Nunca apliquei meu dinheiro. Por onde devo começar a investir?
Cada vez mais os brasileiros estão refletindo sobre seu futuro financeiro. Diante da instabilidade econômica e da deficiência do sistema previdenciário, muitas pessoas descobriram a importância…
Cada vez mais os brasileiros estão refletindo sobre seu futuro financeiro. Diante da instabilidade econômica e da deficiência do sistema previdenciário, muitas pessoas descobriram a importância de poupar dinheiro.
A pergunta que muitos fazem é: como começar a investir meu dinheiro?
Antes de começar a investir, é importante conhecer vários conceitos e os tipos de investimentos existentes. Atualmente, há diversas opções de aplicações para todos os bolsos, com baixo risco e aplicação inicial num valor mínimo.
Neste artigo, você vai conhecer vários conceitos básicos do mercado de investimentos e dicas valiosas que vai te ajudar a começar a investir.
O que saber antes de começar a investir?
Antes de começar a investir, é importante conhecer cinco pontos básicos sobre o mercado financeiro:
Liquidez
É o nível de facilidade ou dificuldade que o investidor terá para resgatar ou transferir sua aplicação. Quanto mais alta for a liquidez, mais rápido você tem o dinheiro aplicado de volta. Os investimentos com alta liquidez são os mais procurados por representar risco mais baixo.
Risco
Por falar em risco, esse conceito está ligado diretamente com a possibilidade do retorno ser baixo e até mesmo negativo. O risco é a chance de algo acontecer fora do esperado ou em desacordo com os interesses do investidor. Na prática, o risco é algo que pode impactar os resultados das operações financeiras.
Por regra, investimentos que apresentam maior risco, também maior rentabilidade.
Rentabilidade ou rendimento
A rentabilidade ou rendimento é o percentual do dinheiro que o dinheiro aplicado vai render em relação ao investimento realizado.
Diversificação
Uma das principais estratégias de investimento é a diversificação de investimentos. Entre outras palavras, as instituições financeiras vão aconselhar os investidores a dividir seus recursos entre diferentes produtos.
Essa prática é utilizada para reduzir os riscos que envolve o mercado financeiro. Cada investimento oscila de maneira distinta por consequência dos acontecimentos no cenário econômico. Isso pode provocar a queda de uma aplicação e outro pode ter sua rentabilidade aumentada.
Retorno
O retorno é o valor que o investidor vai receber com um investimento. Ele é chamado de rentabilidade quando está expresso no formato de um percentual.
Por exemplo, uma rentabilidade de 6,5% anualmente é o mesmo que o retorno equivalente a 6,5% do valor aplicado no início.
Estabeleça objetivos
O primeiro ponto para iniciar essa jornada pelo mundo dos investimentos é estabelecer quais são seus objetivos. Não precisa ser algo grandioso como adquirir um imóvel. Mas para começar a investir é importante estabelecer a razão que você deseja economizar dinheiro.
Em geral, as principais razões são: troca de carro, aposentadoria, viagem, faculdade dos filhos, aquisição de imóvel, reserva de emergência, entre outros. Cada objetivo está relacionado diretamente a um prazo. Pensando nisso, os investimentos são classificados em três tipos de prazos:
Investimentos de curto prazo – Aplicações com duração de até um ano. Para esses casos, os especialistas recomendam investimentos com liquidez diária, pois podem ser utilizados com o reserva de emergência, diante de imprevistos. Esses investimentos estão disponíveis de forma imediata.
Investimentos de médio prazo – Essas aplicações duram entre um e cinco anos. Parte desses investimentos podem ser aplicados em produtos com risco moderado, com uma certa volatilidade e que não tenham liquidez diária.
Investimentos de longo prazo – São aplicações feitas acima de cinco anos. Nesses casos, o investidor pode investir em ativos com maior volatilidade e potencial de ganho.
Determine o valor mensal que será aplicado
O valor mensal a ser aplicado precisa estar de acordo com seu orçamento pessoal. Monte uma planilha com seus custos pessoais e considere o valor do investimento mensal.
Se você conseguir aumente aos poucos o valor da aplicação para compensar os meses, em que há mais gastos como os primeiros meses do ano, por conta de impostos e gastos escolares.
O fundamental é manter o controle das suas finanças pessoais. Se organize. Não espere sobrar dinheiro no final do mês para investir, pois gastos de última hora vão abocanhar esses valores disponíveis.
Descubra o seu perfil de investidor
É imprescindível entender que tipo de investidor você é. Muitas instituições financeiras realizam uma série de perguntas automáticas para descobrir o perfil do investidor.
Esse perfil é construído baseada nas respostas como idade, tolerância aos riscos e perdas do mercado financeiro, objetivo do investimento, situação financeira, nível de conhecimento sobre mercado, entre outras.
O perfil do investidor é uma espécie de guia para te ajudar a escolher os produtos financeiros mais adequados.
Com o questionário aplicado pelas instituições financeiras, é possível classificar os investidores em três diferentes categorias, conforme o risco de cada um. São eles:
Conservadores – Investidores que priorizam aplicações com liquidez e possuem baixa tolerância ao risco.
Moderados – Investidores que desejam proteger o capital a longo prazo e estão dispostos a investir parte do seu dinheiro em produtos que apresentam um nível maior de risco.
Agressivos ou Arrojados – Investidores que desejam obter maior retorno e têm maior tolerância aos riscos. Em alguns momentos, eles aceitam a possibilidade de perder um pouco.
É importante entender que o perfil do investidor não é estático. Ao longo da vida, o nível de conhecimento, situação financeira e objetivos vão mudando e com isso, o perfil pode ser alterado.
Conheça as aplicações
Após estabelecer seus objetivos, é hora de conhecer e estudar sobre os investimentos. Há uma grande variedade de produtos financeiros.
Também leia sobre o cenário econômico e suas mudanças para estabelecer sua carteira de investimentos. Plataformas como a Mais Retorno apresentam informações diárias sobre o mercado financeiro, cenário político e econômico do Brasil e do mundo, tipos de investimentos, entre outros dados.
Abra uma conta numa instituição financeira
Para começar a investir, é preciso abrir um conta numa instituição financeira autorizada pelo Banco Central e B3 a investir em diversos ativos, inclusive na compra e venda de ações.
As corretoras oferecem maior variedade de produtos financeiros dos que os bancos, uma vez que elas são especializadas em investimentos. É importante que você conheça as tarifas envolvidas nos investimentos. Há várias taxas, sendo que as mais comuns são: taxa de administração, taxa de custódia, taxa de corretagem, imposto de renda, ISS, entre outras.
Tipos de investimento
Há vários ativos disponíveis no mercado financeiro, sendo que cada um deles tem características específicas, como valor mínimo de aplicação, rentabilidade, prazo de vencimento, liquidez, impostos e taxas. Os investimentos são classificados em renda fixa e renda variável.
Renda Fixa
Os investimentos de renda fixa são aqueles que os rendimentos são definidos desde o momento da aplicação, podendo ser pós-fixados ou pré-fixados. Quando o investidor aplica nesse tipo de investimento, ele está “emprestando” dinheiro para o emissor, seja para empresas como as debêntures e CDB, ou para o governo como o Tesouro Direto.
Os principais investimentos de renda fixa são:
- Poupança
- CDB
- LCI
- Tesouro Direto
- LCA
- Debêntures
- CRI
- Letras de Câmbio
- CRA
Renda variável
Os investimentos de renda variável são aqueles que não é possível prever a rentabilidade no ato da aplicação. A rentabilidade vai variar de acordo com as condições do mercado. Os investidores que aplicam nesse tipo de investimento têm o perfil mais agressivo e aceitam riscos.
Os investimentos de renda variável não são indicados para investidores iniciantes. Confira os principais:
- Ações
- ETFs
- Fundos imobiliários – FIIs
- Criptomoedas
- Fundos de investimentos
- BDRs
- Criptomoedas
- Câmbio
- Commodities
Independentemente do tipo, há investimentos disponíveis para todos os bolsos, tempo de dedicação e níveis de conhecimento.
Alguns investimentos de renda fixa têm aplicação inicial a partir de 30 reais. Outros fundos de investimentos de renda variável exigem um aporte inicial de 500 reais.
Cinco erros mais cometidos por investidores iniciantes
Antes de começar a investir, é importante entender os principais erros cometidos por investidores iniciantes:
- Pegar empréstimos para investir: Essa prática não é recomendada, pois se as aplicações não tiverem um bom rendimento, a dívida vai aumentar.
- Deixar de considerar os custos do investimento: Muitas aplicações têm tarifas, como taxa de administração e taxa de performance.
- Deixar de avaliar os riscos: Todo investimento tem riscos, sejam eles baixos ou altos. O investidor precisa saber se vai tolerar os principais níveis de investimento: muito baixo, baixo, médio, alto e muito alto.
- Não se deixe levar por propagandas: Não se deixe levar por anúncios, artigos, vídeos que prometem enriquecimento de forma rápida. Acompanhe sites sérios, além de assessoria especializada.
- Não invista todo capital em renda variável: Não é recomendado colocar todo capital nos investimentos de renda variável, pois envolve os riscos mais altos, principalmente em uma única aplicação.
Começar a investir é uma das formas mais seguras para manter seu patrimônio, e até mesmo manter a independência financeira. É importante respeitar o tempo de cada aplicação e os cenários econômicos do Brasil e do mundo. Investir demanda disciplina e paciência.
Para quem quer começar a investir, priorize os ativos de renda fixa, mas se exponha de forma saudável para os investimentos de renda variável. Escolha os investimentos conscientemente para obter os melhores resultados para seus objetivos.