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Renda Fixa

O momento é da renda fixa, mas o que é melhor: Tesouro Selic, Tesouro IPCA, LCI ou LCA?

Investidor deve analisar liquidez, tributação, segurança além do rendimento para escolher a melhor opção

Data de publicação:28/04/2023 às 08:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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Dez entre dez analistas do mercado financeiro concordam que o momento é excelente para a renda fixa. A manutenção da Selic no nível mais elevado dos últimos 9 anos se propaga por toda seara dos investimentos que remuneram à base de juros.

As opções são muitas e variam em termos de liquidez, segurança, tributação e até mesmo de rendimento, embora de alguma forma seja balizado pela taxa básica da economia. A escolha de uma delas deve considerar, necessarimente, o perfil e as necessidades do investidor e os fatores que podem interferir na trajetória dos juros nos próximos meses.

fundos de renda fixa
Manutenção da Seslic em níveis elevados beneficia os investimentos da renda fixa - Foto: Reprodução

A aposta do mercado, estampada no boletim Focus, é a de que a Selic chegue ao final de 2023 em 12,50%, com queda de 1,25 pp até lá. Para Pedro Domingues, sócio da Nexgen Capital, a perspectiva é de que a taxa permaneça nesse patamar que está hoje até o final deste ano para então começar a cair.

Pré ou pós-fixado

Nesse cenário, segundo ele, o mais interessante seria estar em ativos pós-fixados atrelados ao CDI com vencimento até o fim de 2023, em função da atratividade da taxa. Se o investidor contar com um horizonte maior de prazo vai valer a pena tomar posições em taxas prefixadas para conseguir a manutenção de rentabilidade que ele tem hoje. 

Ainda em relação aos pós-fixados, o especialista da Nexgen, afirma que “ativos indexados à inflação são sempre muito interessantes para ter na carteira, porque vai ter sempre ganho real. Independentemente do nível que os juros estejam, você vai ter uma remuneração acima da inflação”.

Andressa Bergamo, sócia-fundadora da AVG Capital compartilha da ideia de que o ideal é diversificar e mesclar os papeis na carteira. Ela já vem colocando os prefixados na prateleira para seus clientes. “Para um investimento de longo prazo de um tempo para cá eu já venho indicando alguns investimentos de renda fixa prefixados tendo em vista que em algum momento essa taxa deve cair”, diz ela.

Os prefixados chegaram a oferecer até mais, relata a sócia da AVG, quando a perspectiva de queda das taxas de juro ainda não fazia parte do cenário. Mesmo assim, há prefixados oferecendo mais que 1% ao mês, livre de imposto. Ela exemplifica com um CDB curtinho, de 90 dias prefixado, do BTG Pactual, que oferecia esta semana 14,16% ao ano e outro também pré, mas de 730 dias, com taxa de 12,43% ao ano, com taxa mais baixa porque já está precificando a queda dos juros no futuro.

Embora os prefixados estejam interessantes, a analista da AVG diz que não se deve deixar de lado os pós-fixados, “visto que a gente não sabe quando vai ser a redução de taxa. Então é preciso aproveitar esses 13,75%, e colocar na carteira um pós, indexado à Selic, porque querendo ou não o título vai acompanhar essa taxa de juro de 13,75%”.

Em um CDB pós-fixado, também do BTG, de 730 dias, com vencimento em 2025, a taxa era equivalente a 107% do CDI, ou 14,71% ao ano.

Tesouro ou LCI e LCA?

“São riscos completamente diferentes das LCIs e LCAs e dos Títulos do Tesouro”, pondera Andressa. “Os títulos públicos são os mais seguros, porque a contraparte é o Tesouro, o governo”, afirma Domingues. "Mas por essa condição, os títulos do governo acabam oferecendo a menor remuneração, porém maior liquidez e maior segurança” complementa ele.

Para compensar o risco que é maior, os papeis privados vão oferecer uma remuneração maior, destaca a sócia da AVG. De acordo com ela, um Tesouro Selic vai entregar 100% do CDI, algo próximo de 13,75%, enquanto uma LCI ou uma LCA vai oferece algo superior a 14%. “Quanto mais risco maior a taxa, quanto menor o risco mais enxuta será a taxa para o cliente.”

De todo modo, vale dizer que LCIs e LCAs, assim como os CDBs e outros papeis de emissão bancária, têm a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para aplicações de até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeiro, enquanto os Títulos do Tesouro carregam o aval do governo. 

As Letras de Crédito Imobiliário e Letras de Crédito do Agronegócio são emitidas pelos bancos e são isentas de imposto de renda para a pessoa física. A segurança dos papeis estará vinculada, portanto, à solidez do emissor. 

De acordo com a especialista da AVG, uma LCA de 2 anos, emitida pelo BTG oferecia uma remuneração equivalente a 91% do CDI, ou 12,51% livres de IR, já uma LCA também de 2 anos, prefixada, do Banco Digimais oferecia uma taxa de 11,83% ao ano.

“Em relação aos Títulos do Tesouro, o cenário ideal é ter um pouco de cada, um pouco do pós, um pouco de pré e os indexados à inflação, que são mistos”, recomenda Andressa, sendo que nesse momento, o maior peso deve ser ainda dado ao Tesouro Selic, porque a taxa de juro tende a seguir elevada por mais alguns meses.

O Tesouro IPCA também é indicado, ele que paga uma parte do rendimento pós-fixado e equivalente à inflacão e parte prefixada referente à taxa de juros. “O Brasil tem um histórico de inflação, e é preciso estar protegico contra a alta dos preços”, ressalta a sócia da AVG. Ela chama a atenção, no entanto, que vez ou outra a inflação pode virar uma deflação e o rendimento pode não ser tão interessante.

Atrativos e riscos do crédito privado

“Com os títulos de crédito privado, você empresta recurso a uma empresa para que ela toque suas operações e faça os seus investimentos. Você recebe uma taxa em cima disso, porém é preciso saber que no crédito privado há o risco de inadimplência da empresa” explica Domingues. “Mas é claro que temos bons nomes, de empresas seguras, com o rating de crédito elevado”, arremata ele.

Andressa destaca as debêntures incentivadas que são isentas de impostos, emitidas por empresas de diferentes setores da economia. “Mas também é algo que a gente tem que olhar com muita atenção, muito cuidado, porque depois de Americanas criou-se mais restrição por conta dos riscos envolvidos. Se a empresa quebrar, o investidor perde todo dinheiro investido".

Segundo ela, as taxas das debêntures incentivadas estão excelentes, normalmente são indexadas à inflação, e estão entre IPCA+6%, IPCA+7%, isentas de impostos. “São taxas boas, muito boas. Porém pode ter um grande risco envolvido, dependendo de cada emissão. O que a gente indica são as elétricas, e estamos fora de varejo”.

Ainda para aproveitar a onda da boa rentabilidade do setor, a especialista da AVG considera interessantes os fundos de crédito privado, porque os riscos ficam bem pulverizados, ao mesmo tempo em que há uma diversificação de taxas e indexadores do papeis. Vale a pena, no entanto, ficar atento às taxas de administração e fugir das que são muito altas, ela considera razoável taxa máxima de 0,70% ao ano, inferior a 1%.

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Sobre o autor
Regina Pitoscia
Editora do Portal Mais Retorno.