos básicos para que ela funcione de maneira adequada. São eles:

  • Montante total: o valor dos ativos e passivos expostos às taxas de juros é o primeiro elemento que deve ser analisado. Se eles foram muito diferentes, será mais difícil conseguir equilibrar as oscilações;
  • Prazo: outro ponto extremamente relevante é a duração dos títulos. Isso porque, se o montante de ativos e passivos for igual, mas o tempo pelo qual eles ficam expostos não pode haver um descasamento de rentabilidade. Assim, é necessário atentar-se à duration dos títulos no uso da estratégia de imunização;
  • Taxas de juros: por fim, claro, não se pode ignorar o comportamento das taxas de juros. São elas, afinal, quem ditam o ritmo de crescimento dos rendimentos ou da dívida, de modo que é justamente esse o objetivo da técnica de imunização.

Portanto, a estratégia de proteção de uma carteira de uma empresa precisa equilibrar esses três fatores. Sem atentar-se a eles, um gestor de recursos pode deixar o capital exposto às variações econômicas sem necessidade.

Vale a pena usar a estratégia de imunização?

De um modo geral, o uso da imunização de investimentos é mais comum entre empresas ou então fundos de pensão, responsáveis pela gestão de recursos que serão pagos apenas no longo prazo.

Com essa técnica, as empresas podem mitigar os efeitos do aumento das taxas de juros sobre as suas dívidas, de modo que o passivo não venha a comprometer o desempenho financeiro e operacional do negócio.

Vale destacar, contudo, que não é mandatório que os investimentos sejam equivalentes às dívidas com instituições financeiras ou fornecedores. O ideal, aliás, é que o capital investido seja superior (com alguma folga) em relação ao nível de endividamento.

Portanto, a base da estratégia de imunização consiste em proteger a parte da dívida que está associada às taxas de juros de modo que, no caso de elevação da mesma por parte do Banco Central, o impacto seja anulado pelos investimentos que também estão indexados aos juros — seja via Taxa Selic, seja via CDI.

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