Coroação de Charles III: confira fortuna da família real britânica
Estima-se que a fortuna de Charles III, principal herdeiro da Rainha, ultrapasse os R$ 3,8 bilhões, de acordo com a CNN
Neste sábado, 6, os olhares do mundo se voltam para o Reino Unido para a coroação de Charles III. Mais conhecido por seu antigo título, que ostentou por 64 anos quando assumiu como Príncipe de Gales, Charles III assumiu o trono em 2022, após a morte de Elizabeth II, aos 96 anos.
Liderando o trono por 70 anos, a rainha Elizabeth II, morreu em 8 de setembro de 2022. A mais longeva monarca do Reino Unido viu 15 primeiros-ministros, 13 presidentes dos Estados Unidos, dezenas de Olímpiadas, além de ter passado por diversos momentos marcantes da história, da 2° Guerra Mundial à pandemia de covid-19.
A chefe de Estado tinha uma coleção admirável de bens que faziam parte de seus investimentos. Como uma monarca britânica, não tinha tantas escolhas possíveis no quesito de alocação de ativos, mas com suas joias, chapéus, obras de arte e os imóveis da família real, a fortuna acumulada pela rainha - que agora é transferida para outros membros da família real - é muito maior do que a de muitos investidores tradicionais do mercado de ações.
A avaliação de quanto valem os bens da rainha é uma tarefa difícil. No caso dos imóveis, a maior parte deles nunca chegou a ser vendido, sendo construções feitas pela própria família real há séculos passados que foram passando de geração em geração.
Outros itens, como a coleção de chapéus reais datada do século XVII, por exemplo, são itens com uma liquidez tão baixa que precificá-los é como dar um tiro no escuro.
Os bens da Rainha Elizabeth
Ainda que seja difícil de precificar, os itens da família real atraem muitos olhares, principalmente os dos super-ricos em ascensão.
Dessa forma, a carteira de investimentos da Rainha Elizabeth pôde se manter protegida contra a inflação durante boa parte da vida da monarca. Se há demanda, os itens acompanham a variação dos preços.
Rainha Elizabeth II | Foto: Reprodução/The Royal Family
Diferentemente de ativos do mercado tradicional, não há um índice nas bolsas de valores que meça a cotação das joias da coroa, mas o preço do ouro na libra estrelina tem uma trajetória ascendente ao observar os gráficos de rentabilidade dos últimos cinco anos. Os diamantes podem não se valorizar tanto frente à inflação, mas ainda assim têm o seu alto valor.
Especialistas em finanças e mercados, no entanto, afirmam que, entre os bens da rainha, o grande destaque fica por conta da coleção de arte.
Há sete anos, em entrevista ao Financial Times, o professor de finanças da HEC Paris, Christophe Spaenjers, afirmou que o o preço da arte nas vendas em Londres já havia aumentado mais de 500 vezes em termos nominais desde 1952, o que equivalia a 20 vezes a variação da inflação no mesmo período.
Imóveis da família real
O portfólio de propriedades da família real é imenso e possui castelos, palácios, casas de campo, casa geminadas, apartamentos, chalés e outros imóveis.
Apenas para se ter uma dimensão, a propriedade rural de Sandringham, onde a Rainha Elizabeth gostava de passar as vésperas de Natal com sua família, tem um espaço de 19.768 acres, o que equivale a cerca de 80 quilômetros quadrados em terreno.
Apesar da dificuldade em avaliar o valor destas propriedades, alguns especialistas se arriscam. O Palácio de Buckingham, onde era a residência oficial da rainha em Londres, na Inglaterra, foi comprado em 1761 pelo Rei George III por algo em torno de US$ 27.790 - corrigido pela inflação, esse valor chegaria a mais de R$ 32 milhões.
De acordo com McCarthy Stone, empresa que administra imóveis para aposentados, o palácio pode valer até R$ 7,74 bilhão. A propriedade conta com 775 quartos, um salão de baile, o maior quintal privado de Londres e mede, de aproximadamente 77.109 metros quadrados, segundo o site oficial da família real.
Em entrevista ao The Wall Street Journal, o especialista em finanças reais, David McClure, explica que, além do imóvel em si, há a "herança real" implícita nos preços, o que torna ainda mais difícil estimar os valores dos bens. "Há o valor da terra, o valor dos edifícios, e depois há o cachê, a história real", pontua ele. "Mas se você olhar para os leilões em que itens reais foram colocados à venda, eles são vendidos regularmente por três ou quatro vezes a estimativa". / Com Financial Time e The Wall Street Journal