EV – Enterprise Value
O que é Enterprise Value?
Se você acompanha o Mercado de Capitais, provavelmente já ouviu falar sobre o valor de uma empresa, algo que é diferente do seu preço praticado no mercado secundário.
Uma das formas de encontrar esse "preço justo" é por meio do Enterprise Value, popularmente abreviado por EV, mas que pode ser traduzido para "valor da firma" em português.
Esse é um indicador que leva em consideração diversos fatores de uma companhia como a sua precificação de mercado, os seus ativos e também a sua dívida. Por essa característica mais completa, essa é uma ótima ferramenta para criar um comparativo entre empresas com diferentes estruturas de capital.
Como calcular o Enterprise Value?
O cálculo para encontrar o Enterprise Value utiliza-se de quatro variáveis principais.
A primeira delas é o seu valor de mercado que, basicamente, consiste na multiplicação entre a quantidade total de ações emitidas pelo seu preço unitário negociado no mercado secundário. Essa é a sua capitalização, considerando a avaliação do mercado sobre o valor do negócio.
A segunda variável é o total de dívidas da empresa. Como talvez seja óbvio, esse valor soma todas as dívidas no momento de avaliação — tanto aquelas de curto prazo, como também o endividamento de longo prazo. No entanto, para esse cálculo, considere apenas endividamento financeiro. Valores operacionais devem ficar de fora no cálculo do Enterprise Value.
Na sequência, deve-se subtrair valores em caixa e também os ativos não operacionais. Assim, nossa fórmula para cálculo do Enterprise Value de uma companhia pode ser resumido da seguinte maneira:
EV = (Preço da ação x Quantidade de ações) + (Dívida de curto prazo + Dívida de longo prazo) - Caixa - Ativos Não Operacionais
Como funciona o Enterprise Value?
O cálculo do Enterprise Value nos apresenta o que seria o valor justo de uma empresa.
Uma das vantagens desse método é a inclusão de dívidas que, afinal, são assumidas no caso de uma aquisição. Esse é um dos principais métodos de valuation empregados na tentativa de identificar o preço que vale a pena ser pago por uma companhia.
Além disso, também pode ser usado na avaliação de indicadores fundamentalistas como o EV/EBITDA, empregado principalmente na comparação entre o valor praticado por uma empresa e a sua capacidade operacional de gerar receitas.
Quais as limitações do Enterprise Value?
Embora seja amplamente aceito e utilizado dentro do Mercado Financeiro, o cálculo do Enterprise Value também apresenta algumas limitações.
A primeira delas é o próprio comparativo entre o "valor justo", encontrado pelo cálculo do EV, e o valor praticado no mercado secundário. Isso porque, como sabemos, o preço de uma ação na Bolsa de Valores não contempla apenas o negócio na data de hoje, mas também o seu potencial de crescimento — isto é, a possibilidade de gerar lucro no futuro.
Desta forma, é normal que existam distorções entre o valor justo encontrado no cálculo do Enterprise Value e o valor praticado no Mercado Financeiro. E isso não significa, necessariamente, uma oportunidade de compra ou venda. É preciso contextualizar.
Além disso, outra limitação é que o cálculo só é aplicável para empresas com capital aberto. Isso porque a primeira variável da fórmula é de capitalização (preço da ação x quantidade de ações disponíveis). Para empresas de capital fechado, fica mais difícil de encontrar o seu valor de mercado.
Some-se isso ao fato de que você precisa ter acesso às demonstrações financeiras para encontrar informações como a sua dívida total. Isso é mais fácil em empresas de capital aberto, as quais são obrigadas a divulgar esse tipo de informação.
Ao mesmo tempo, as demonstrações contábeis não são compartilhadas mensalmente. Portanto, caso queira atualizar o Enterprise Value, você precisará aguardar uma nova divulgação do material.