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Falácia de Planejamento

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:08/11/2019 às 11:31 - Atualizado 5 anos atrás
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O que é a falácia de planejamento?

Falácia de planejamento é o nome dado a um tipo de viés cognitivo que explica como nós, seres humanos, tendemos a subestimar o tempo que será necessário para a conclusão de uma tarefa no futuro, jurando que ela levará menos tempo do que realmente levará.

Para ilustrar, temos centenas de exemplos. Isso porque a falácia do planejamento, embora tenha sido proposta por Daniel Kahneman e Amos Tversky como parte das finanças comportamentais, afeta todas as áreas da sua vida. Veja:

  • Quando você procrastina para estudar para uma prova, acabando por reservar 1 horinha para os estudos no final do dia (embora saiba que precisa de ao menos 5 para entender e absorver todo aquele conteúdo), é falácia do planejamento;
  • Quando você fica jogado no sofá, mesmo tendo um compromisso importante, "porque eu levo só 30 minutinhos para me arrumar" (quando na verdade leva 50), é falácia do planejamento;
  • Quando você chega atrasado no trabalho, porque saiu de casa faltando 30 minutos (mesmo que o trânsito naquele horário faça com que percorrer o trajeto leve, no mínimo, 1 hora), é falácia do planejamento.

Acredite, esse é só o começo da lista - sinta-se livre para complementá-la com os seus próprios exemplos da última semana ou do último mês.

Indo além, podemos incluir aqui outros recursos importantes para a realização de uma tarefa. Além do tempo, pode-se subestimar o esforço, a tecnologia e, é claro, os recursos financeiros para se atingir um objetivo.

Falando em objetivo, não se iluda pensando apenas naquele carro ou casa dos seus sonhos. Quando você sai com os seus amigos (mesmo com o orçamento apertado!) "porque não é possível que eu gaste mais que 50 reais" e volta com 200 reais a menos no bolso, é falácia do planejamento.

Como a falácia do planejamento interfere nas suas finanças?

Infelizmente, não é apenas nas projeções de gastos que a falácia de planejamento se manifesta para ameaçar o seu enriquecimento. Ela afeta igualmente investidores e consumidores, que agem emocionalmente em suas decisões de investimento e de compra.

No primeiro caso, podemos citar aquela pessoa que se deparou com o mercado financeiro recentemente e, encantada com os ganhos possíveis na Bolsa de Valores, decide se jogar de cabeça no day trade.

Se ela não leu o nosso artigo sobre o assunto, pode não ter considerado ainda todo o tempo demandado para estudar e, ainda, operar seguindo essa estratégia.

Trabalhando das 8h às 18h, casado(a), com filhos pequenos, cursando faculdade, estudando Inglês… Onde essa pessoa vai encaixar as operações e o volume de estudos demandados?

Não estamos dizendo que apenas quem tem tempo de sobra pode investir via day trade, mas temos certeza de que, se ela subestimou o tempo necessário para isso, não terá os melhores resultados.

Pior: logo logo, ela estará culpando a estratégia e até a Bolsa por seu fracasso, voltando para sempre ao obscuro mundo da poupança.

Os consumidores, por sua vez, passam por toda sorte de falácia de planejamento.

No tempo, se planejam mal para sair às compras de Natal, por exemplo, e diante daquela multidão, levam o primeiro item da vitrine e pagam bem mais caro do que pagariam se tivessem comprado com antecedência.

No dinheiro, vão a restaurantes jurando que não custará tanto assim. Ou decidem casar (ou morar sozinhos) sem um mínimo orçamento de todos os gastos que administrar uma casa traz.

Sem falar que abrem um negócio como quem compra um chocolate. Ou seja, têm a ideia em um dia, investem tudo no outro e, como a maioria das empresas, vão à falência em seguida.

Para evitar o drama, não tem jeito: se o GPS, o cardápio e as previsões contábeis dizem uma coisa, não deixe o seu cérebro te dizer outra. O resultado, acredite, não será na realidade nem falacioso, nem benéfico, com você.

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