Black-Litterman
O que é o modelo Black-Litterman?
Criado em meados dos anos 90 pelos economistas Fischer Black e Robert Litterman, o modelo Black-Litterman que leva o nome dos dois autores se trata de uma ferramenta de análise aplicada para estimar os retornos esperados em relação a diversos tipos de ativos.
Por meio dele, gestores de carteiras de investimentos que têm por objetivo potencializar as estratégias de alocação de ativos passaram a combinar informações de mercado, considerando as visões dos retornos de ativos, bem como as combinações de ativos de modo a gerar os retornos esperados.
Nesse contexto, a partir da visão dos investidores, é possível determinar, com o auxílio do modelo BL, a alocação final de ativos de com o objetivo de potencializar o retorno esperado em relação à tolerância de risco.
Como funciona o modelo Black-Litterman?
O modelo de Black e Litterman se baseia na Teoria Moderna de Portfólio, criada pelo economista americano Harry Markowitz. Em termos práticos, este modelo sugere que os investidores não devem concentrar todos os seus investimentos em apenas um lugar, logo, abrindo diversas carteiras para assim poder potencializar suas aplicações.
Além disso, a Teoria de Markowitz indica que as características de risco ou de retorno de determinado investimento não devem ser analisadas em separado. Por outro lado, elas devem ser vistas através da forma com que a aplicação influencia o risco, bem como o retorno para o portfólio.
Com base nisso, o modelo Black-Litterman foi desenvolvido de modo a aperfeiçoar o modelo já existente, tendo em vista que a Teoria Moderna de Portfólio era limitada, sobretudo em razão dos retornos obtidos no passado pudessem ser projetados para o futuro.
Na prática, o modelo Black-Litterman tem por objetivo reunir os dados de mercado que foram observados em conjunto com as projeções feitas pelos investidores de retornos futuros esperados, fundamentado por outros modelos de precificação, como o CAPM (Modelo de Precificação de Ativos de Capital), entre outros.
Quais as diferenças básicas entre o modelo Black-Litterman e os demais?
A principal diferença entre o modelo proposto por Black e Litterman e modelo de média-variância, por exemplo, passa diretamente pelo fato de que o segundo padrão gera maior peso em carteiras criadas a partir de um processo de otimização. Enquanto isso, o modelo BL se baseia em uma carteira de mercado destinada ao equilíbrio a longo prazo.
Em outras palavras, o modelo Black-Litterman oferece um ponto de partida neutro. Assim, o equilíbrio de longo prazo considera o comportamento de investidores que representam o mercado de forma geral.
Black e Litterman contrapõem ainda aspectos importantes em relação aos retornos neutros, haja vista que eles significam retornos esperados, demandando assim todos os títulos em mercado — se os demais investidores apresentassem a mesma perspectiva. Portanto, esse ponto de partida prioriza um maior equilíbrio para os investimentos de longo prazo.
Como aplicar o modelo Black-Litterman na prática?
Em termos práticos, o modelo BL altera essencialmente a reserva padrão da Teoria Moderna de Portfólio, considerando assim as expectativas de um desempenho futuro. Para deixar mais claro a aplicação deste modelo, considere a seguinte situação hipotética:
Considera que um fundo de gestão de portfólio de determinada seguradora se coloque de forma amplamente otimista em relação ao mercado dos países em desenvolvimento nos próximos anos.
Supondo que a alocação de ativos para esse tipo de mercado — resultado da MPT seja de 10%. Após validar suas convicções com o suporte de diversos outros modelos de preços e perspectivas econômicas para a região, inclinem-se eles a considerar aplicar em ações de mercados emergentes.
Depois de estabelecer uma visão mais otimista do modelo Black-Litterman, eles colocam em prática o incremento da média-variância, permitindo, assim, que seu portfólio abrange até 15% dos títulos de mercados de regiões emergentes.