Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta terça-feira, 8 de março
Investidores acompanham os desdobramentos do conflito entre os dois países e novas sanções que devem ser anunciadas logo mais pelos EUA
A Bolsa opera com volatilidade nesta terça-feira, 8, refletindo a aversão ao risco no mercado americano. Às 16h50, o Ibovespa conseguia sair do terreno negativo, e operava com alta de 0,14%, aos 111.749 pontos, e o dólar caía 0,33%, cotado a R$ 5,063.
O mercado segue acompanhando os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia e o impacto das sanções internacionais contra o país de Vladimir Putin na economia global. O presidente americano, Joe Biden, fala logo mais sobre as novas medidas de restrição que farão parte desse pacote.
Os esforços diplomáticos para tentar um cessar-fogo entre os dois países seguem sem surtir grandes efeitos. O governo americano não especificou as ações que serão anunciadas, mas a Bloomberg indicou que os EUA devem revelar plano de proibir as importações de produtos de energia russos nesta terça-feira. Com isso, os investidores reforçaram a cautela no mercado financeiro.
Internamente, o foco da atenção dos investidores está na inflação, com a divulgação do IGP-DI de fevereiro, cujo indicador ainda segue em forte avanço. No âmbito dos papéis, a alta de quase 2% da Petrobras no pregão - com o preço do petróleo chegando perto de US$ 130 o barril nesta terça-feira - não consegue dar suporte ao avanço do Ibovespa.
Guerra entre Rússia e Ucrânia: novos desdobramentos
No dia anterior, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, e o homólogo ucraniano, Dmitro Kuleba, concordaram em se reunir em um fórum no sul da Turquia na quinta-feira, 10, no que pode ser a primeira conversa entre os chefes das diplomacias dos dois países desde o começo da invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Enquanto isso, a Rússia abriu corredores humanitários para que as pessoas possam ser retiradas de Kiev, capital da Ucrânia, e de outras quatro cidades, segundo a agência de notícias Interfax nesta terça-feira.
Segundo o governador da região, Dmitro Zhivitski, a área está sob um cessar-fogo temporário nesta terça-feira, que permitiu a retirada de mil estudantes estrangeiros.
O Ministério da Defesa acrescentou que as forças russas na Ucrânia introduziram um "regime silencioso" desde o início desta manhã. Os civis estão encurralados pelos combates desde que as tropas russas invadiram a Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Cenário doméstico: inflação do produtor sobe em fevereiro
No cenário doméstico, além de acompanhar a guerra entre os dois países, os investidores estão repercutindo novos dados econômicos do País.
Durante a manhã, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou que o IGP-DI – que reflete a variação de preços no atacado e sofre forte influência das cotações do dólar – subiu 1,50% em fevereiro, ante 2,01% em janeiro. O resultado mensal ficou dentro do intervalo das projeções do mercado financeiro, de alta entre 1,30% e 1,90%.
Com o desempenho de fevereiro, o índice acumula alta de 3,55% no ano e 15,35% em 12 meses. Em fevereiro de 2021, o índice havia subido 2,71% e somava elevação de 29,95% em 12 meses.
Juros futuros e combustíveis
Os juros futuros renovam mínimas na manhã desta terça-feira, 8, e rondam a estabilidade, com viés de baixa em meio à queda do dólar ante o real e exterior mais positivo. As taxas fecharam a véspera em alta e subiram um pouco mais na sessão estendida, com a notícia de que o governo discute o congelamento temporário de preços dos combustíveis.
Segundo reportagem do Estadão, a alta do petróleo no mercado internacional seria bancada pela Petrobras e, em última instância, pelos seus acionistas. Ao mesmo tempo, fontes avaliam que o governo terá dificuldade de ultrapassar a resistência do conselho de administração da estatal. A desaceleração do IGP-DI em fevereiro fica em segundo plano.
Por volta das 13h30, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 marcava 12,31%, de 12,17% na abertura. O DI para janeiro de 2025 exibia taxa de 12,43%, ante o ajuste anterior de 12,35%. Já o vencimento para janeiro de 2023 estava em 13,17%, de 13,13%.
Sobe e desce da Bolsa
Maiores altas
PetroRio (PRIO3) | +7,08% |
Cielo (CIEL3) | +4,80% |
Gol (GOLL4) | +4,40% |
Rumo (RAIL3) | +4,44% |
Azul (AZUL4) | +4,25% |
Maiores baixas
Locaweb (LWSA3) | -5,80% |
Banco Inter (BIDI11) | -3,31% |
Vale (VALE3) | -3,07% |
Sabesp (SBSP3) | -2,54% |
CSN Mineração (CMIN3) | -2,36% |
Exterior
Wall Street: bolsas operam em queda
Tendo a guerra entre Rússia e Ucrânia no foco das atenções, os contratos negociados nas bolsas americanas operam no negativo./ Por volta das 13h, o presidente americano Joe Biden anunciou embargo à compra de petróleo russo. Aliados como Reino Unido e União Europeia devem seguir o mesmo movimento.
A Rússia é a terceira maior produtora de petróleo do mundo, porém, os Estados Unidos consome apenas 8% das exportações do produto russo. Tanto os EUA quanto o Reino Unidos têm outros caminhos para garantir o abastecimento da commodity.
Além disso, Biden enfatizou que irá ajudar os países da Otan a reduzir a sua dependência do petróleo russo. "Somos um exportador de energia, então tomamos essa decisão sobre o embargo. Sabemos que outros não podem e vamos trabalhar com os parceiros europeus para reduzir a dependência deles da energia russa".
No lado econômico, os investidores repercutem os últimos dados da atividade no país. Segundo o Departamento de Comércio nesta terça-feira, o déficit comercial americano subiu 9,4% em janeiro ante dezembro, a US$ 89,7 bilhões. Analistas previam um déficit menor no período, de US$ 87,2 bilhões.
As exportações dos EUA caíram 1,7% na comparação mensal de janeiro, a US$ 224,4 bilhões, enquanto as importações avançaram 1,2% no período, a US$ 314,1 bilhões.
Bolsas americanas/indicadores
- S&P 500: -0,30%
- Dow Jones: -0,18%
- Nasdaq 100: -0,65% (dados atualizados às 13h53)
Bolsas europeias fecham em queda
As bolsas europeias fecharam o pregão desta terça-feira, em queda, após trafegar boa parte do dia em alta. Os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia seguiu impactando os ativos, com a União Europeia apertando o cerco sobre o país de Putin.
Na esteira da sanção internacional contra a Rússia, que envolve o embargo do petróleo do país pelos EUA, a União Europeia deve cortar em dois terços a importação de combustíveis fósseis do país até o próximo inverno, com o intuito de romper a dependência dos russos até 2030. Vale lembrar que a Rússia é um importante fornecedor do produto para o bloco.
Com os reflexos da guerra em curso, dados econômicos da zona do euro ficaram em segundo plano. De acordo com a Eurostat, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 0,3% no quarto trimestre de 2021 ante os três meses anteriores. O resultado confirmou estimativas preliminares e veio em linha com a previsão dos analistas.
Na comparação anual, o PIB do bloco teve expansão de 4,6% entre outubro e dezembro, também confirmando as prévias e as expectativas. A Eurostat, porém, revisou ligeiramente o avanço do PIB da zona do euro no fechamento de 2021, de 5,2% para 5,3%. Em 2020, a economia do bloco sofreu contração de 6,4% em meio aos efeitos da pandemia de covid-19.
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (Europa): -0,51% (415,02 pontos)
- DAX (Frankfurt): -0,02% (12.831 pontos)
- FTSE 100 (Londres): +0,05% (6.963 pontos)
- CAC 40 (Paris): -0,32% (5.962 pontos)
Bolsas asiáticas fecham em baixa
Os mercados asiáticos fecharam em baixa nesta terça-feira, enquanto investidores ponderam as consequências de possíveis sanções mais severas do Ocidente contra a Rússia, em meio aos ataques na Ucrânia. / com Tom Morooka e Agência Estado
Bolsas asiáticas/fechamento
- Xangai Composto (China continental): -2,35% (3.293 pontos)
- Shenzhen Composto (China continental): -2,89% (2.139 pontos)
- Nikkei (Tóquio): - 1,71% (24.790 pontos)
- Hang Seng (Hong Kong): -1,39% (20.765 pontos)
- Kospi (Seul): -1,09% (2.622 pontos)
- Taiex (Taiwan): -2,06% (16.825 pontos)
- S&P/ASX 200 (Sydney): -0,83% (6.980 pontos)