Com lucro de R$ 54,3 bilhões no 2° trimestre, Petrobras anuncia pagamento de dividendos recorde
Empresa vai pagar R$ 6,73 por ação em dividendos, com total de R$ 87,8 bilhões
Em balanço corporativo divulgado na noite desta quinta-feira, 28, a Petrobras revelou que, no segundo trimestre de 2022, registrou um lucro de R$ 51,3 bilhões - alta de 21,9% em relação ao trimestre anterior e de 26,8% em relação ao mesmo período de 2021. A receita da companhia também saltou no período, chegando a R$ 170,9 bilhões, 20,7% a mais que no primeiro trimestre e avanço de 54,4% na comparação anual.
Com estes resultados, a petroleira anunciou o pagamento de R$ 87,8 bilhões em dividendos aos seus acionistas (cerca de R$ 6,73 por ação), um valor recorde, que surpreendeu investidores e analistas. Após a divulgação dos resultados, as ações da Petrobras vivem um dia bastante positivo no pregão desta sexta-feira, 29, e às 12h34, os papéis PETR3 e PETR4 disparavam 7,40% e 5,98%, respectivamente.
O lucro líquido recorrente no segundo trimestre ficou em R$ 45 bilhões, 10,1% a mais que um ano atrás e 3,4% superior ao do trimestre imediatamente anterior. O Ebitda, que mede a capacidade de geração de caixa da companhia, teve alta de 58,6% contra o segundo trimestre do ano passado e avanço de 26,4% em relação ao trimestre anterior, para R$ 98,2 bilhões.
Em carta divulgada junto ao relatório financeiro, o diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, Rodrigo Araújo Alves, disse na abertura do balanço que esse resultado "mostra a resiliência e a solidez da companhia".
Repercussão do balanço da Petrobras
João Daronco, analista da Suno Research, considera que a Petrobras teve um trimestre excepcional. "Isso, graças ao alto preço internacional do petróleo (brent), a melhores margens em gás natural e derivados e a uma ótima performance operacional", comenta o especialista.
"A ameaça política também está bem mais branda. A União vai receber, de forma antecipada, um pagamento massivo. E, ao mesmo tempo, o preço da gasolina reduziu significativamente, graças a brent e dólar menores e teto no ICMS."
João Daronco, analista da Suno Research
Em análise, Pedro Soares, Thiago Duarte e Bruno Lime, analistas do BTG Pactual destacam que com um saldo de caixa agora em cerca de US$ 19 bilhões, a hipótese de que a companhia volte a "agradar" seus acionistas no curto prazo não pode ser descartada. Daronco compartilha da mesma opinião e conclui que "não seria surpresa se tivéssemos outros pagamentos gordos de dividendos mais à frente". / Com Agência Estado
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