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BTC

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:22/05/2020 às 08:09 - Atualizado 4 anos atrás
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O que é BTC?

BTC é a sigla para Banco de Títulos CBLC - Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia, departamento da B3 responsável pela custódia de ações e outros títulos privados. Esse termo também é usado no mercado financeiro como forma de referência à operação de empréstimo de ações, pois o Banco de Títulos CBLC tem um papel importante nessas operações.

Como surgiu o BTC?

A história do Banco de Títulos CBLC começa em 1961, quando foi criada, em São Paulo, a Calispa - Caixa de Liquidação de São Paulo. Tratava-se de uma sociedade anônima que realizava a liquidação dos negócios envolvendo ações. 

Na época, as ações eram impressas em papel especial e esses papeis ficavam guardados nas corretoras.

Quando uma ação era negociada, a corretora do vendedor enviava o papel correspondente para a Calispa, onde a negociação era registrada; então, a Calispa encaminhava o papel para a corretora do comprador. Depois, a Calispa acertava as contas com as corretoras, de acordo com o saldo líquido das operações de compra e venda.

Com o tempo, esse método tornou-se cada vez menos eficiente, em vista do volume de negociações na bolsa.

Assim, em 1997, a Calispa foi extinta e substituída pela CBLC, Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia, que surgiu a partir de uma cisão do patrimônio da Bolsa de Valores de São Paulo. Essa mudança foi uma resposta à necessidade de uma estrutura mais moderna de liquidação. 

Atualmente, a CBLC é um departamento da B3, e desenvolve duas atividades principais. A primeira é a compensação e liquidação de operações, aos moldes do que a Calispa fazia. A segunda está relacionada com as operações de aluguel de ações. É nessa segunda atividade que a CBLC é chamada de “Banco de Títulos CBLC”, ou BTC.

Como é o trabalho do BTC - Banco de Títulos CBLC?

O Banco de Títulos CBLC oferece um ambiente virtual no qual investidores interessados em alugar as ações do seu portfólio podem disponibilizar os papéis, para que sejam encontrados por outros investidores. Além disso, o BTC também atua como contraparte e garantidor das operações de aluguel.

Dessa forma, o BTC é, essencialmente, um facilitador do aluguel de ações. Esse é um serviço fundamental para quem opera vendido, ou seja, negociando na Bolsa com ações que não tem.

O investidor aluga as ações quando espera que elas possam desvalorizar. Ele vende as ações alugadas pelo preço atual e, quando elas desvalorizam, compra de volta mais barato. Então, ele devolve as ações ao seu dono, paga a taxa do aluguel e embolsa a diferença entre o preço de venda e de recompra. Para que tudo isso seja possível, ele começa com o aluguel, usando o serviço do BTC.

É interessante notar que o BTC oferece um serviço de custódia fungível.

Isso significa que, se você coloca uma ação no BTC para ser alugada e outro investidor toma essa ação, na hora de devolver, ele não vai necessariamente devolver exatamente a mesma ação. De fato, como nós já vimos, ele provavelmente vai vender a sua ação e lhe devolver outra. Porém, essa outra deve ser de mesma espécie, qualidade, quantidade e valor.  

O acesso ao serviço do BTC é realizado por meio de um sistema informatizado. As partes negociam livremente uma taxa, que deve ser paga pelo tomador ao dono dos papéis. Essa taxa é proporcional ao tempo que as ações ficam alugadas ao tomador. Além disso, também deve ser pago um valor referente aos emolumentos do BTC.

Quantos contratos são efetuados pelo BTC?

Em janeiro de 2020, foi registrado recorde de contratos efetuados no BTC. Foram 199,7 mil contratos no mês. Em março de 2020, esse recorde foi quebrado, chegando aos 273,3 mil contratos no mês, com valor médio de R$402,7 mil por contrato. 

Em relação ao estoque de aluguel, no mês de fevereiro de 2020, ele chegou a R$73,2 bilhões. Esse número refere-se ao valor total dos ativos que estão registrados disponíveis para aluguel no BTC. Ele tende a acompanhar o movimento do índice Ibovespa, refletindo a valorização ou desvalorização das ações. 

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