Casa da Moeda
O que é a Casa da Moeda?
Casa da Moeda é o nome dado à instituição onde toda a moeda de um país, seja em cédula, seja metálica, é produzida. Geralmente ligada aos respectivos Ministérios da Fazenda, Economia e afins desses países, as Casas da Moeda costumam ser algumas das organizações mais antigas a se estabelecer em cada nação.
No Brasil mesmo, a primeira Casa da Moeda data ainda do século XVII - mais precisamente, do ano de 1694. Tamanha é a sua importância que as transferências de sede acompanhavam também as mudanças de poder político. Em 1699, a Casa da Moeda do Brasil saiu de Salvador para se estabelecer no Rio de Janeiro, sendo que já em 1700 ela migrou para a então Capitania de Pernambuco, até se restabelecer no Rio de Janeiro e lá ficar até os dias de hoje.
Como bem podemos notar, todos esses locais desempenhavam um importante papel dentro da estrutura econômica naquele período: Salvador e Rio de Janeiro já foram inclusive capitais do chamado Estado do Brasil, enquanto a Capitania de Pernambuco era tida como o centro da economia colonial durante o ciclo da cana-de-açúcar.
Hoje em dia, superado o período colonial, a Casa da Moeda ainda tem importante ligação com o poder político, visto que a emissão monetária eficiente ou ineficiente tem forte impacto em todas as áreas da economia. E é justamente sobre isso que trataremos já no próximo tópico. Vamos lá!
Como a Casa da Moeda está relacionada com o Banco Central?
No Brasil, a Casa da Moeda atua como uma empresa pública. Isso significa que ela compõe a chamada Administração Indireta e está obrigatoriamente ligada a um ente federativo - nesse caso, a União.
Algumas instituições que seguem o mesmo molde de personalidade jurídica é o BNDES (o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a Caixa Econômica Federal e os Correios.
A Casa da Moeda, justamente por conta dessa configuração administrativa, é tida como um instrumento de ação do Banco Central. É este último, aliás, que define quanto dinheiro deve ser impresso - o presidente da Casa da Moeda não pode tomar essa decisão sozinho, dependendo da autorização do presidente do Bacen para que a quantia exata seja determinada.
Isso se dá porque, muito mais do que meras cédulas e moedas, a quantidade de dinheiro em circulação tem impacto direto sobre a economia e deve estar de acordo com a estratégias de política econômica.
Como a Casa da Moeda influencia a economia de modo geral?
Não raro algumas pessoas sugerem que a solução para problemas financeiros, como a pobreza, poderiam ser facilmente resolvidos com a emissão de mais dinheiro. Assim todo mundo ia ter mais para gastar, bem como o Estado para investir, e logo estaríamos no paraíso do enriquecimento.
O grande problema dessa sugestão é que o dinheiro, diferente do que muitos pensam, não tem um valor fixo.
Sim, a nota de 10 reais equivale sempre a… 10 reais! Contudo, o que se compra com 10 reais hoje está bem longe do que se comprava há 5 anos atrás e o que se comprará daqui uma década.
Do que adianta ter 10 reais na mão se esse é o preço de uma bala? Ou ter 1 milhões de reais se esse é o preço de uma única consulta médica? É lógico que estamos fantasiando com os valores desses produtos e serviços, mas acreditamos que você já tenha percebido que o "valor" do dinheiro tem mais ligação com o poder de compra em si do que com o número impresso na cédula.
E imprimir dinheiro artificialmente, gerando um verdadeiro "tsunami monetário" no mercado, se mexe diretamente nessa questão. Com mais dinheiro em mãos, a demanda aumenta. Por sua vez, a produção de riquezas (alimentos, calçados, automóveis etc.) não tem necessariamente capacidade de acompanhar esse aumento.
O que acontece? Seguindo a nossa onipresente lei da oferta e da demanda, quando a demanda ultrapassa a oferta, os preços também sobem. Quanto maior a diferença entre eles, maior tende ser o aumento, criando um cenário de hiperinflação.
De repente, a tal bala passa a valer mesmo 10 reais e todos estão se descabelando com a desvalorização da moeda. Nada bom, concorda?