Quanto rende 1 milhão na Poupança? Vale a pena?
Sem dúvidas, a poupança é o investimento mais popular entre os brasileiros que buscam um ambiente seguro para guardar dinheiro para o futuro. Além de ser…
Sem dúvidas, a poupança é o investimento mais popular entre os brasileiros que buscam um ambiente seguro para guardar dinheiro para o futuro. Além de ser muito simples e rápido, a modalidade permite o saque com agilidade a qualquer momento do dia.
Segundo dados recentes divulgados pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), em janeiro deste ano (2021) havia mais de 22 mil cadernetas com um saldo acima de 1 milhão de reais. Um número 28% maior do que no mesmo período do ano passado.
Através de dados como este percebemos que não são somente pessoas comuns que ainda investem dessa forma. Diversos milionários também utilizam o serviço para guardar suas economias, o que indica ser uma boa opção.
Mas será que é isso mesmo? Por que motivos atrai tantos interessados?
Se você também tem essas dúvidas, fique conosco neste artigo. Iremos mostrar a você não só quanto rende 1 milhão de reais na poupança, como também o que é este investimento, como funciona e se vale a pena ou não investir dessa forma.
Boa leitura!
O que é a Poupança?
Também chamada de caderneta de poupança, a poupança nada mais é do que uma forma de investimento de baixíssimo risco oferecida pelo setor bancário. Possui em suas operações diversas regras muito específicas que são regidas pelo governo federal.
Desde sua criação até hoje, é considerado o investimento mais popular pelos brasileiros, uma vez que possui mais de 235 milhões de contas ativas, segundo dados do FGC. Essas contas atualmente somam em média 934 bilhões, dado de janeiro deste ano.
É uma modalidade oferecida pelas instituições bancárias, sejam elas públicas ou privadas, que disponibilizam uma conta adjacente à conta corrente do cliente. A então chamada: conta poupança a que nos referimos neste artigo.
Através dessa conta, o usuário poderá depositar qualquer valor ou mesmo fazer transferências de sua conta corrente para a mesma, a fim de receber uma remuneração extra. Essa remuneração é determinada pelo governo federal, o órgão regulador do investimento.
Liquidez diária (poder sacar o dinheiro a qualquer momento), facilidade, praticidade e fácil acesso são algumas das características deste produto. Além disso, é isento de imposto de renda e possui garantia através do Fundo Garantidor de Crédito.
História da Poupança
Criada em 1861 pelo imperador Dom Pedro II, a poupança recebeu um decreto que serviu para instituir e regulamentar o que hoje conhecemos como Caixa Econômica Federal. Essa instituição, à época, possuía o objetivo básico de oferecer remuneração de 6% ao ano aos depósitos feitos e ainda contar com a garantia do governo imperial.
Em seu surgimento, tinha como público alvo as pessoas de baixa renda e, por isso, os depósitos não poderiam passar dos 50 mil réis (moeda da época). Anos depois, mais precisamente em 1874, a rentabilidade oferecida pela poupança passou a ser fixada com o limite de 6% ao ano, além de ter os valores fixos ano a ano pelo governo imperial da época.
Essa rentabilidade de 0,5% ao mês ficou tão conhecida que até hoje alguns brasileiros ainda pensam que continua a mesma. No entanto, em 2012 foi determinado, em novo decreto, que os depósitos feitos a partir de 4 de maio daquele ano não rentabilizariam mais com a taxa de 6% a.a. mas, sim, com uma variável dada a partir da Taxa Selic.
Dessa forma, ficou determinado que quando a Taxa Selic estivesse abaixo de 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança seria de 70% deste valor + a variação de TR. Quando estivesse acima de 8,5%, então a poupança voltaria a rentabilizar os 6% a.a (que se tornam 0,5% mensais).
Como funciona a Poupança?
Para investir na poupança você só precisa abrir uma conta em uma instituição bancária e solicitar uma conta poupança. Nem sempre é necessário solicitar, muitas vezes a conta já vem inclusa no pacote da conta corrente comum.
Após, basta enviar o seu depósito e pronto. A rentabilidade atualmente depende de duas variáveis: a remuneração básica e a adicional. A remuneração básica é aquela de 0,5% ao mês, no entanto, só é possível para depósitos feitos antes do dia 3 de maio de 2012.
Todos os depósitos feitos a partir desta data recebem a remuneração adicional, que irá depender da meta anual relacionada à Taxa Selic, que é determinada pelo Banco Central. Assim sendo, existem duas possibilidades:
- Quando a Taxa Selic estiver igual ou acima de 8,5% ao ano, então a poupança passará a rentabilizar 6% ao ano, ou seja, 0,5% ao mês;
- Agora, quando a Taxa Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano, que é o caso de agora, então a poupança passa a rentabilizar 70% do valor atual da taxa selic.
Dessa forma, percebemos que a remuneração adicional da poupança pode render de 0 à 0,483% ao mês. Essas taxas são estabelecidas tendo a data do depósito ou do último crédito de rendimento como base (chamado inclusive) até o dia do rendimento do crédito (exclusive) e incidirão sobre o montante investido.
Em caso de variação deste valor aplicado durante o período, a poupança irá considerar o menor saldo como base para o cálculo da rentabilidade.
Como se dá a Taxa Selic?
A Taxa Selic é como se chama a taxa básica de juros da economia do país. É a principal maneira que o Banco Central possui como política monetária a fim de manter a inflação sob controle. É a taxa que influencia todas as demais taxas de juros: provenientes de empréstimos, financiamentos, investimentos como a poupança, entre outros.
Faz referência às taxas de juros que são apuradas nos sistemas de empréstimos de um dia por entre todas as instituições financeiras que fazem uso dos títulos públicos federais como meio garantidor. Assim, o Banco Central realiza as manutenções no mercado dos títulos a fim de que a taxa Selic efetiva se mantenha alinhada com a meta da Selic que foi definida através de uma reunião com o COPOM, o Comitê de Política Monetária do BC (Copom).
O termo SELIC quer dizer Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, sistema aliado ao mercado financeiro que é regido pelo Banco Central. Dentro desse sistema é onde ocorrem as transações dos títulos públicos do Tesouro Direto, que possui a taxa média de rentabilidade ajustada em conformidade à taxa Selic.
Quando entra a rentabilidade da poupança?
Um dos fatos mais importantes para se entender sobre a poupança é quanto à sua rentabilidade. Diferentemente de outros tipos de investimentos, a conta poupança não rentabiliza diariamente mas, sim, em um único dia do mês.
Este dia é definido a partir da sua primeira aplicação, e se torna o que chamamos de “aniversário da poupança”. Assim, a rentabilidade do investidor somente cairá na conta no dia do aniversário, e não ao decorrer do mês.
Este ponto é fundamental pois, se você deseja fazer um saque na sua conta, deverá esperar passar o dia do aniversário. Isso porque se você retirar o dinheiro antes dessa data, não receberá a rentabilidade daquele mês, uma vez que ela só entra no determinado dia.
Portanto, lembre-se sempre: se for realizar um saque da poupança, aguarde a data do aniversário para não perder dinheiro.
Quanto rende 1 milhão na Poupança?
Como você viu no início deste texto, atualmente ainda existem muitos milionários que guardam boa parte de seus patrimônios neste investimento de baixo risco. São mais de 22 mil contas que guardam mais de 1 milhão de reais.
Mas quanto será que rende tudo isso? É o que veremos agora.
A rentabilidade recebida em qualquer tipo de investimento irá variar de acordo com o tempo que você deixa o valor investido. Portanto, iremos analisar esse montante em quatro tempos diferentes de investimento: 1 ano; 3 anos; 5 anos e 10 anos.
Investimento inicial de R$ 1.000.000,00:
- Em 1 ano: ganho de juros R$24.500,00, somando um total de R$1.024.500,00.
- Em 3 anos: você terá ganhado R$ 75.315,45, somando um total de R$1.075.315,45
- Em 5 anos: ganho de juros R$ 128.651,37, somando um total de R$ 1.128.651,37
- Em 10 anos: você terá recebido R$273.853,91, somando R$1.273.853,91 no total.
Importante: neste cálculo nós utilizamos o valor inicial de 1 milhão e não adicionamos nenhum valor mensal. Esses números poderiam ser maiores se a pessoa optar por investir um montante inicial mais um valor mensal recorrente.
Vale ou não vale a pena investir na Poupança? Por quê?
Decidir se vale ou não vale investir na poupança é uma questão extremamente pessoal, e somente o próprio investidor poderá definir. Isso porque a decisão deverá partir de um princípio único e extremamente pessoal: qual o seu objetivo com o investimento?
Dizemos isso porque sabemos que muitas pessoas aplicam seu dinheiro na poupança esperando o aumento de patrimônio, por exemplo. Coisa que será muito difícil de ocorrer. A poupança é um excelente investimento para guardar dinheiro ou para manter a sua reserva de emergência.
No entanto, não há rentabilidade suficiente para o aumento de patrimônio. Este objetivo deveria se enquadrar em investimentos mais rentáveis e, portanto, com maior risco. Como a poupança oferece uma rentabilidade baixa, esse objetivo dificilmente seria alcançado.
Agora, se o seu objetivo é justamente guardar dinheiro ou mesmo criar uma reserva de emergência, então esta aplicação pode valer a pena para você. Porque mesmo com a baixa rentabilidade, o fato de não oferecer grandes riscos é um grande atrativo para este tipo de objetivo.
Dessa forma, para decidir se vale ou não vale investir na poupança, analise seu caso e responda à questão: qual o seu objetivo com o investimento? A resposta para esta pergunta irá dizer se você está fazendo a coisa certa ou se deverá optar por outras opções.
E a inflação?
Este é um ponto muito importante a se levar em consideração também para decidir se vale a pena ou não investir na poupança. Por ter uma rentabilidade baixa, de apenas 2,5% ao ano (enquanto escrevemos este artigo), você precisa observar a taxa da inflação.
Se a inflação anual estiver acima deste valor, então pode ser que você esteja perdendo dinheiro. Ou melhor, perdendo poder de compra. Mesmo que você receba a rentabilidade acordada, você não poderá comprar as mesmas coisas que compraria com o mesmo valor.
Ou seja, pode cair no prejuízo. Dê só uma olhada na taxa de inflação dos últimos anos:
- 2011: 6,5%
- 2012: 5,84%
- 2013: 5,91%
- 2014: 6,41%
- 2015: 10,67%
- 2016: 6,29%
- 2017: 2,95%
- 2018: 3,75%
- 2019: 4,31%
- 2020: 4,39%
Como você pode ver, de 2018 para cá a taxa anual de inflação não baixou dos 3%. Ou seja, é menor do que o pagamento da poupança. Dessa forma, a qual conclusão você chega? Será que vale mesmo a pena, até mesmo para reserva de emergência?
Melhor forma de investir 1 milhão?
A melhor maneira de investir 1 milhão de reais seria através de uma carteira de investimentos diversificada. Para isso, gostamos de utilizar o exemplo de uma cesta de ovos. Se você colocar todos os ovos em uma mesma cesta e ela cair no chão, você perderá tudo o que possui.
Agora, se você optar por dividir os ovos em várias cestas diferentes e deixar uma cair, talvez você nem note a diferença. Esse é o principal objetivo de uma carteira diversificada: ampliar as chances de melhores rentabilidades e diminuir as chances de risco.
Criar uma carteira diversificada não quer dizer necessariamente investir em produtos de risco como ações, por exemplo. Você pode criar uma carteira diversificada inteiramente em renda fixa, por exemplo, que é a modalidade de menor risco entre os investimentos.
Como construir uma carteira diversificada de renda fixa?
Para criar uma carteira bem diversificada na renda fixa, você pode optar por qualquer um destes investimentos abaixo:
- CDBs;
- Títulos Públicos do Tesouro Direto;
- LCI e LCA;
- Letras de Câmbio;
- Fundos de Renda Fixa;
- Fundos de Multimercado;
- Debêntures;
- COE (Certificado de Operações Estruturadas).
Digamos que você opte por investir em 5 dessas modalidades – o que já seria uma boa diversificação. Em caso de uma delas rentabilizar abaixo do esperado, você ainda terá mais 4 opções para equilibrar a carteira.
Todos estes investimentos possuem risco muito baixo, além de oferecerem a garantia de crédito pelo FGC. No entanto, lembre-se que risco e rentabilidade andam por caminhos opostos!
Se você tiver mais aptidão ao risco, poderá diversificar sua carteira incluindo ativos de renda variável. Possibilitando, assim, o recebimento de rentabilidades mais elevadas.
Veja como no item abaixo.
Como construir uma carteira diversificada incluindo renda variável?
Além dos ativos de renda fixa, que garantirão a você uma maior estabilidade e segurança nos investimentos, você poderá adicionar à sua carteira:
- Mercado de Ações;
- Fundos Imobiliários;
- Ações internacionais;
- ETFs;
- Opções ;
- Câmbio;
- Mercado Futuro;
- Fundos de Investimento;
- Criptomoedas;
- Entre outros.
*Você pode buscar entender melhor sobre estes assuntos fazendo uma rápida pesquisa aqui no nosso portal.
Cada uma dessas modalidades possuem características bem diferentes e, portanto, diferentes rentabilidades e diferentes riscos.
Importante: Além de diversificar os tipos de investimento, você poderá diversificar dentro de cada modalidade. Exemplo: Dentro do mercado de ações, não compre apenas ações do setor de energia elétrica, por exemplo. Busque por commodities, vestuário, saneamento básico, indústrias, empresas com receita em dólar, etc.
O mesmo acontece com a renda fixa! Dentro dos títulos públicos, por exemplo, você poderá diversificar entre os pré-fixados, os pós-fixados, Selic, pagamento de juros semestrais, entre outros.
Quanto mais você diversificar a sua carteira, menos riscos você encontrará no caminho.
Onde investir 1 milhão?
Como dissemos acima, a melhor maneira de investir 1 milhão de reais é através de uma carteira bem diversificada. E para isso, o melhor caminho é através de uma corretora de valores qualificada e que seja de confiança.
Algumas das modalidades dos investimentos que vimos acima são também disponibilizadas pelas instituições bancárias, tal qual as que oferecem o serviço da poupança. No entanto, prefira sempre uma corretora independente.
Isso porque as instituições bancárias geralmente cobram taxas pelos serviços, o que pode acabar influenciando negativamente na sua rentabilidade final. Hoje em dia, você já encontra corretoras de valores com ótimas taxas ou até mesmo gratuitas para diversos tipos de investimentos.
Além disso, essas instituições também oferecem uma ampla variedade de opções para você diversificar sua carteira, além de uma equipe especializada no atendimento em caso de dúvidas.
Lembre-se disso na hora de investir o seu suado patrimônio.