ADS – American Depositary Share
O que é ADS - American Depositary Share?
American Depositary Share (ou simplesmente ADS) é um título equivalente a ações de uma empresa cuja sede está fora dos EUA, mas que pode ser negociado entre investidores naquele país.
Entendendo o ADS - American Depositary Share
Para muitas empresas ao redor do mundo, a possibilidade de ter suas ações negociadas no mercado de capitais estadunidense é uma grande oportunidade de alcançar mais investidores. Um dos caminhos para isso é por meio do ADS (American Depositary Share).
Em resumo, ele é uma espécie de título, equivalente a uma ação, emitido por um banco depositário nos EUA em acordo com a empresa estrangeira.
Dependendo do quanto a empresa está em conformidade com as regulações do mercado de capitais dos EUA, seus ADS podem ser negociados em uma grande bolsa de valores, como a Nasdaq ou a NYSE, ou apenas via OTC (over-the-counter, isto é, diretamente entre os investidores, sem intermediário ou supervisão).
Quais são as vantagens e desvantagens da emissão de ADS?
A principal vantagem de emitir ADS é que a empresa pode alcançar uma nova e extensa base de investidores, como já apontado anteriormente. Nos EUA, mais de 50% da população investe em ações, o que é um número significativo em um país com aproximadamente 330 milhões de habitantes. Por isso, emitir ADS é uma forma de aumentar o potencial de captação de recursos da empresa.
É claro que isso também traz vantagens para o investidor estadunidense. Por meio da negociação dos títulos disponíveis, ele tem a oportunidade de investir em empresas de todo o mundo, sem a necessidade de abrir contas em corretoras do exterior ou lidar com moedas de outros países.
No entanto, é importante notar que a emissão e as obrigações que a acompanham não são simples. A empresa deve obedecer às normas do mercado de capitais do seu próprio país e também dos EUA.
Qual é a diferença entre ADS e ADR?
É bem verdade que esses dois são termos bastante parecidos e, de fato, estão relacionados.
Enquanto o primeiro é o título em si, o ADR (sigla para American Depositary Receipt) é o recibo emitido para o investidor que compra um (ou mais) ADS.
Para entender melhor, vamos usar um exemplo. Suponha que a empresa brasileira fictícia ABC Metais decide negociar suas ações no mercado de capitais estadunidense, em acordo com o banco depositário também fictício: o Banco do Dólar.
O Banco do Dólar, então, vai emitir 20.000 ADS, isto é, 20.000 títulos equivalentes a ações da ABC Metais. No entanto, ele não vende diretamente os títulos. Em vez disso, ele emite recibos na razão de 5:1. Ou seja, ele emite 1 ADR que vale a 5 ADS.
Se João compra 10 ADR, ele tem direito a 50 ADS. Ele pode reclamar as ações, mas, em geral, os investidores simplesmente ficam apenas com o recibo.
Quais são as empresas brasileiras que negociam títulos nos EUA?
Várias empresas brasileiras têm títulos desse tipo negociados nos EUA. Algumas das principais são Vale, Ambev, Bradesco, Gerdau, Petrobras e Itaú Unibanco.
É importante não confundir as empresas que negociam ADS nos EUA com aquelas que fazem seu IPO por lá, como é o caso da XP Investimentos.
Uma empresa que faz o IPO nos EUA não emite American Depositary Shares, mas verdadeiras Shares. Em outras palavras, ela não emite títulos equivalentes a ações, mas ações de fato.
Qual é a relação entre ADS e BDS?
O ADS, como vimos, é o título equivalente a ações de uma empresa cuja sede está fora dos EUA, mas que é negociado no mercado de capitais desse país.
Da mesma forma, o BDS é o título equivalente a ações de uma empresa cuja sede está fora do Brasil, mas que é negociado no nosso mercado de capitais.
E assim como existe BDS, também existe BDR, que equivale ao recibo desse primeiro título.