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Inter dispara quase 25% na Bolsa após aporte de R$ 2,5 bi da Stone

A fintech Stone investirá até R$ 2,5 bilhões no Banco Inter, que vai realizar um follow on (oferta primária de ações) na B3 em paralelo a…

Data de publicação:24/05/2021 às 11:14 - Atualizado 3 anos atrás
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A fintech Stone investirá até R$ 2,5 bilhões no Banco Inter, que vai realizar um follow on (oferta primária de ações) na B3 em paralelo a esse investimento. Com essa notícia, os papéis do banco dispararam na B3 nesta segunda-feira. No fechamento do pregão os papeis do banco exibiam alta de 24,83%, cotados a R$ 223,29.

Banco Inter receberá até R$ 2,5 bilhões da Stone - Foto: Banco Inter/Divulgação

Com o aporte, a Stone que está listada na Nasdaq terá até 4,99% do capital do Inter. A fintech terá direito a um assento no Conselho do Inter, e entrará ainda para o acordo de acionistas a intenção de levar seus clientes ao shopping virtual (marketplace) do banco, entre outros benefícios.

O preço por unidade que a Stone concordou em pagar é de R$ 57,84, e leva em consideração o desdobramento dos papéis na proporção de um para três, aprovado na última semana.

Esse investimento colocará a Stone junto aos atuais controladores do Banco Inter - família Menin - que comandam a empresa através da Inter Holding Financeira, que detém 35,35% do capital.

A empresa fechará um acordo de acionistas com os atuais controladores do Inter, e por meio dele, terá direito de preferência caso haja mudança no controle do banco.

Esse direito terá validade de seis anos e estará sujeito a determinados limites de preço, de acordo com comunicado da companhia. A Stone terá direito a ocupar um dos nove assentos do conselho da instituição.

A Stone destaca, no mesmo comunicado, que o Inter tem uma base de usuários com mais de 10 milhões de clientes e um histórico comprovado no desenvolvimento de produtos e serviços, de contas bancárias ao marketplace.

Emissão de novas ações

O aporte será feito através da emissão de novas ações pelo Inter, e será acompanhado de uma oferta desses papéis ao mercado. A Stone deu garantia de compra, em valor que equivale a US$ 471 milhões, antes mesmo do bookbuilding, coleta de intenções de investimento da oferta.

O modelo, conhecido como cornerstone, é comum em ofertas de ações no mercado internacional, em especial na Ásia, e é diferente dos investidores-âncora, que colocam suas intenções de investimento durante o bookbuilding.

Todo o aporte será feito por meio de caixa e dívidas contraídas especificamente para a transação. A empresa de pagamentos afirma que não levantará recursos adicionais para financiar a compra das ações.

O JPMorgan foi o assessor financeiro da Stone. A assessoria legal ficou por conta de Spinelli Advogados, Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados.

Parcerias: marketplace e pagamentos

De acordo com a Stone, as duas empresas estão analisando as parcerias que podem fechar a partir da concretização do investimento.

Algumas delas são a conexão dos comerciantes credenciados à Stone ao marketplace do Inter, o InterShop, a integração dos serviços de pagamento via dispositivos móveis das empresas e a troca de experiências e capacidade de desenvolvimento de produtos.

Além disso, a Stone destaca que o Inter pode auxiliá-la na melhoria de suas ofertas de capital de giro aos clientes. Neste ponto, a empresa vislumbra parcerias na oferta de investimentos em renda fixa, através de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs), por exemplo.

Ações recomendadas


Em relatório, os analistas do BTG Pactual comentam que, em um primeiro momento, a chegada da Stone no banco Inter é visto de forma positiva e recomenda a compra dos papéis de ambas as empresas.

"O Inter ganha um parceiro muito forte e elimina o risco de um follow on, algo que o mercado estava esperando", analisa o BTG. O documento do banco aponta ainda que a futura listagem do banco Inter na bolsa americana concede à família Menin "maior poder de diluição para manter o controle em caso de follow on ou de fusões e aquisições".

Sobre a Stone, o BTG Pactual avalia que a empresa precisa acelerar a digitalização de sua força comercial e buscar outras fontes de financiamento, semelhante ao movimento de sucesso do CashApp. / com Agência Estado

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