Reguladores vão levar Banco do Vale do Silício a leilão nos Estados Unidos, diz jornal
Preocupação do governo americano é com os clientes e suas necessidades
Os reguladores estão leiloando o Silicon Valley Bank, Banco do Vale do Silício, como parte de um esforço mais amplo para conter as consequências de sua falência na sexta-feira, como informa reportagem do jornal Wall Street Journal.
Funcionários do Tesouro americano confirmaram o leilão para legisladores e funcionários em uma ligação na tarde deste domingo, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, dizendo que os lances eram esperados para o início da tarde.
A Federal Deposit Insurance Corp confiscou o Banco do Vale do Silício na sexta-feira depois que uma corrida aos depósitos condenou seus esforços para levantar novos capitais e fortalecer suas finanças. Os reguladores estão tentando encontrar compradores para o banco em um esforço para reembolsar os depositantes.
Além do leilão, traz a reportagem, os reguladores estão considerando outras possíveis medidas, por considerar a quebra do SVB como um risco sistêmico para o sistema financeiro, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. Isso poderia dar aos reguladores maior flexibilidade em termos de fazer um acordo para o banco e o tratamento a ser dado a seus depositantes sem seguro.
A secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse na CBS no domingo que uma aquisição era um possível passo que os reguladores poderiam tomar, acrescentando que a resposta política do governo teria como objetivo proteger os depositantes.
“Estamos preocupados com os clientes e estamos focados em tentar atender às suas necessidades”, disse ela.
Seria uma saída para acalmar os nervos sobre o acesso a depósitos não garantidos – a maioria dos depósitos do banco é grande o suficiente para não ter proteção do FDIC – pode conter a crise e limitar qualquer impacto na economia. Mas os democratas também são sensíveis a tomar medidas que possam ser vistas como resgate do banco, o que Yellen disse não ser uma opção. Vários republicanos disseram que se oporiam a um resgate financiado pelos contribuintes, segundo o Wall Street Journal.
“Eles estão fazendo de tudo para encontrar um comprador”, disse o deputado Brad Sherman (Califórnia), que estava na ligação de domingo.
Os legisladores estão pressionando os reguladores e o governo Biden a agir rapidamente. Milhares de clientes sem seguro podem ter problemas para fazer a folha de pagamento esta semana se permanecerem bloqueados em seus fundos.
“O governo precisa agir com rapidez e decisão e fornecer ao FDIC o máximo de flexibilidade e ferramentas para fechar qualquer venda no domingo à noite antes da abertura dos mercados e garantir que os depositantes estejam protegidos”, disse o deputado Ro Khanna (Califórnia).
Concluir que a falência do SVB representa um risco sistêmico daria ao FDIC maior flexibilidade para adiantar pagamentos a depositantes com contas acima do limite de seguro de US$ 250.000.
Também poderia dar ao FDIC maior margem de manobra para encontrar um comprador para o SBV por meio de acordos de compartilhamento de perdas ou outras facilidades aos negócios, ao mesmo tempo em que diminui as preocupações de que possa haver corridas a outros bancos.
Mas pode ser difícil argumentar que a falha tem repercussões sistêmicas. Fazer isso exigiria o apoio da maior parte dos conselhos do FDIC e do Federal Reserve, juntamente com Yellen.
Bank of London quer comprar subsidiária
O banco de compensações Bank of London confirmou neste domingo, 12, que protocolou uma proposta para a compra da subsidiária britânica do Silicon Valley Bank (SVB).
Em comunicado, a instituição informou que a oferta foi feita em parceria com um consórcio de empresas de private equity às autoridades do Reino Unido, entre elas o Tesouro, a Autoridade de Regulação Prudencial e o Banco da Inglaterra (BoE), além do Conselho de administração do SVB.
O CEO do Bank of London, Anthony Watson, defendeu que o SVB não pode quebrar e disse que a situação é uma oportunidade para diversificar o sistema bancário do país insular europeu. "Seria profundamente decepcionante se esse momento levasse a uma maior consolidação de poder entre os grandes bancos", alertou.
O Bank of London alega ser um dos poucos grandes bancos que não alavanca o próprio balanço de ativos e mantém todos os depósitos de clientes no BoE. /Com AGÊNCIA ESTADO