Produção de minério de ferro da Vale sobe 12% no 2º tri
Sobre os primeiros três meses do ano, a alta foi de 11,3%
A produção de minério de ferro da Vale atingiu 75,685 milhões de toneladas no segundo trimestre de 2021, alta de 12% em relação a igual período do ano passado. Em relatório divulgado ao mercado, a mineradora informou que a produção registrou alta de 11,3% na comparação ao trimestre imediatamente anterior.
O desempenho anual é atribuído aos maiores volumes na mina Brucutu, em Minas Gerais, com o aumento da produção por processamento a seco; melhoria sazonal das condições climáticas em Serra Norte, no Pará, e um forte desempenho em Serra Leste, no Sudoeste do Pará.
Soma-se a isso também uma maior produtividade no complexo de Itabira, em Minas Gerais, com a reavaliação das soluções temporárias de gerenciamento de rejeitos.
A Vale também destacou a produção por processamento úmido em fábrica durante os testes para retomar as operações da planta de beneficiamento.
Os pontos positivos foram parcialmente compensados por interferências causadas pela instalação e comissionamento do primeiro de quatro britadores de jaspilito no S11D.
Visão do mercado
Para a Ativa Investimentos, a Vale vem apresentando incrementos consecutivos na sua capacidade de produção de minério de ferro. A empresa atualizou sua capacidade para 330 Mtpa.
"A mineradora se aproxima do limite superior do seu guidance para 2021, que é de 335 Mtpa. A viabilidade de seu cumprimento e a potência de seu mercado arrefecem preocupações quanto ao seu nível produtivo", aponta o relatório da casa.
Segundo a Ativa, a Vale continua sendo um player premium e bem posicionado para evoluir operacionalmente diante das condições atuais do mercado de minério de ferro.
"Entretanto, as dificuldades enfrentadas pela companhia em suas operações em Sudburry, devido à paralisação de funcionários, afetou significativamente a produção de metais básicos, o que levou a Vale a rever seu target nas operações de níquel e cobre", apontam os analistas.
Pronta para novos desafios
Sem aumento relevante na oferta de minério de ferro à vista, os preços da commodity seguirão em alta, mas distantes do "superciclo" dos anos 2000, afirmou o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, em entrevista.
O executivo prevê que o ritmo de produção de aço na China se estabilize nos próximos cinco anos - e "o mercado, em algum momento, vai ceder". Garante que a empresa estará "bem posicionada" para quando esse momento chegar.
"Não sou mágico para dizer se vai ser no ano que vem, daqui a dois anos, mas não é no curto prazo", diz Bartolomeo, em uma das raras entrevistas desde que assumiu o comando da mineradora, em abril de 2019, poucos meses após o rompimento da barragem de Brumadinho (MG).
Bartolomeo citou medidas tomadas desde o desastre, como o acordo de R$ 37 bilhões para reparação dos danos ambientais e sociais.
Afirmou que a Vale está no meio de uma jornada de transformação, e começam a aparecer os primeiros frutos. Uma das metas é ingressar no Índice Dow Jones de Sustentabilidade até 2025. / com Agência Estado