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SPXI11: conheça o ETF de renda variável

Você gostaria de investir nos Estados Unidos, mas não quer enviar dinheiro para fora do país e abrir conta em uma corretora estrangeira? Então pode ser que encontre uma solução "caseira".

Data de publicação:02/05/2023 às 12:27 - Atualizado 2 anos atrás
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Você gostaria de investir nos Estados Unidos, mas não quer enviar dinheiro para fora do país e abrir conta em uma corretora estrangeira? Então pode ser que encontre uma solução "caseira". 

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Estamos falando do SPXI11, um ETF de renda variável que permite a exposição aos ativos da carteira do S&P 500, um índice que representa a média das 500 principais companhias dos Estados Unidos. Isto é, do principal mercado de capitais do mundo. 

O que é o SPXI11? 

O SPXI11 é um ETF (Exchange Traded Fund). Em tradução livre para o português, trata-se de um fundo de investimentos negociado na bolsa de valores. Ou seja, um ativo que você compra e vende por meio do seu Home Broker, assim como acontece com ações ou fundos imobiliários, por exemplo. 

Os ETFs são também conhecidos como "fundos de índices". Isso porque a sua existência se deve ao objetivo de replicar algum índice do mercado financeiro que, sem ele, o investidor não teria como replicar facilmente uma carteira. Outro nome comum dado a um ETF é de fundo passivo, justamente porque não há uma seleção personalizada dos ativos. 

É justamente o que acontece com o IT Now S&P500 TRN Fundo de Índice, que agora você conhece apenas pelo seu código de negociação na bolsa: o SPXI11. Esse ETF tem como objetivo replicar a carteira teórica do S&P 500, permitindo que o investidor brasileiro tenha uma rentabilidade muito próxima ao desempenho desse importante índice global. 

SPXI11 ou IVVB11: qual é a diferença? 

Se você já tem um conhecimento básico do mercado financeiro, em especial a parte de renda variável, provavelmente já ouviu falar no IVVB11, outro ETF que cumpre uma função similar no mercado financeiro. Afinal, quais são as principais diferenças entre eles? 

Em resumo, são dois ETFs com a mesma estratégia, mas com algumas particularidades. A começar pelo índice que eles seguem. Embora ambos tentem replicar o índice S&P 500, a forma pela qual fazem isso difere um pouquinho. 

Enquanto o SPXI11 investe todo seu patrimônio no VOO, o IVVB11 faz o processo pelo IVV. Eles são também ETFs que fazem a mesma coisa (replicar a carteira do S&P 500), mas desta vez sendo o responsável direto pela montagem da carteira e negociado diretamente na bolsa americana. 

Além disso, outra importante diferença é que esses dois produtos são de empresas diferentes. O IVVB11 é oferecido pela Black Rock, uma das maiores gestoras de ETFs que temos atualmente. Já o SPXI11 é um produto do Banco Itaú. Há, inclusive, uma pequena diferença da taxa de administração cobrada: 0,23% ao ano e 0,21% ao ano, respectivamente. 

Qual é a composição do SPXI11? 

Como agora você já sabe, o SPXI11 investe diretamente o patrimônio dos seus cotistas no VOO, um ETF negociado na bolsa americana. Em outras palavras, ele permite que você faça esse investimento de forma mais confortável, sem precisar enviar dinheiro para fora do país. 

O que o VOO faz, por sua vez, é apenas copiar a carteira teórica do S&P 500, índice cuja metodologia consiste em listar as 500 maiores companhias da bolsa americana. Para isso, também são atribuídos pesos às empresas, de modo que aquelas mais relevantes possuem um maior impacto na carteira geral. 

Para que você possa entender isso na prática (e também nos ativos em que está investindo ao comprar cotas do SPXI11), veja qual era a sua composição em abril de 2023. Sempre lembrando que as carteiras são atualizadas e, portanto, pode haver alguma variação a depender do momento da sua leitura.  

  • Apple: 7,28% 
  • Microsoft: 6,60% 
  • Alphabet: 3,42% 
  • Amazon: 2,68% 
  • Nvidia: 2,02% 
  • Berkshire Hathaway: 1,71% 
  • Meta: 1,55%
  • UnitedHealth Group: 1,34%
  • Exxon Mobil: 1,32%

Note, portanto, que o principal setor presente no SPXI11 é de tecnologia. Há uma grande diversificação setorial (as empresas listadas acima representam menos de 30% de toda carteira teórica do S&P 500). Portanto, não se preocupe tanto com esse nível de concentração dos ativos.

Além disso, o SPXI11 conta com outras excelentes companhias como Nike, Mc Donald's, Walmart, Coca-Cola, Adobe, Johnson & Johnson, entre outras. 

Vale a pena investir no SPXI11? 

Para responder se vale a pena investir no SPXI11, você precisa primeiramente compreender os seus objetivos como investidor e ponderar algumas das vantagens e riscos desse ETF. Para ajudar nesta tarefa, elencamos os principais pontos positivos e negativos em relação a esse produto a seguir. Vamos conferir quais são? 

Vantagens do SPXI11 

Começando pelos pontos positivos, temos um grande benefício que é a possibilidade de acessar um mercado estrangeiro sem precisar tirar dinheiro do Brasil. O SPXI11, afinal, é negociado dentro da própria bolsa de valores — e em reais, ainda que o dólar impacte nos seus resultados. 

Outra vantagem do ETF é a diversificação. Ao investir nesse fundo, você terá uma carteira composta por simplesmente 500 das maiores empresas do mundo. Ou seja, não há uma necessidade de filtrar pelos melhores investimentos ou se preocupar com a seleção dos ativos. 

Por fim, as taxas são outro ponto positivo do SPXI11 que, inclusive, é um produto mais barato do que o IVVB11, seu principal concorrente nesse objetivo de replicar o S&P 500. Vale lembrar que os fundos de ações costumam cobrar, em média, uma taxa de administração de 2,0% ao ano. 

Riscos do SPXI11 

Se a facilidade de diversificação é positiva inicialmente para o SPXI11, traz um ponto negativo também que é a falta de controle sobre onde o seu dinheiro estará alocado. Você não terá qualquer participação na escolha das companhias, por exemplo, sendo "obrigado" a aceitar o pacote todo do índice — algo que inclui excelentes empresas, mas também outras passando por dificuldades. 

Além disso, não podemos nos esquecer de que o ETF pertence ao universo da renda variável. Isso significa que, embora tenha um excelente track record, você tem o risco de perder dinheiro também ao investir no SPXI11. E isso precisa ser entendido antes de qualquer aporte no produto.

Sobre o autor
Stéfano BozzaFormado em Administração pela PUC-SP. Trabalhou em empresas do segmento financeiro (Itaú BBA) e varejo (BRMALLS) até 2016, quando iniciou a jornada de produção de conteúdo para a internet com foco em finanças.