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Deflator

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:19/11/2019 às 07:20 - Atualizado 5 anos atrás
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O que é Deflator?

Um deflator é um indicador de acompanhamento de preços que, uma vez aplicado a um índice, apresenta a variação real de um segmento da economia.

Entre os vários deflatores utilizados temos:

  • Índice de Preços ao Produtor (IPP): mede a variação de preços de produtos, quando ainda nas fábricas (sem impostos e frete);
  • Índice de Preços por Atacado (IPA): informa a variação do câmbio, antes dos produtos incorporarem os custos do varejo;
  • Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): índice oficial de inflação do país, indica a variação real dos salários;
  • Deflator implícito do PIB: um dos mais importantes, por impactar no déficit público, mede a variação do crescimento do Produto Interno Bruto.

O que é o deflator do PIB?

 

O deflator do PIB indica a variação no nível de preços de todos os produtos e serviços disponibilizados durante um determinado período. Seu cálculo é feito da seguinte forma:

Deflator do PIB = (PIB nominal / PIB real) X 100

Considerando o número 100 como o valor para o ano-base, um resultado de 106, por exemplo, quer dizer que houve um aumento de preços de 6% entre o ano atual e o ano-base.

Ao contrário de outros índices de preços presentes na economia, o deflator do PIB não segue uma relação (“cesta”) de bens e serviços previamente definida. Ela pode variar, como também podem se alterar as proporções de cada um de seus componentes, capturando o dinamismo da economia.

Por que o deflator do PIB é implícito?

Diz-se que o deflator do PIB é implícito; ou seja, ele não é medido diretamente, mas a partir de outros indicadores da economia. Isso explica porque ele apresenta variações em relação aos principais índices de preços:

  • Deflator do PIB: contempla bens usados pela administração pública (governo) e para a formação bruta de capital fixo (investimentos);
  • Índices gerais de preços: não contemplam esses fatores, atendo-se apenas às transações de bens e serviços.

Adicionalmente, ele considera apenas o valor adicionado. Isso altera o tratamento que dá às importações, por exemplo, quando comparado ao IPA. Nos casos em que os aumentos no câmbio são repassados ao longo de toda a cadeia (até o consumidor final), seu impacto no valor adicionado é nulo.

Qual a relação entre o teto de gastos e o deflator do PIB?

No teto de gastos imposto para o orçamento federal, consta que as despesas dos anos seguintes seguirão a correção pelo IPCA, por coerência com o que determina o regime de metas de inflação adotado pelo Banco Central (BC).

O deflator do PIB, por sua vez, é utilizado para as projeções futuras de PIB nominal. Para efeitos de simplificação, parte-se do pressuposto de que ambos serão semelhantes nos anos seguintes.

Entretanto, não é isso que acontece: entre os anos 2000 e 2015, o deflator do PIB apresentou um resultado maior que o IPCA (diferença de 1,4% em média).

Isso quer dizer que, ao olharmos a relação dívida/PIB, onde a dívida é atualizada em função do aumento de gastos do governo (pelo IPCA) e o PIB apresenta um valor anualmente maior (em função do deflator), o denominador (PIB) tende a aumentar, permitindo ao governo incorporar novas despesas sem piorar a sua nota de crédito (rating).

Qual um exemplo prático da aplicação de um deflator?

Entre os dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está o volume de serviços prestados. Ele mensura a atividade em setores como transportes e tecnologia da informação (TI), por exemplo.

Com a crise da Avianca, que inflacionou o preço das passagens aéreas das demais companhias, houve a necessidade de se usar essas mesmas passagens como deflator, para se mensurar a real variação no volume de serviços transacionados dentro do país.

 

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