Mercado revisou brutalmente projeções do PIB em um mês, diz secretário do Tesouro, sobre Focus
O secretário pontuou que a melhora geral de indicadores refletem as medidas que estão sendo endereçadas pelo governo
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou nesta segunda-feira, 26, em entrevista à BM&C (canal de notícias por assinatura), que o mercado revisou brutalmente as projeções para o crescimento da economia brasileira em pouco mais de um mês, em referência ao Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira. As projeções para o PIB indicam crescimento de 2,18%, ante 1,26% há um mês.
"Sobre crescimento econômico, o mercado revisou brutalmente e estamos em quase 2,2% em um processo de ajuste, e provavelmente ele deve se aproximar a 2,5%, que é o que as principais casas começam a sinalizar e é o que nós entendemos que deve se aproximar", disse Ceron, ao comentar projeções.
O secretário pontuou que a melhora geral de indicadores refletem as medidas que estão sendo endereçadas pelo governo, com a busca pela redução de déficit, a prioridade ao novo arcabouço fiscal e reforma tributária, atenção aos casos de contencioso tributário e o apoio do crescimento de mercado de PPPs.
Para ele, a aprovação de medidas com o arcabouço e tributária culminará na reavaliação do risco do País pelas agências de rating, já que haverá entrega de reformas estruturais importantes.
"As projeções são legítimas, mas o tempo conta a história e mostra quem está correto nas previsões ou não", disse Ceron.
S&P também eleva projeção
A S&P Global Ratings reiterou a previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescerá 1,7% este ano, conforme indica relatório sobre economias emergentes divulgado nesta segunda-feira, 26. A projeção já havia sido informada no comunicado em que a agência alterou a perspectiva do país de estável para positiva.
Na atualização anterior, em março, a expectativa era por uma expansão de 0,8% na atividade econômica do país.
A instituição, por outro lado, reduziu a estimativa de alta do PIB brasileiro em 2024 (de 1,7% a 1,5%) e em 2025 (de 2,0% a 1,8%). Para 2026, o avanço de 1,9% foi mantido como o cenário esperado.
A S&P prevê ainda que a taxa anual de inflação ao consumidor da maior economia da América Latina terminará 2023 em 5,2%, antes de arrefecer para 4,2% em 2024, 3,8% em 2025 e 3,6% em 2026. Quanto à taxa de desemprego, a aposta é por 9,4% este ano e 9,0% nos três seguintes.
A agência avalia que o Banco Central do Brasil será o segundo entre os grandes a cortar juros nos próximos meses, depois do Chile. A S&P vê uma Selic de 12,50% no fim de 2023 e de 9% entre 2024 e 2026.
Já o dólar é previsto para ficar em R$ 5,10 este ano, R$ 5,20 em 2024 e R$ 5,30 em 2025 e 2026./ Com Agência Estado