Renda Variável

A bolsa está se modernizando: saiba tudo sobre as novas opções!

A nossa bolsa, nova B3, está sempre procurando evoluir e oferecer novos produtos e opções para o investidor, consciente que o mercado financeiro é um canal…

Data de publicação:13/12/2018 às 01:56 - Atualizado 4 anos atrás
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A nossa bolsa, nova B3, está sempre procurando evoluir e oferecer novos produtos e opções para o investidor, consciente que o mercado financeiro é um canal que todos deveriam acessar.

E nesse mês de dezembro, ela acabou de anunciar novidades para esse mercado.

Os novos produtos são mais relacionados a renda variável, mercado em que a bolsa é mais utilizada pelos investidores, além de modalidades que já tratamos aqui, que oferecem um leque maior de opções de aplicações.

As novidades anunciadas tratam de minicontratos de S&P 500, contratos futuros de ações, opções de contratos futuros de dólar e mais!

Por isso, continue lendo para saber mais sobre esses novos produtos:

Minicontrato de S&P 500

Futuro de Ações

Opções de Mini Dólar

Bônus: facilidade para investidor estrangeiro

Minicontrato de S&P 500

O primeiro novo produto que a bolsa está lançando é o contrato micro do S&P 500. Ele estará disponível a partir do dia 17 desse mês de dezembro, ou seja, próxima segunda-feira.

“Ok, legal criarem produtos. Mas o que diabos é S&P 500?”

Justo pensar isso e por isso já te explico!

Você já pode ter ouvido muito sobre o famoso índice Dow Jones (DJI), que teve determinado valor de variação e pode ter feito um paralelo com o Ibovespa por aqui.

Isso (fazer um paralelo com o Ibovespa) não está errado. O Dow Jones também é um índice representativo do mercado acionário norte-americano.

Porém, como os Estados Unidos têm um mercado financeiro bastante evoluído e consolidado, lá não existe apenas uma bolsa de valores e, portanto, diversos índices são feitos por lá.

O S&P 500 é mais um desses índices.

Logo, o paralelo com o Ibovespa também estaria correto para o S&P 500.

A diferença entre esse índice e o Dow Jones é que o S&P 500 é muito mais abrangente que o Dow Jones.

O processo de composição do S&P 500 leva em conta tanto viabilidade financeira, liquidez e quanto de ações a empresa têm disponível para negociação.

Apenas um parêntese, o Ibovespa leva em conta apenas critérios de liquidez lembre o índice aqui!

O minicontrato de S&P 500, se trata de uma forma de investir no índice futuro de ações do S&P-500. Ou seja, você estará investindo, de forma geral, no maior índice representativo de ações dos Estados Unidos.

Destaco que ao investir nesse novo produto, você conseguirá ter uma diversificação maior de sua carteira de investimentos.

Apesar de se tratar de exposição em bolsa americana, o ajuste financeiro será em reais. Uma facilidade que a bolsa oferece.

Além disso, como é um “mini” contrato, a oscilação é pequena, apenas US$ 2.50 por ponto.

Lembrando também que se trata de mercado futuro, sendo assim possível alavancagem seus investimentos ao aplicar nesses contratos.

O código de negociação será o “WSP” acrescido do mês e ano que irá vencer. Por exemplo, o “WSPH19” é o minicontrato “WSP”, com vencimento para março de 2019.

Futuro de Ações

Outro produto que a bolsa está lançando é o futuro de ações.

Você já viu no nosso texto de mercado futuro, linkado acima, existe o contrato futuro de Ibovespa. Esse seria o índice futuro como um todo, ou seja, como o conjunto total de ações que compõem o Ibovespa estará naquele vencimento (de cerca de 67 ações).

A bolsa agora também possibilitará a negociação não apenas do índice agregado, mas também de ações especificas.

Assim, você poderá apostar na alta ou na queda dessas ações.

Por exemplo, caso você acredite que a ação da Petrobras subirá para R$ 30 reais no futuro, sendo que hoje está em torno de R$ 23,00, você pode comprar contratos futuros da ação e receber a diferença de R$ 7.00 por contrato (caso o cenário efetivamente se concretize).

Como vantagem, destacamos que é possível a alavancagem em ações especificas, já que se trata de operações em mercado futuro.

Os custos operacionais são menores e a facilidade operacional também é maior.

Além disso, você pode ter exposição de venda sem a necessidade de utilizar o mercado de aluguel de ações.

Hoje para apostar na queda de uma ação, você vende uma ação que não possui e a aluga por um período. Após a queda, compra essa mesma ação mais barata e a devolve ao doador.

Isso implica, obviamente pagar uma taxa de aluguel, algo que não será mais necessário com o mercado futuro.

As ações que estão disponíveis no mercado futuro num primeiro momento são as seguintes: PETR4, VALE3, USIM5, CMIG4, KROT3, VVAR11, CCRO3, B3SA3, CIEL3, PSSA3, HYPE3 e PCAR4.

Um exemplo de nomenclatura é a PETRPF19. É um futuro de Petrobrás (“PETR”), da ação preferencial (“P”) com vencimento para Janeiro de 2019 (“F19”).

Minicontratos de Opções de Dólar

As opções são derivativos (dependem de algum outro ativo objeto) que dão o direito (não o dever) de comprar ou vender o ativo ao titular da opção (aquele que a adquire) e o dever de vender ou comprar o ativo ao lançador da opção.

Se você não conhece esse tipo de instrumento financeiro, recomendo que as conheça melhor em nosso texto básico sobre o que são opções.

Basicamente, ao adquirir uma opção de compra, o investidor aposta na alta do ativo, enquanto que ao adquirir uma opção de venda, o investidor aposta na queda desse ativo.

Assim, a bolsa lança o produto em que o investidor pode fazer operações apostando na alta ou na baixa do dólar.

Com esse novo produto, o investidor ganha mais uma alternativa de montar operações especulativas (de aposta) ou operações de hedge (proteção) com base na moeda estrangeira.

Esse produto também dispensa o depósito de margem de garantia para compra da opção (seja opção de compra ou opção de venda).

BÔNUS: facilidade para investidor estrangeiro

Outra facilidade interessante que a bolsa está oferecendo e gostaria de compartilhar com vocês é a possibilidade de investidores estrangeiros operarem no nosso mercado futuro.

Lembre-se que para operar nesse mercado, é necessário o deposito de margem de garantia. Geralmente, investidores brasileiros utilizam títulos públicos para cobrir esse deposito.

Investidores estrangeiros, por outro lado, podem não ter esses títulos em carteira, ou terem outros ativos que gostariam de usar.

Tendo isso em mente, a bolsa está agora dando a possibilidade de investidores estrangeiros utilizarem títulos do Tesouro norte americano, as famosas treasuries, para margem de garantia de operações no nosso mercado futuro.

Isso facilita muito para o investidor estrangeiro já que as treasuries são os títulos mais negociados do mundo.

Você pode perguntar: “Mas isso é bom para o gringo, o que eu tenho a ver com isso?”

Na verdade, o investidor estrangeiro é um agente muito grande em nosso mercado e quanto mais facilidade ele tiver, mais operações ele vai fazer. Logo, a liquidez nos mercados será maior com esse player gigante.

E lembre-se do tripé de investimentos: quanto mais liquidez, mais eficiente será o mercado na formação de preços.

Conclusão

A bolsa está sempre procurando aprimorar o mercado financeiro e isso é ótimo. Mais investimentos irão ocorrer e mais profundo será nosso mercado, que tem um potencial imenso dado o tamanho do nosso país.

Pensando nisso, a bolsa lançou produtos interessantes e que aumentam o leque de alternativas de investimentos que você terá. Hoje você conheceu essas alternativas, fique de olho para aproveitá-las.

Se quiser ainda mais detalhes, pode conferir diretamente no site da B3 por aqui.

Ficou alguma duvida ou deseja alguma informação adicional sobre esses novos investimentos da B3? Comente abaixo!

Compartilhe esse conteúdo com mais investidores que você deseja ajudar obter Mais Retorno conhecendo os novos produtos que a bolsa lançou.

Sobre o autor
Vinicius AlvesEconomista, atuou no departamento econômico de empresas de sell side no mercado financeiro. Já foi Top-5 de projeção de inflação de curto prazo do BC.
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