Fundos de Investimentos

‘Temos evitado produtos diretamente expostos ao crédito’, diz Absolute sobre Americanas e Light

Entre o terceiro trimestre de 2021 e o terceiro trimestre de 2022, as empresas listadas em Bolsa tiveram um aumento de R$ 247 bilhões no endividamento

Data de publicação:15/02/2023 às 08:00 - Atualizado um ano atrás
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O caso Americanas e logo em seguida a Light trouxeram algumas surpresas negativas para os fundos de crédito, que estavam expostos em debêntures ou títulos de crédito corporativo das empresas em janeiro. 

A Absolute Investimentos, que não tinha exposição nestas companhias, afirmou que já estava evitando produtos diretamente expostos ao crédito ou até mesmo em ações de empresas altamente endividadas. 

Em um cenário em que a taxa básica de juros, a Selic, está em 13,75%, empresas muito endividada ou com a solvência comprometida tendem a sofrer mais, destaca a Absolute.

No momento em que as contas da Americanas foram expostas, ao menos 152 fundos estavam expostos a ações ou debêntures da companhia e da B2W. Já no caso da Light, existem fundos que tinham exposição em até 90% de ações LIGT3.

Apesar destes dois casos, as empresas brasileiras passaram por um aumento considerável na dívida. Entre o terceiro trimestre de 2021 e o terceiro trimestre de 2022, as empresas listadas em Bolsa tiveram um aumento de R$ 247 bilhões no endividamento, segundo um estudo do TradeMap para a Mais Retorno.

Além das empresas, a Absolute também citou o nível de inadimplência das famílias brasileiras. Em 2022, o endividamento atingiu 77,9% das famílias brasileiras, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor divulgada em 19 de janeiro pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

A Absolute afirmou que o portfólio segue com a média de ativos no curto prazo e com um nível de caixa maior aguardando para aumentar exposição. 

“Com os resgates e aumento de liquidez por parte dos gestores, quase a totalidade das debêntures tiveram abertura (aumento) nos spreads de crédito, impactando negativamente as cotas dos fundos”, aponta a gestora. 

Ainda segundo a casa, até mesmo fundos que não tinham exposição a Americanas ou Light podem ter sido afetados pelo aumento do spread de outros papeis que tinham em carteira. 
 

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Sobre o autor
Mari GalvãoRepórter de economia na Mais Retorno