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IIE-Br (Índice de Incerteza da Economia Brasil)

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:24/01/2020 às 07:47 - Atualizado 4 anos atrás
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O que é o IIE-Br (Índice de Incerteza da Economia - Brasil)?

O Índice de Incerteza da Economia – Brasil (IIE-Br) é um indicador econômico criado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), órgão vinculado à Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Ele é mensurado a partir de 2 fatores:

  1. Mídia (peso de 80% no índice): são as notícias publicadas nos meios impressos e digitais de 6 veículos de imprensa, onde se captura com que frequência o termo “incerteza” é citado;
  2. Expectativas (peso de 20% no índice): são coletadas por meio do desempenho do Ibovespa e das previsões para o câmbio, a taxa Selic e o IPCA apresentados pelas instituições financeiras na pesquisa Focus do Banco Central (BC).

Esses dados são coletados entre o dia 26 do mês anterior e o dia 25 do mês usado como referência.

O que é identificado nas mensurações do IIE-Br?

Usando como exemplo o final de 2019, o Índice de Incerteza da Economia – Brasil (IIE-Br) captura de forma mais direta e indireta os seguintes elementos:

Incerteza em relação a novos tributos

Uma vez aprovada a reforma da Previdência, o ponto que mais contribuiu para o aumento da incerteza é a reforma tributária.

Apesar da simplificação de impostos ser benéfica, a falta de consenso em relação ao que será aprovado faz com que muitos aguardem por um cenário mais claro.

Incerteza em relação ao governo

Problemas de comunicação do governo, identificados desde o início do mandato, criam incertezas principalmente entre as empresas estrangeiras com presença no país.

A forma como a questão ambiental foi tratada, por exemplo, gera um certo receio nas multinacionais, que são cobradas também pelos seus indicadores de sustentabilidade, em relação à liberação de novos projetos de investimentos no Brasil.

Qual a utilidade de um índice de incerteza?

Ele é muito importante para acompanhar o quanto os agentes estão confiantes em relação à economia pois, na sua ausência, as empresas simplesmente deixam de investir e as pessoas, por sua vez, de consumir.

Adicionalmente, ele tem uma outra finalidade, não tão óbvia: avaliar o grau de eficiência da política monetária. No caso do Brasil especificamente, existem evidências de que a elevação da taxa de juros é incapaz de controlar a inflação, quando há um alto nível de incerteza.

O problema é que essa incerteza nem sempre é gerada apenas por fatores internos. Um exemplo é o resultado do IIE-Br de setembro de 2019.  Ao apontar um valor de 116,9 pontos (considerando a média de 100 pontos), o que ele mostrou é que a incerteza tinha aumentado também por conta dos fatores externos, como a guerra comercial entre os EUA e a China.

Por que a incerteza aumentou no mundo?

Steven Davis, juntamente com Nicholas Bloom e Scott Baker, desenvolveu um índice para mensurar a incerteza global. De acordo com ele, a imprevisibilidade aumentou de forma bastante representativa nos últimos anos.

Citando dados coletados ao longo do tempo, Davis mostra que o indicador alcançou, em 2019, patamares acima dos apresentados no ano de 2008, quando o Lehman Brothers desencadeou a maior crise financeira de todos os tempos.

Apesar da tensão comercial entre as principais economias do planeta (EUA e China) ter se iniciado em 2018, o fato de ter se prolongado além do previsto fez com que muitos fornecedores globais reduzissem a sua produção, postergando também os investimentos.

O mesmo pode ser dito em relação ao Brexit que, apesar de ter se iniciado alguns anos antes, ainda está longe de ser concluído.

Assim, quanto maior o período de incerteza, menos eficientes são as políticas fiscal e monetária, conforme várias pesquisas acadêmicas já comprovaram. O resultado é um crescimento global acentuadamente menor, além de pouca margem de manobra para reverter esse quadro.

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