Na semana, Bolsa de Valores sobe 2,37% e dólar cai 0,71%, a R$ 5,61
IPCA mais baixo do que o esperado pelo mercado faz a B3 subir 1,38% nesta sexta-feira
Em uma semana marcada pela promulgação da PEC dos Precatórios, a elevação da taxa Selic a 9,25% ao ano e a divulgação de dados da inflação no Brasil e nos Estados Unidos, a Bolsa de Valores acumulou alta de 2,37% em relação à última sexta-feira. No pregão de hoje, dia 10, o Ibovespa voltou a avançar, 1,38%, com a sinalização de uma desaceleração da pressão inflacionária no País, indo aos 107.758 pontos.
Mais cedo, o Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,95% em novembro, resultado que veio abaixo das projeções do mercado. No acumulado em 12 meses, a inflação foi para 10,74%. Com uma alta menor do que o esperado, o mercado se permite rever as expectativas em relação ao Comitê de Política Monetária (Copom), que poderá pesar menos a mão nos ajustes da Selic em suas próximas reuniões.
No último encontro do colegiado, nesta quarta-feira, o Copom elevou a taxa básica de juros em 1,5 ponto percentual e sinalizou que pode realizar outro ajuste de mesma proporção na reunião marcada para fevereiro. Neste contexto, o IPCA de novembro contribuiu para uma redução na curva de juros futuros, que fechou em baixa em todos os prazos de contratos, beneficiando empresas de diversos setores no pregão.
Dólar e bolsas americanas
Em contrapartida, nos EUA o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu mais do que o esperado pelos analistas, 0,8%. Na comparação anual, o CPI dos EUA avançou no ritmo mais alto desde junho de 1982, com alta de 6,8% em novembro. Com esse resultado, os juros futuros no país fecharam em alta, o que eleva o rendimento das Treasuries - títulos da dívida pública americana, considerados os mais seguros do mundo.
As Treasuries em alta se tornam mais atrativas para o investidor, penalizando ativos de divisas emergentes. Neste contexto, o dia foi de alta para o dólar, que avançou 0,73%, cotado a R$ 5,61. Na semana, entretanto, a moeda americana se desvalorizou frente ao real, acompanhando a aprovação da PEC dos Precatórios, fechando com uma variação negativa de 0,71% em relação à última sexta-feira.
A inflação em alta nos EUA eleva as expectativas para a reunião do FOMC (o Copom americano) na próxima semana. Especialistas consideram que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) acelere o processo de retirada de estímulos econômicos a fim de controlar a escalada dos preços.
Apesar do resultado acima do esperado para o CPI de outubro, as bolsas americanas fecharam no azul nesta sexta-feira. Os índices S&P 500, Dow Jones e Nasdaq 100 avançaram 0,94%, 0,60% e 1,13%, respectivamente.
Sobe e desce na Bolsa de Valores
Com a alta no preço do petróleo nos mercados internacionais, a Petrobras, que corresponde a cerca de 9% da composição do Ibovespa, subiu 1,09% neste pregão, contribuindo para a alta da Bolsa de Valores. Também no campos das commodities, a Vale, que tem um peso de 14% na carteira teórica da B3, subiu 0,76%.
A queda na curva de juros, bem como a inflação abaixo do esperado, beneficiaram as ações de empresas que atuam com o consumo doméstico, como construção civil, shoppings e varejo. Já as principais quedas vieram das empresas que mais avançaram na véspera, num movimento de realização de lucros.
Confira as maiores altas e baixas deste pregão da Bolsa de Valores.
Maiores altas
Empresa | Código | Variação |
Banco Pan | BPAN4 | 16,17% |
Méliuz | CASH3 | 16,12% |
Cogna | COGN3 | 9,27% |
Eztec | EZTC3 | 8,64% |
Dexco | DXCO3 | 8,26% |
Maiores baixas
Empresa | Código | Variação |
WEG | WEGE3 | 1,73% |
Grupo Natura | NTCO3 | 1,39% |
Azul | AZUL4 | 0,84% |
CSN | CSNA3 | 0,70% |
Gol | GOLL4 | 0,62% |