Destruição Criativa
O que é destruição criativa?
Em 1942, o economista austríaco Joseph Schumpeter surgiu com o conceito de destruição criativa: um processo de destruição e posterior reconstrução, com outro arranjo dentro da sociedade, que leva ao progresso econômico.
Com essa definição, ele acreditava que tinha encontrado a melhor forma de descrever a essência do capitalismo. Nesse ambiente, os recursos se deslocam permanentemente para onde estão as novas oportunidades, criando tanto ganhadores como perdedores.
Inicialmente utilizada para se referir a processos produtivos que visavam aumentar a produtividade, a destruição criativa passou a ser associada com a inovação via:
- Lançamento de novos produtos;
- Desenvolvimento de novos serviços;
- Abertura de novos mercados;
- Utilização de novas matérias-primas;
- Utilização de novas fontes de energia.
Ao contrário das políticas públicas equivocadas, esse é um processo que ocorre de dentro para fora, destruindo estruturas em operação para que sejam liberadas para novas ideias.
Quais as economias mais propícias à destruição criativa?
Alguns fatores ajudam a identificar quais as economias que apresentam maior dinamismo:
Empreendedorismo
Uma sociedade que valoriza a formação de novos negócios é uma sociedade que promove o empreendedorismo.
Governo
Ele deve interferir o mínimo possível, assegurando o direito de propriedade e um ambiente estável de negócios.
Concorrência
A concorrência “eleva a barra” entre os seus participantes, fazendo o sistema econômico funcionar.
Cooperação
Quando a ciência encontra aplicações práticas. A cooperação ocorre essencialmente na área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), fomentando parcerias entre empresas, associações e o governo.
Educação
Países como os Estados Unidos e a Alemanha já implementaram programas de estímulo ao empreendedorismo e à inovação, colocando os alunos dos cursos de Administração e de Engenharia em projetos de colaboração com as empresas.
Financiamento
Mecanismo pelo qual o desenvolvimento da capacidade tecnológica, iniciado pelo empreendedor, e bancado pelas grandes empresas, que possuem economia de escala.
Como acontece a destruição criativa no Brasil?
Comparando os itens anteriores e, dadas nossas peculiaridades, a destruição criativa ocorre com menos frequência no Brasil pelos seguintes motivos:
Empreendedorismo
Ao contrário do empreendedor de oportunidade, o país cria mais empreendedores por necessidade.
Governo
O Brasil falha gravemente nesse ponto. Um empreendedor enfrenta um longo e custoso processo para começar o seu negócio. Uma vez em funcionamento, ele arca com uma alta carga de impostos e altos custos trabalhistas.
O quadro é agravado pelas políticas públicas adotadas, como a desoneração da folha de salários, que mantém empregos de baixa produtividade.
Concorrência
Vários estudos acadêmicos indicam que a postura da elite governante em relação à inovação é determinante para o desenvolvimento econômico. Dito isso, somos uma economia fechada e que promove o beneficiamento individual de setores e empresas.
Cooperação
Apesar de contarmos com alguns centros de excelência, o vínculo entre eles e as empresas é bastante limitado.
Buscando referências no que é praticado no exterior, o país poderia induzir a inovação via:
- Revisão dos tributos que punem os investimentos;
- Aprimoramento do ambiente regulatório;
- Cooperação entre empresas e universidades.
Esse último ponto está diretamente relacionado ao próximo item.
Educação
Inexistência de programas de educação que preparem os alunos para que busquem soluções próprias e criativas para as demandas da sociedade.
Financiamento
Excluindo-se o crédito direcionado (BNDES), todas as demais linhas de crédito são caras em função de distorções como a assimetria de informação sobre os tomadores, os custos dos encargos regulatórios, além da dificuldade de se executar as garantias.
Qual o exemplo que melhor reflete a destruição criativa?
Se considerarmos os aplicativos de transporte, os sites de comércio eletrônico e as redes sociais, podemos concluir que a internet é o melhor exemplo de destruição criativa da atualidade.
Inicialmente usada para fins de comunicação, ela hoje permeia toda a sociedade, trazendo não só conteúdo, mas viabilizando também novos produtos e modelos de negócios.