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Fundos Abutres

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:27/03/2020 às 09:16 - Atualizado 4 anos atrás
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O que são os fundos abutres?

Os fundos abutres são fundos de investimentos multimercados que possuem como principal característica o investimentos em ativos de altíssimo risco. Se você pensou no mercado de ações, não é suficiente.

Como assim? Esses fundos abutres buscam operações realmente sem nenhuma segurança. Eles podem, por exemplo, comprar ações de empresas próximas da falência ou títulos de clientes (pessoas ou países) inadimplentes. São ativos que até mesmo gestores agressivos talvez não tenham grande interesse.

O nome vem dos abutres (conhecidos como urubus). Eles se alimentam de restos de animais mortos, uma analogia às operações comuns nesse tipo de fundo na medida em que são ativos com grande incerteza sobre o lucro.

Como funcionam os fundos abutres?

Se você já tem o hábito de acompanhar os conteúdos que produzimos aqui no Mais Retorno, então provavelmente já conhece a clássica relação entre risco e retorno, certo? Isto é, quanto maior o risco de um investimento, maior também a sua potencial rentabilidade.

Essa é, em tese, a lógica principal que norteia os fundos abutres. Como a compra é de ativos praticamente sem nenhum valor de mercado, o preço pago é consideravelmente pequeno. Assim, qualquer valorização pode trazer excelentes retornos.

No entanto, há um problema. Nem todo ativo barato é, de fato, uma boa oportunidade. E, na maior parte das vezes, é nesse cenário que investem esses tipos de fundos.

Ou seja, na prática nem sempre essa questão de risco versus retorno compensa. Há casos de ativos extremamente baratos, mas com baixa probabilidade de oferecer realmente uma rentabilidade atrativa.

Entendendo a lógica dos fundos abutres

Quando você compra ativos muito desvalorizados e descontados, cria a oportunidade de obter retornos extremamente elevados. Isso acontece porque, caso haja recuperação da empresa ou do credor, o mercado rapidamente responde.

Pensando no Mercado de Ações, temos o caso muito conhecido da Magazine Luiza. A empresa passou por sérios problemas durante a crise financeira que assombrou o Brasil. Em 2015, cheia de problemas, a sua ação chegou a valer míseros R$0,13. Em 2020, a mesma ação atingiu a precificação de R$50,00.

Já imaginou o potencial lucro desse tipo de operação? São casos como esses em que os fundos abutres atuam: explorando empresas próximas da falência e lucrando com uma forte valorização, ao contrário da expectativa do mercado.

No entanto, esse é logicamente um case de sucesso. Em muitas dessas operações a empresa pode simplesmente confirmar a tendência e nunca se recuperar. Temos o caso da OGX nessa outra ponta.

Vale a pena investir em fundos abutres?

A grande vantagem dos fundos abutres é, como vimos, a sua potencial rentabilidade. Por outro lado, ao mesmo tempo, você tem ativos com uma chance gigantesca de não apresentar nenhum retorno — como a quebra da empresa investida ou um calote.

Ainda assim, isso não significa que esses fundos não obtenham algum sucesso com as suas operações. Vale observar que, quando há acerto na escolha, o lucro gerado é capaz de cobrir diversos prejuízos.

Para isso, contudo, é preciso ter algumas posições muito convictas, como ocorre com fundos abutres. Entre elas está em buscar ativos extremamente baratos e, no caso de títulos, não ceder em negociações. Ou seja, não há qualquer tipo de acordo: se necessário, o fundo irá buscar seu pagamento por meio da via judicial.

Por fim, vale mencionar que os fundos abutres não costumam ter baixos valores para investimento inicial. Ou seja, se você pensou em usá-los como uma pequena participação da sua carteira, nem sempre isso é possível.

E, claro, antes de investir, não se esqueça de ter a certeza de que o seu perfil de investidor aceita esse tipo de risco. Os fundos abutres podem gerar excelentes rendimentos, assim como zerar o patrimônio investido.

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