Arbitragem cambial
O que é arbitragem cambial?
Arbitragem cambial é um tipo de arbitragem financeira, isto é, compra e venda simultânea de um ativo por um valor superior, para a obtenção de lucro. Neste caso, ela ocorre entre duas moedas diferentes — a diferença de câmbio é o responsável pelos ganhos.
Os outros dois tipos de arbitragem são o bolsa a bolsa e o Cash and Carry (à vista contra a prazo). Como toda arbitragem, a cambial só é possível quando ocorrem distorções no mercado de câmbio, por isso os traders não a praticam com tanta frequência. Ela é efetuada mais comumente por grandes bancos e outras instituições financeiras.
Esse método também pode ser considerado um tipo de operação de dólar futuro, assim como o hedge.
Como funciona a arbitragem cambial?
Normalmente, assim que o pregão abre, pode surgir pelo menos uma ineficiência no mercado, por desarmonias nos fatores macroeconômicos e geopolíticos entre os países.
Pouca exposição, volatilidade, custo operacional, drawdowns, além do fato de ser relativamente simples, são os atrativos para investir nessa estratégia.
Já os riscos se resumem à possibilidade do investidor não conseguir completar a operação completamente, seja por falha no sistema ou pela velocidade com que tudo acontece (em milissegundos).
Por isso, em regra geral, não são os humanos que operam a arbitragem cambial, mas os Robôs HFT (High Frequency Trading), de alta frequência de trade. Em média, esse serviço pode custar R$ 200 por mês.
Além de ativos, você pode realizar uma arbitragem cambial com derivativos, opções, commodities e aluguel de ativos.
Mas operar com ativos é melhor do que com commodities, exemplificando, porque o acesso ao mercado à vista é amplo. Os seus preços são transparentes e o custo de estocagem é composto somente da taxa de juros praticada no período e a taxa de custódia cobrada pela instituição financeira.
Vamos a um exemplo de arbitragem cambial?
Imagine que 1 dólar está custando 5 reais e que 1 peso argentino custa 2 reais, porém um 1 custa apenas 2 pesos. Para tirar proveito disso, o arbitrador compraria pesos e os trocaria por dólares, depois por reais, ganhando vantagem. O nome desse tipo de operação, inclusive, é arbitragem triangular, já que envolve três moedas diferentes, sendo uma das mais complexas.
Arbitragem cambial, hedge, especulação: quais as diferenças?
Afinal, quais as particularidades entre essas três estratégias tão parecidas?
O hedge é uma proteção (integral ou parcial) da carteira do investidor contra a alteração de preços dos títulos. Assim, o hedger fixa o preço de uma mercadoria ou ativo com antecedência e, na hipótese de ocorrer uma queda brusca desse valor, o player terá uma garantia do preço de venda.
Já a especulação consiste basicamente em tomar uma posição no mercado futuro. O indivíduo, portanto, assume riscos elevados e recebe ganhos maiores. O objetivo é alavancar os lucros com as tendências de preços. Se o ativo é comprado e vendido no mesmo dia, essa operação pode ser enquadrada como o famoso day trade.
Dessa forma, comparando as três táticas, temos que a especulação é a mais arriscada e a arbitragem, assim como o hedge, as mais seguras.
Em relação à liquidez, o hedge é o que mais perde pontos. Arbitragem e especulação são opções que se destacam mais.
Além disso, o hedge performa melhor em commodities, índices e câmbio, ao passo que, a especulação, no mercado de ações.
A arbitragem cambial, por sua vez, não possui afinidade acentuada por nenhum tipo de ativo específico, basta alocar um capital maior para a viabilidade de lucro substancial (daí o motivo de instituições e grandes players utilizarem a técnica, não investidores comuns).