Mercado financeiro volta a atenção ao cenário externo
Sem alarde, o Ibovespa principal índice da B3, embicou acima de 119 mil pontos. Fechou a terça-feira, 13, no nível de 119.297,13 pontos, pela primeira vez…
Sem alarde, o Ibovespa principal índice da B3, embicou acima de 119 mil pontos. Fechou a terça-feira, 13, no nível de 119.297,13 pontos, pela primeira vez desde meados de fevereiro.
A sustentação, desta vez, veio do cenário doméstico. Animou os investidores o desempenho positivo do varejo em fevereiro, de acordo com os dados divulgados ontem, com destaque para o bloco de empresas que atuam fortemente no e-commerce.
Para Davi Lelis, sócio da Valor Investimentos, os resultados do setor varejista animaram porque foram vistos como um sinal de recuperação da economia, movimento aguardado na esteira de possível aceleração do programa de vacinação contra o coronavírus.
O fato é que, diante do quadro interno de incertezas político-econômicas, o mercado financeiro tem reagido a fatores pontuais, domésticos e internacionais. E, sempre que possível, descolando-se dos internos, em geral negativos.
Nos negócios desta quarta-feira, 14, o mercado financeiro tem motivos para voltar o olhar ao exterior, reforça Lelis. Mais propriamente aos Estados Unidos.
Atraem a atenção o discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, banco central americano), Jerome Powell, e a publicação do Livro Bege – um relatório elaborado pelo Fed, considerado um dos mais importantes indicadores da economia americana.
Os eventos atraem o interesse dos investidores porque podem dar uma indicação de como anda o ritmo da economia americana e seus possíveis reflexos sobre a inflação e, por tabela, a taxa de juros.
“Com a crise da pandemia, o mercado financeiro fica muito ligado ao cenário da economia internacional”, pontua o sócio da Valor Investimentos.
Mas sem deixar de monitorar o debate entre governo e Senado para tentar desatar o nó do impasse em relação ao Orçamento e as movimentações que cercam a instalação da CPI da Pandemia, no Senado.
Além disso, o presidente Joe Biden voltou a reforçar sua posição de apoio aos programas de suporte à economia, por meio de pacotes e planos de infraestrutura. Na véspera, Biden divulgou um vídeo no qual defende a importância dos investimentos para modernizar a economia do país.
Wall Street: recuo nos Treasuries não deve se manter
Na véspera, o recuo nos rendimentos dos Treasuries impulsionou o avanço relevante dos papeis de empresas de tecnologia, como Apple (+2,43%), Microsoft (+1,01%) e Twitter (+2,24%), além do salto da Tesla (8,60%), o que refletiu na máxima histórica do Nasdaq 100.
Segundo a consultoria Capital Economics, as recentes altas, em especial no S&P 500, que já ganhou mais de 3% no mês e subiu cerca de 10% desde o começo do ano, se deveram a uma “estabilização” no mercado de Treasures, o que não acredita que irá continuar.
“A liquidação no mercado de títulos será retomada no devido tempo e isso desacelerará os ganhos das ações", aponta.
"Há espaço para que os rendimentos de longo prazo aumentem ainda mais, à medida que os investidores considerem que o Federal Reserve (Fed) irá ter de apertar a política monetária", explica a consultoria.
Bolsas asiáticas concluem o pregão em alta, com exceção do Japão
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta quarta-feira, 14, impulsionadas por ações de tecnologia, após uma série de empresas chinesas de internet se comprometerem a cumprir leis antitruste.
Na China continental, o Xangai Composto subiu 0,60%, aos 3.416,72 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 1,41%, aos 2.218,48 pontos.
Em Hong Kong, o Hang Seng se valorizou 1,42%, a 28.900,83 pontos, e em Taiwan, o Taiex registrou modesto ganho de 0,24%, aos 16.865,97 pontos.
O apetite por risco na Ásia ganhou força após doze empresas chinesas da área de internet prometerem respeitar as normas antitruste do país. A ação da Meituan, que integra esse grupo de empresas, saltou 3,62% hoje em Hong Kong.
Em outras partes do continente asiático, o sul-coreano Kospi subiu 0,42% em Seul, aos 3.182,38 pontos, mas o japonês Nikkei foi exceção e caiu 0,44% em Tóquio, aos 29.620,99 pontos, pressionado pelo fraco desempenho dos setores financeiro e de metais.
Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul, com ajuda de ações de mineração e tecnologia. O S&P/ASX 200 avançou 0,66% em Sydney, aos 7.023,10 pontos, ficando acima da marca de 7 mil pontos pela primeira vez desde fevereiro de 2020.
Acontecimentos pontuais guiam o mercado financeiro
Diante do quadro interno de incertezas político-econômicas, o mercado financeiro tem reagido a fatores pontuais, domésticos e internacionais. E, sempre que possível, descolando-se dos internos, em geral negativos.
“Com a crise da pandemia, o mercado financeiro fica muito ligado ao cenário da economia internacional”, pontua o sócio da Valor Investimentos.
Sinal verde para a CPI da covid-19 e Orçamento às voltas com a PEC
Apesar do cenário externo relevante nesta quarta-feira, os investidores brasileiros seguem monitorando o debate entre governo e o Senado para tentar desatar o nó do impasse em relação ao Orçamento e as movimentações que cercam a instalação da CPI da pandemia.
Após cinco dias do pedido feito por Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente do Senado Rodrigo Pacheco oficializou na véspera a criação da CPI da covid-19 na casa.
Foi criado um único colegiado que terá como função apurar as omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia, assim como aspectos ligados a estados e municípios que receberam verba federal durante a crise sanitária.
Após a leitura do requerimento, líderes partidários tem até 10 dias para indicar os membros da comissão.
O Orçamento 2021 também segue no radar, com a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para excluir despesas da pandemia do teto de gastos, o que traria mais espaço para acomodar as emendas parlamentares.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reafirmou na última terça-feira que o governo precisa passar a mensagem de disciplina fiscal e expressar que, após gastos excepcionais de combate à covid-19, o Brasil retomará o caminho do ajuste.
Pandemia: mais um dia com mortes acima de 3 mil e vacinação em marcha lenta
O Brasil chegou nesta terça-feira, 13, ao quarto dia consecutivo com uma média móvel diária de mortes por covid-19 acima de 3 mil, segundo dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa.
A quantidade de pessoas vacinadas contra a covid-19 com ao menos a primeira dose no Brasil chegou a 24.433.064 na véspera, o que representa 11,54% do total da população brasileira. / com Júlia Zillig e Agência Estado