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Onde os milionários estão investindo
Finanças Pessoais

Onde os milionários investem e como investir como eles

Os desafios em relação onde investir estão cada vez maiores. Taxa de juros nos menores níveis históricos, um mundo um pouco menos inclinado a investir em…

Data de publicação:06/06/2018 às 16:27 -
Atualizado 4 anos atrás
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Os desafios em relação onde investir estão cada vez maiores. Taxa de juros nos menores níveis históricos, um mundo um pouco menos inclinado a investir em países emergentes, incertezas sobre o cenário eleitoral que teremos daqui a pouco e assim por diante.

Esse ambiente não ocorre apenas com você. Os investidores de alta renda, que muito recentemente já se conformavam com um rendimento equivalente ao CDI, hoje buscam diversificar suas aplicações.

E não pense que eles têm acessos a investimentos super-exclusivos por terem maior renda e ponto final. É claro que os grandes investidores possuem alguns privilégios, mas diversos investimentos que eles fazem são acessíveis também ao investidor comum.

No entanto, apesar de acessíveis, muitos investidores ainda continuam aplicando em alternativas pouco rentáveis a longo prazo, deixando um valor considerável na mesa por fazerem escolhas pouco eficientes.

Saber mais sobre como e onde os milionários investem pode ser um bom caminho para você aprimorar também a sua própria carteira de investimentos.

Por isso, continue lendo para se esquivar dessa armadilha e saber mais sobre:

  1. Como os milionários estão investindo em 2018
  2. Onde os milionários investem
  3. O que esse movimento quer dizer?

Como os milionários estão investindo em 2018

Como os milionários estão investindo

A Anbima compila dados segmentados por renda, o que nos permite verificar os movimentos que cada classe (varejo tradicional, alta renda e private) está fazendo.

É importante notar que os segmentos de alta renda e private registraram um crescimento nos investimentos mais expressivo do que o varejo tradicional. Enquanto esses dois segmentos de classes de mais afortunados cresceram 12,1% e 14,8%, respectivamente, o varejo tradicional cresceu apenas 7,4%.

Ao fim de 2017, os segmentos de varejo tinham R$ 916,1 bilhões em aplicações, fora previdência, ainda representando a maior parte dos recursos investidos. Já os segmentos de alta renda e private tinham R$ 778,1 e R$ 868 bilhões, respectivamente.

Além disso, esses dois segmentos (alta renda e private) são menos conservadores que os investidores do varejo. Então, com uma queda tão acentuada da taxa de juros, essas duas classes naturalmente crescem mais do que os outros.

A evolução entre 2016 e 2017 mostrou que a classe alta renda migrou dos investimentos mais conservadores para os menos.

Onde os milionários investem

Onde os milionários investem

Para se ter uma ideia do movimento de investimentos conservadores para os mais arrojados, as aplicações em fundos de investimentos, que representavam 41,1% das aplicações da alta renda em 2016, em 2017 subiram a participação para 49%.

E mais do que isso, dentro da categoria de fundos, os fundos multimercados foram os que mais cresceram, aumentando sua participação de 3,7% para 7,8%. Títulos de renda fixa, por outro lado, decresceram a participação de 44,3% para 35,3%.

Aplicações em renda variável também aumentaram nessa classe de renda.

Aplicações em fundos de ações subiram de R$ 4,9 para R$ 8 bilhões, com a participação no total, mesmo que ainda modesta, subindo de 0,7% para 1,0%.

Investimentos diretos em ações (não precisando do fundo de investimento) cresceram de R$ 23,5 para R$ 31,4 bilhões, com a participação passando de 3,4% para 4,0%.

No segmento private, onde realmente estão os milionários, os fundos já representavam a maior parte das aplicações e mesmo assim cresceram entre 2016 e 2017.

Essas aplicações aumentaram de R$ 367,2 para R$ 446,5 bilhões, representando agora 51,4% (contra 48,6% em 2016), ou seja, mais da metade dos investimentos dos clientes private está em fundos de investimento.

Nesse universo, os fundos de ações foram os que mais cresceram, mais que dobrando de um ano para o outro passando de R$ 18,2 para R$ 39,5 bilhões, ou de 2.4% para 4.6% em termos de participação na carteira total. Os investimentos em renda variável também subiram sobremaneira, passaram de R$ 104,7 para R$ 145,3 bilhões e agora representam 16.7% da carteira (era 13.8% em 2016).

Ainda nos fundos, os multimercados subiram de R$ 209,5 para R$ 260,5 bilhões, ou seja, um crescimento de 24,4% entre 2016 e 2017. A participação desses fundos atingiu 30%, a mais alta que o segmento private já teve nesses fundos segundo a série histórica compilada pela Anbima.

Na outra ponta, investimentos de renda fixa caíram -3,0%, passando de R$ 283 para 274,6 bilhões. Ao olhar a participação na carteira, a queda é ainda mais brusca: de 37,4% para 31,6%.

Isso, como você já deve ter notado, é reflexo justamente da baixa taxa de juros que estamos vivendo. Nesse cenário os investimentos em renda fixa perdem vantagem em comparação com outros tipos de aplicações.

A saída é diversificar mais.

Assim, a demanda por fundos de investimento fica grande, principalmente os multimercados.

Esses fundos, além de terem investimentos em todas classes de ativos (lembre-se dos diferentes tipos de fundos) e, portanto, já oferecer a diversificação que os investidores procuram, também são os que têm a gestão mais profissional e especializada.

Afinal, investir sozinho em um contexto de baixa taxa de juros é uma tarefa complicada. Terceirizar essa tarefa para um especialista é sempre adequado para investidores inexperientes.

Gestoras reconhecidamente eficientes como SPX, Verde, Adam Capital, Kapitalo são as que gerem os melhores fundos multimercados, sendo os mais procurados desse segmento.

Outra coisa que tem que ser notada na carteira do segmento private: o investimento em poupança é quase zero em termos de participação (oscila entre 0,4% e 0,2%) e sempre foi assim.

Isso é sintomático pois a poupança, apesar de ser uma aplicação notadamente conhecida, não tem muitas vantagens em comparação a outros investimentos.

Apesar de agora que inflação está muito baixa não ser o caso, a poupança já chegou a ter rendimento real negativo (lembre-se que este é o rendimento que importa para seu patrimônio financeiro pessoal crescer a longo prazo).

O que todo esse movimento quer dizer?

O que todo esse movimento quer dizer

No fim, vimos um monte de números mas o que isso significa?

Bem, o que podemos inferir que os investidores milionários acompanham mais de perto a conjuntura econômica. Algo que todo investidor deve fazer.

Isso pode ser notado ao verificarmos que a carteira desses investidores ficou mais composta por ativos de renda variável e fundos multimercados em detrimento das aplicações em renda fixa.

O cenário de juros baixos influencia para os dois lados: renda fixa, claramente, irá perder vantagem e renda variável começa a valorizar (isso é mais ou menos uma regra de bolso: a bolsa valoriza quando os juros caem).

Além disso, os fundos multimercados passam a ser uma ótima opçao visto que a diversificação é necessária nesse ambiente. Fora que esses fundos contam com a expertisse de excelentes gestores e buscarão os melhores caminhos com mudanças de cenário frequentes.

Portanto uma dica rápida que dou é que todos os investidores, seja o varejo tradicional ou os mais ricos, procurem carteiras de investimentos mais diversificadas e, sempre respeitando os seus objetivos e perfil, buscar investimentos menos tradicionais e mais arrojados para compor essa carteira.

De novo, a taxa de juros extremamente baixa para nossos padrões impõe que seja assim.

Mesmo que você tenha um perfil conservador, considere balancear mais sua carteira. Fundos multimercados, como disse, são uma ótima opção nesse sentido e as melhores gestoras operam esses tipos de fundos.

 Conclusão

Os investidores milionários são os que mais têm acesso a informação de qualidade e, dessa forma, aplicam seus recursos em ativos mais interessantes. Mas isso não quer dizer sempre que apenas essa classe seja privilegiada e um investidor comum também não consiga ter acesso a investimentos de qualidade.

Mesmo que investidores com renda mais elevada tenham acesso a produtos melhores, um investidor comum pode tirar alguns insights de como os milionários diversificam sua carteira. Além disso, as classes de ativos investidos são totalmente acessíveis a investidores comuns.

Dessa forma, verificar onde os clientes private aplicam seus recursos é uma ótima forma de, ao menos, considerar um portfólio alternativo.

Ao observar todos os números que passamos hoje, fica claro que os investimentos em renda fixa estão perdendo importância. O cenário atual demanda uma diversificação maior.

E se ficou com alguma dúvida adicional ou quer contribuir mais com o assunto, comente abaixo!

Compartilhe esse conteúdo com mais investidores que você deseja ajudar a conquistar Mais Retorno sabendo mais sobre onde os milionários investem.

Sobre o autor
Vinicius Alves
Economista, atuou no departamento econômico de empresas de sell side no mercado financeiro. Já foi Top-5 de projeção de inflação de curto prazo do BC.
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