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Fundos de Investimentos

Mistura de micro e macro foi a chave para posicionar bem seus fundos, diz Apex

Para a gestora, os eventos do terceiro trimestre tiveram um reflexo “claramente negativo” nos ativos de risco, inclusive nos fundos

Data de publicação:29/10/2021 às 07:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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Em sua carta trimestral aos investidores, na edição que compreende o período de julho a setembro, a Apex Capital considera que, no terceiro trimestre, "uma boa mistura de micro e macro" foi a chave para conseguir posicionar bem os seus fundos de investimento, em um momento de forte movimentação de realização de lucros no mercado financeiro, tendo em vista os cenários repletos de incertezas no Brasil e no exterior.

fundos

Para a gestora, o grande destaque do último trimestre internamente foi a deterioração nas premissas macroeconômicas e os persistentes conflitos entre os poderes da República. Em setembro, na semana do feriado do Dia da Independência, o presidente Jair Bolsonaro intensificou os seus ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), apoiado por protestos ao redor do País.

Dias depois, no entanto, com a repercussão negativa desses conflitos na Bolsa de Valores e no preço do dólar, Bolsonaro, guiado por Michel Temer, apresentou uma Declaração à Nação, amenizando os ânimos, pelo menos em relação à crise política.

Embora o mercado tenha recebido bem a sinalização de paz feita pelo governo àquela época, as notícias ruins ainda refletiram mais sobre o trimestre. A Apex ressalta, inclusive, que nem as notícias positivas dos bons indicadores sanitários e de mobilidade "sequer fizeram preço nos ativos de risco".

Na carta, a gestora comenta, ainda sobre a piora na percepção do risco fiscal e a forte revisão altista nas expectativas de inflação. Reflexos da questão dos precatórios. "Os mercados se moveram para precificar um ciclo de aperto monetário mais forte e consequentemente uma taxa de crescimento da atividade econômica mais baixa", acrescenta.

Cenário internacional

Já no cenário externo, a Apex ressalta que o foco do mercado esteve voltado para quatro fatores principais:

  • a piora das taxas de contaminação pela variante Delta e subsequente melhora nas últimas semanas;
  • a preocupação de que a normalização das cadeias globais de suprimento possa levar mais tempo, implicando em pressões mais duradouras sobre os preços de bens;
  • a clara mudança de tom do Federal Reserve para a retirada de estímulos monetários e timing de alta das taxas de juros nos EUA;
  • a China, onde diversos eventos se acumularam, também levando a revisões de crescimento com taxas mais baixas.

No país asiático, a gestora considera que o que mais impactou a economia foi "um novo mix de políticas", chamado de Common Prosperity, que busca ampliar e facilitar o crescimento econômico, no longo prazo, da classe média e das pequenas e médias empresas.

"O governo implementou mudanças regulatórias com efeito nas operações dos setores de tecnologia voltado ao consumo, educação e imobiliário, implicando em incertezas sobre novas interferências e taxas de crescimento mais
baixas (mais prêmio de risco). Como se não bastasse, preocupações sobre escassez de energia se acentuaram desde meados de setembro trazendo ainda mais ruídos para um ambiente que já estava sensível", afirma a Apex.

Posições dos fundos

A gestora explica que "diante de tais eventos, o reflexo nos ativos de risco foi claramente negativo". Assim, a carta afirma que desde o trimestre anterior já vinha mais seletiva com "excessos de valuation" em alguns casos e preocupada com a previsão de menor crescimento pela frente.

"Em nossas pesquisas, já no início do trimestre, conseguimos reavaliar nossa opinião de que a inflação poderia ser um fenômeno mais duradouro e conseguimos posicionar os fundos apropriadamente para o forte movimento de realização desde meados de agosto. Uma boa combinação de micro e macro", destaca a Apex.

Com os acontecimentos dos últimos meses, um dos setores que mais sentiu o impacto mundialmente foi o de commodities. "Houve uma dispersão forte entre os preços das metálicas expostas ao crescimento global como minério e cobre, que caíram, e de energia (petróleo e gás), que subiram com limitações de oferta", diz a carta.

A gestora considera que conseguiu navegar bem neste ambiente de divergência de comportamento de preços, pois estava posicionada para acompanhar esses movimentos.

Ainda observando o cenário macroeconômico no Brasil e no mundo - e com a perspectiva de que está próximo um maior aperto das condições financeiras globais -, houve corte em algumas posições compradas no setor de varejo e no setor financeiro e implementação de algumas posições vendidas.

Com essas alterações no portfólio, a percepção da gestora é "que novas revisões negativas de lucro ocorrerão, assim como uma provável desvalorização dos preços das ações com o custo de capital mais alto (seja por contração de múltiplo, que atualmente operam muito acima das suas médias históricas, seja pelo aumento da taxa de desconto nos DCFs)".

"Outras contribuições positivas vieram do setor de varejo de alimentos e de saúde (as quais desinvestimos por entender que não há mais assimetria a nosso favor), varejo e distribuição de equipamentos, no setor de proteínas e no comércio eletrônico", complementa a carta.

As principais contribuições negativas para o portfólio dos fundos no terceiro trimestre, de acordo com a carta, vieram de algumas das alocações em empresas que se beneficiavam da melhora de mobilidade, notadamente nos setores de educação, shoppings, varejo de vestuário e de produtos de beleza.

Simultaneamente, os setores de açúcar e etanol, financeiro, energia elétrica, distribuição de combustíveis e papel e celulose também pesaram negativamente nos fundos. "Entendemos que estas empresas têm qualidade superior e serão recompensadas em um segundo momento, com uma sólida execução operacional, seus potenciais ganhos de mercado endereçável e crescimento de lucro", comenta a Apex.

A gestora finaliza a carta afirmando que vê "um cenário com muitas incertezas à frente" e que está rediscutindo suas opiniões e convicções diariamente.

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