BVRJ
O que é BVRJ?
A BVRJ (Bolsa de Valores do Rio de Janeiro) foi uma das primeiras bolsas de valores a entrar em operação no Brasil. Sua inauguração aconteceu em 14 de julho de 1820, apenas 3 anos após o surgimento da 1ª bolsa do país, localizada em Salvador. Antes mesmo do início formal das suas operações, os negócios já eram realizados em uma espécie de pregão ao ar livre.
Toda essa atividade comercial ganhou ainda mais força com a vinda da família real para o Brasil em 1808, o que levou o país às primeiras tentativas de organização do mercado financeiro. Foi aí que, então, surgiu o conceito de Praça do Comércio, que naquela época já tinha algumas características de um pregão organizado.
Qual foi a relevância da BVRJ?
A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro funcionou por mais de 150 anos, o que demonstra a força que essa instituição teve e a importância dela na história do país. No começo das suas operações, os produtos manufaturados eram os que tinham maior participação nos pregões. Já na reta final do século XIX, os bancos tomaram esse posto. Instituições financeiras como o Banco da República e o Banco da Província de São Paulo tinhas suas ações nessa bolsa.
Na década de 1950, a prefeitura do Rio de Janeiro começou a lançar títulos de crédito na BVRJ para conseguir financiar algumas obras, o que fez o mercado e a bolsa crescerem bastante — principalmente depois de 1965.
Nesse ano, um fundo em que era permitido deduzir impostos de renda foi criado. A permissão era concedida somente se algum valor fosse investido no mercado de ações. Essa medida estimulou o mercado e fez com a que Bolsa do Rio ganhasse ainda mais relevância.
Como aconteceu a queda da BVRJ?
A partir de 1971, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro começou a perder importância e espaço para a Bolsa de SP. Já em 1989, perdeu o título de maior bolsa brasileira para a versão situada em São Paulo. Outro fato que contribui com a sua queda foi um escândalo financeiro nessa mesma época, que envolveu um de seus maiores investidores — o que abalou e muito a confiança na instituição.
O último grande momento da BVRJ aconteceu a partir do ano de 1995 com os leilões de privatização de empresas estatais. Ações de empresas como Usiminas, Vale do Rio Doce e Telesp foram negociadas nesse período. Já em 2002 foi quando ela, de fato, deixou de existir quando foi absorvida pela BM&F e, logo depois, pela BM&FBovespa. Com isso, toda a negociação de ações do país ficou concentrada na atual B3.
Como seria o mercado se a BVRJ ainda existisse?
Muito se especula do que aconteceria caso a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro ainda operasse como antigamente. Uma das especulações é a de que o mercado financeiro brasileiro não estaria tão concentrado na cidade de São Paulo. Hoje, a Faria Lima, bairro paulistano, abriga a maior parte das gestoras de fundos e das corretoras do Brasil, mas no passado uma parcela importante dessas empresas se localizava na região central da cidade do Rio de Janeiro.
Muitos especialistas acreditam que se a BVRJ ainda tivesse fôlego financeiro para continuar a investir em tecnologia e fosse uma rival para a BM&FBovespa, os preços cobrados para os registros e liquidações das operações, além das negociações de ações seriam mais baixos.
Se as duas ainda competissem no mercado, a BVRJ também poderia servir de plataforma para alguma grande bolsa estrangeira desembarcar por aqui. Mesmo que se mostrassem dispostas a evitar guerras de preços, somente a possibilidade de migração de empresas de capital aberto ou investidoras de uma praça para outra já daria um poder de barganha maior aos clientes.