O que é Stress Test? Saiba como medir o risco de um investimento
Riscos são uma constante quando falamos de finanças e investimentos. E claro, sempre desejamos eliminar o máximo desses riscos quando pensamos em onde vamos colocar o…
Riscos são uma constante quando falamos de finanças e investimentos. E claro, sempre desejamos eliminar o máximo desses riscos quando pensamos em onde vamos colocar o nosso dinheiro.
É bem verdade que sempre frisamos aqui a relação risco x retorno em que, quanto maior o retorno de um ativo, maior tende a ser o risco. Isso é verdade quando comparando diversos tipos de investimentos e mesmo naqueles mais arriscados, queremos sempre ter o menor risco possível.
Afinal, não faz sentido querer um risco maior do que ele realmente é apenas para ter um retorno maior. As coisas precisam sempre estar no seu devido lugar.
Para ajudar nessa árdua tarefa, um modo eficiente de mapear os riscos é através do chamado Stress Test.
Mas o que essa expressão em inglês significa e como a usar a seu favor quando o assunto é suas finanças? É o que você verá no texto de hoje.
Por isso, continue lendo para saber mais sobre:
O que é o Stress Test
Como utilizar em seus investimentos
O que é Stress Test
O Stress Test é um processo amplo, que pode ser aplicado a uma empresa, uma gestora ou um banco.
Trata-se de um meio de verificar como seu patrimônio ou ativos de uma carteira seriam afetados de acordo com diferentes cenários que pudessem acontecer.
Trazendo para o mundo específico das finanças, trata-se de uma simulação com os principais indicadores de juros, moedas, ações, crédito, inadimplência, atividade econômica, enfim, todas as variáveis que possam afetar seus investimentos.
É claro, não sabemos o que irá acontecer com essas diversas variáveis, logo, atribui-se um valor a elas e então é verificado o que aconteceria com seus investimentos em diferentes cenários.
É claro que o futuro é incerto e até por isso é arriscado. Então, apenas um cenário não contempla todas as alternativas que podem ocorrer com seus investimentos. Assim, diversas simulações são feitas.
É daí que surge o nome “stress test”. É um processo que realmente “estressa”, no sentido de verificar tudo o que pode acontecer com seus investimentos.
Os stress tests são mais utilizados nas instituições financeiras e bancos, pois a inadimplência e o nível de taxas de juros é algo que afeta bastante o retorno dessas atividades. Assim, ao realizar um stress test, essas instituições conseguem avaliar a robustez de suas carteiras e atuar para amenizar possíveis riscos.
Mas isso não é algo restrito apenas a bancos. Você também pode fazer o mesmo com a sua carteira de investimentos (lembre-se da importância de se ter uma carteira, inclusive).
Assim, vamos tentar traduzir esse conceito para nosso mundo de interesse aqui.
Como utilizar o Stress Test em seus investimentos
Conforme apontado anteriormente, o stress test é uma ferramenta valiosa para mensuração de riscos de uma carteira.
E faço a questão de frisar o termo carteira aqui por dois motivos: o primeiro é o que sempre falamos que a composição de uma carteira diversificada é o melhor modo de atenuar alguns riscos; o segundo, relacionado ao primeiro, é que o stress test leva em conta essa diversificação ao ser realizado. Ou seja, nos cenários também é verificada a influência que um determinado ativo tem em relação aos outros.
Efetivamente, eu diria que as seguintes variáveis têm o potencial de afetar uma carteira de investimentos:
- Inflação;
- Nível da taxa de juros;
- Crescimento do PIB;
- Mercado global;
- Taxa de câmbio;
- Finanças públicas; e
- Cenário político (que na verdade impacta as variáveis citadas anteriormente).
Não existe um padrão determinado, dado que cada setor da economia tende a responder de uma forma a essas variáveis (daí mais uma importância da diversificação). Aí está a “arte” do stress test.
Um jeito direto e o mais usado de se fazer isso, é olhar o histórico do que se acontece com os ativos quando ocorre alguma mudança nas variáveis que citei.
Por exemplo, estamos em um ambiente de atividade bastante fraca atualmente e isso está impactando bastante os ativos, principalmente de renda variável. Imagine agora um cenário em que o PIB se recupere ainda mais lentamente e tenhamos crescimento negativo esse ano.
Naturalmente as ações tenderão a se desvalorizar. Mas quanto?
Ora, um modo de olhar isso é a reação que esses ativos tiveram em outros períodos de frustração de atividade, como por exemplo, 1999 ou 2014.
Mais importante ainda é verificar os ativos mais sensíveis a tal mudança.
Ou seja, você deve se fazer a seguinte pergunta: “Eu tenho na minha carteira esse ativo, mas também tenho outros que são menos sensíveis. No agregado, o que acontece com a minha carteira?”
Essa é a primeira pergunta que um stress test irá responder.
Mas, dando um passo atrás, como disse esse é apenas um cenário possível. Um stress test completo levará em conta outra porção de cenários que possam acontecer.
E claro, alguns são mais prováveis e outros menos. Outra arte disso, é atribuir probabilidades aos diferentes cenários e assim construir um consolidado.
Após responder a primeira pergunta, levando-se em conta o stress test com um cenário consolidado, vamos a segunda pergunta, que é mais efetiva: “Como posso me proteger desse risco?”
Ou melhor: “Considero isso um risco e não gostaria de passar por ele. Como me proteger ou alterar minha carteira de forma a não ficar exposto a ele?”
É agora que é importante ter em mente ativos que não perdem (e até os que ganham, como os antifrágeis) para se considerar incluir na carteira.
E claro, citei apenas o exemplo com atividade econômica, mas isso deve ser feito com todas as outras variáveis: inflação, câmbio, juros etc.
Fazendo esses testes de stress, você estará avaliando sistematicamente a robustez da sua carteira e fazendo sempre uma avaliação crítica do que pode acontecer. Assim, grandes surpresas (que não gostamos quando se trata de dinheiro) podem ser evitadas ou antecipadas.
Conclusão
Mensurar riscos é sempre uma constante em gestoras de recursos e, portanto, algo que sempre deveria ser feito por qualquer tipo de investidor.
Sempre gostamos de nos antecipar a surpresas para evitar a concretização desses riscos. Mas antes de qualquer coisa, temos de mapeá-los, concorda?
Uma forma eficiente de mapear esses riscos é realizar o chamado stress-test, que avalia o que se acontece com uma carteira de ativos em diversos cenários.
Aliado ao stress-test, que nos responderá ao que estamos sujeitos, uma boa ferramenta de riscos é o chamado VaR (Value at Risk), que já temos texto para você conhecer aqui.
De qualquer forma, o stress-test nos auxilia para conseguir sempre olhar criticamente para a sua carteira e possivelmente verificar o que se pode melhorar.
Mas e você? Pretende ou já faz esse procedimento em sua carteira e quer contribuir mais com o assunto ou tem alguma dúvida? Comente abaixo!
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