Mercado Financeiro

O que são BDRs e vale a pena investir nesse tipo de ativo?

Com a atual situação econômica brasileira, num cenário de juros baixos, muitos investidores têm procurado opções de ativos estrangeiros para a diversificação de seus portfólios. Nesse…

Data de publicação:14/04/2022 às 05:00 - Atualizado 3 anos atrás
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Com a atual situação econômica brasileira, num cenário de juros baixos, muitos investidores têm procurado opções de ativos estrangeiros para a diversificação de seus portfólios.

Nesse contexto, um investimento que está cada vez mais em evidência e conquistando investidores ao redor do país são os BDRs. Mas você sabe o que são e como funcionam esses ativos? Será que valem a pena? Hoje vamos te ajudar a entender tudo o que você precisa saber sobre os BDRs.

O que são BDRs?

Brazilian Depositary Receipts, que na tradução mais comum significa Certificado de Depósito de Valores Mobiliários, são ativos do Brasil emitidos em outros países. Essa é a alternativa brasileira que equivale aos ADR (American Depositary Receipts).

Os BDRs são certificados que representam ações de empresas estrangeiras e podem ser negociados na Bolsa de Valores Brasileira, a B3, permitindo que os investidores brasileiros comprem ações de companhias internacionais.

As principais companhias estrangeiras negociadas na B3 são Apple, Amazon, Mercado Livre, Microsoft e Tesla. 

O investidor que adquire BDRs se torna acionista?

Não. Ao adquirir um BDR o investidor passa a ter um certificado emitido por uma instituição depositária que representa a ação da companhia.

As instituições depositárias são responsáveis por adquirir as ações e fazer a custódia dessas. Ou seja, a instituição mantém as ações bloqueadas e guardadas, emitindo os certificados que representam estes ativos para serem negociados na Bolsa de Valores.

Dessa forma, o investidor vai ter na sua carteira um ativo estrangeiro que acompanha o mercado internacional sem se tornar acionista da empresa.

Quais são os tipos de BDRs?

Os ativos são divididos em dois grandes grupos principais: os BDRs patrocinados e os não-patrocinados. A principal diferença entre um e outro está em como os recibos chegam para serem negociados na B3.

BDRs patrocinados 

Os BDRs patrocinados são aqueles em que a própria empresa responsável pelas ações contrata uma instituição depositária para emitir os certificados.

Deste modo, podemos ter em conta que, com esse tipo de patrocínio, a companhia tem interesses dentro do mercado nacional e quer, ativamente, estar presente na bolsa brasileira.

Existe ainda uma subdivisão em três níveis dentro dos BDRs patrocinados.

Nível I

No nível I, as companhias não precisam do registro da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para que os recibos sejam negociados. 

No entanto, as negociações só podem acontecer em mercado de balcão não organizado ou em segmentos da bolsa criados exclusivamente para papéis desse tipo.

Quando a distribuição dos BDRs é feita por meio de oferta pública, esta deve ser de “esforços restritos”. Na prática, isso significa que a oferta está limitada ao número de 50 investidores. 

Em relação à regulamentação, as instituições dos BDRs patrocinados do nível I devem replicar no mercado brasileiros todas as informações que a empresa divulga em seu mercado original.

Níveis II e III

Os BDRs II e III são semelhantes em praticamente todos os aspectos. 

Começando pela regulamentação, nestes níveis a empresa emissora dos BDRs deve ser registrada e regulamentada pela CVM para operar no Brasil. Além disso, essas empresas devem seguir todas as mesmas regras que as companhias brasileiras de categoria A, como a Petrobras, por exemplo. 

A negociação desses níveis de BDRs pode ser feita diretamente no pregão da bolsa

A diferença entre os níveis II e III está nas ofertas públicas. Enquanto os certificados de nível II só podem ser distribuídos com “esforços restritos”, os de nível III podem ter ofertas públicas de distribuição ampla, se registrados na CVM.

BDRs não-patrocinados

Os BDRs não-patrocinados, como o próprio nome já diz, são aqueles que não contam com a iniciativa da própria companhia responsável pelas ações. Quem faz todo o processo para o lançamento dos certificados no mercado brasileiro, nesta categoria, são as instituições depositárias.

A forma mais comum de encontrar BDRs atualmente no país é justamente na categoria de não-patrocinados. 

Bem como são as instituições depositárias que tomam a iniciativa de trazer os certificados para o Brasil, também é delas a responsabilidade de manter informados os investidores a respeito de relatórios, balanços e o que mais for necessário.

Quais são as vantagens de investir em BDRs?

Assim como mencionamos anteriormente, no cenário econômico brasileiro, buscar alternativas de investimentos que possam alavancar os resultados da carteira do investidor se tornou essencial. 

Um dos principais pontos para decidir se BDR é um bom investimento para você é conhecer e entender qual o seu perfil de investidor. Dessa forma, você terá em conta quais tipos de ativos são boas opções para seus objetivos e tolerância a risco. Você pode descobrir seu perfil de investidor com esse teste preparado pela Mais Retorno.

Com isso em mente, agora vamos falar sobre os pontos positivos que podem ser encontrados na hora de investir. Dentre diversos aspectos, as vantagens que mais se destacam e que vamos abordar aqui são a diversificação e a praticidade proporcionadas pelos investimentos em BDRs.

Diversificação de portfólio

Os ativos internacionais são uma boa opção para diversificar a carteira e os BDRs se destacam por abrir oportunidades de investimentos em diversos mercados globais de uma maneira muito simples. 

Os mercados estrangeiros são impactados e reagem de forma diferente do mercado interno brasileiro aos acontecimentos do dia a dia. 

Sendo assim, as respostas que o investidor pode encontrar com os BDRs a algum fato econômico não seguem, necessariamente, a mesma linha de resposta dos investimentos brasileiros, o que é bom para a diversificação do portfólio. 

É possível atingir com essa diversificação uma maior segurança no dia a dia do investidor, além de ter bons resultados.

Praticidade

Se um investidor brasileiro quer comprar uma ação de uma empresa estrangeira, ele precisa abrir conta numa corretora do país de origem dessa empresa para conseguir negociar na bolsa de valores. 

Com os BDRs, a burocracia para a realização dos investimentos em ativos internacionais se torna muito menor, porque os ativos emitidos pelas instituições depositárias são negociados diretamente na B3, o que facilita a vida do investidor. 

Existem desvantagens nos BDRs?

Assim como em qualquer outro investimento, os BDRs também contam com algumas desvantagens. 

A principal delas é que ainda não existe um número muito grande de opções dentro desses ativos. O número de BDRs listado na Bolsa de Valores do Brasil está em torno de 700 e a maioria destes está na categoria de não-patrocinado.

Outro ponto de atenção é que o volume de negociação de BDRs não é tão expressivo ainda, o que proporciona uma baixa liquidez para os ativos. 

Entretanto, essas desvantagens podem deixar de existir em algum tempo tendo em vista que o investimento em BDR está em ascensão e a tendência é que tanto a presença de ativos listados na Bolsa quanto o volume de negociação cresçam.

Quais são suas tributações?

A tributação ocorre de forma simples e similar às ações: com a cobrança, pelo Imposto de Renda, de 15% sobre os ganhos obtidos no período. 

A única diferença é que a tributação ocorre mesmo quando os valores operados são menores do que R$ 20 mil. Não há isenção de IR para os BDRs, independentemente do volume. 

Quais os custos desses investimentos?

Todos os BDRs são negociados e liquidados em real, acompanhando a variação cambial. 

Os custos para operar esses ativos são bastante semelhantes ao que encontramos com as ações. É cobrada uma taxa de corretagem, que varia de acordo com a corretora onde o investidor está, e a taxa de custódia. 

Outro custo que os BDRs podem apresentar é em relação às instituições depositárias. Algumas delas cobram um valor de 5% em cima dos dividendos pagos pela companhia, o que equivale a uma comissão. 

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