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Mercado Financeiro

Mercado está em compasso de espera desde o início de agosto; saiba os motivos

Apatia do mercado reflete desmotivação, cautela e falta de apetite para grandes deci

Data de publicação:12/08/2021 às 05:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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Sem expectativa de nenhum fato novo alentador, o mercado financeiro dá sinais de que deve permanecer marcando passo, em compasso de espera, como vem fazendo desde o início do mês.

Embora não possa ser visto como um comportamento linear no dia a dia, caracterizado por oscilações, nos oito dias úteis de agosto os mercados praticamente não saíram do lugar. A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, acumula ligeira elevação de 0,21% e o dólar, uma alta residual de 0,19%.

Foto: Arquivo
Ibovespa apresenta alta de 0,21%, e dólar, de 0,19%, no mês - Foto: Envato

A paradeira dos mercados, de acordo com especialistas, reflete um sentimento que combina desmotivação e cautela dos investidores, uma falta de apetite para a tomada de grandes decisões.

Por trás dessa apatia e falta de iniciativas estaria um cenário de incertezas, políticas e econômicas, à espera de definições. A questão fiscal ainda preocupa, em meio a discussões sobre mudanças no imposto de renda e uma agenda de reformas econômicas emperrada no Congresso.

O debate em torno do novo programa assistencial do governo e do valor do Auxílio Brasil, que substituirá o Bolsa Família, permanece no radar do mercado financeiro, que teme que despesas adicionais venham a ultrapassar o limite definido pelo teto de gastos.

Mercado teme instabilidade fiscal

Especialistas afirmam que o que está em jogo é a credibilidade da política fiscal, que precisa ser preservada para não jogar mais lenha na fogueira da inflação e exigir juros cada vez mais altos para contê-la. À medida que aumenta o pessimismo com a inflação, investidores e mercado passam também a cobrar mais juros do governo para financiar a dívida pública.

O dólar em torno de R$ 5,20, que resiste à queda, é visto também como reflexo da desconfiança dos investidores na estabilidade fiscal e um fator adicional de pressão sobre a inflação.

Em um cenário de incertezas e indefinições, o mercado de ações também se limita a tocar os negócios do dia a dia, reagindo mais a fatores pontuais, em um ambiente que os investidores mais ágeis fazem giro de papeis em busca de ganhos rápidos.

A falta de novidades no exterior, principalmente relacionadas à inflação e aos juros nos Estados Unidos, também contribuiu para a fraca movimentação do mercado financeiro doméstico.

Voto impresso

No cenário local, na véspera, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que considera definitiva a decisão da Câmara sobre o voto impresso e descartou a necessidade de o Senado se pronunciar sobre o assunto. Em entrevista na tarde desta quarta-feira, 11, Pacheco disse renovar a confiança no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e na Justiça Eleitoral brasileira.

"Considero que o pronunciamento da Câmara em relação a esse tema torna definitiva e resolvida essa questão, não cabendo ao Senado qualquer tipo de deliberação ou de tramitação de matéria com o mesmo objeto. Quero reiterar minha confiança na Justiça Eleitoral brasileira", disse Pacheco.

CPI da Covid: Ricardo Barros

O colegiado da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado deve ouvir o líder do governador na Câmara, Ricardo Barros, que foi convidado ao invés de intimado pelo presidente da comissão, Omar Aziz, a dar seu depoimento.

Barros é acusado de atuar no favorecimento de contratos no Ministério da Saúde sob suspeitas. O parlamentar foi citado pelo deputado Luís Miranda (DEM-DF) como envolvido em suposto esquema de propina para a compra de vacinas contra a covid-19.

Na véspera, a comissão colheu o depoimento do diretor-executivo da Vitamedic, Jailton Batista, uma das fabricantes da ivermectina no Brasil.

A comissão decidiu que ainda convocará o dono da companhia, José Alves, para falar sobre os ganhos com a venda do medicamento durante a pandemia. O remédio não tem eficácia comprovada contra a doença e o uso foi incentivado pelo presidente Jair Bolsonaro.

NY: futuros com sinais mistos

No ambiente externo, os futuros negociados nas bolsas de Nova York operam com sinais mistos, com os investidores atentos à inflação, à redução de estímulos e repercutindo dados divulgados sobre o déficit orçamentário do país.

Segundo o Departamento do Tesouro, o déficit orçamentário dos Estados Unidos diminuiu para US$ 2,5 trilhões durante os primeiros dez meses do ano fiscal, ante US$ 2,8 trilhões no mesmo período do ano anterior, com a lacuna entre gastos e receitas diminuindo à medida que a recuperação da crise induzida pela pandemia aumentou a arrecadação de impostos.

As despesas no período aumentaram 4%, para um recorde de US$ 5,9 trilhões. Os gastos foram impulsionados pelos custos relacionados à pandemia, que incluíam créditos fiscais, aumento da indenização pelo desemprego, empréstimos emergenciais para pequenas empresas e cheques de estímulo às famílias, mas funcionários do Tesouro disseram que tais despesas estão desacelerando.

Já a receita durante o período aumentou 18% com relação ao ano anterior, para um recorde de US$ 3,3 trilhões, em grande parte devido a arrecadação mais alta de impostos de renda de pessoa física e jurídica.

Embora a receita esteja aumentando à medida que os gastos dos consumidores e das empresas avançam, e os empregadores criam vagas, os desafios da cadeia de suprimentos e a falta de trabalhadores para postos de baixa remuneração são obstáculos para o crescimento.

Na semana passada, o avaliador apartidário do Congresso avaliou que o projeto de infraestrutura de cerca de US$ 1 trilhão, que parece perto de ser aprovado, aumentaria o déficit orçamentário federal em US$ 256 bilhões em 10 anos, contrariando as alegações dos negociadores de que o custo seria coberto por novas receitas e medidas de economia.

O projeto proporcionaria cerca de US$ 550 bilhões acima dos níveis de gastos esperados.

Com a inflação também no radar dos investidores, no dia anterior, os dirigentes do Fed discursaram após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) de julho dos Estados Unidos, que teve crescimento de 0,5% e veio em linha com a mediana das expectativas dos analistas.

De acordo com os analistas, porém, a persistência nos gargalos de oferta e uma tendência de aumento salarial no país podem manter o indicador em um nível elevado por mais tempo do que o Fed espera.

Presidente da distrital de Kansas do Fed, Esther George atribuiu o recente avanço dos preços nos EUA a uma série de desequilíbrios de oferta e demanda e reconheceu que a variante delta do coronavírus pode provocar atrasos na recuperação econômica pelas incertezas que gera.

Ela ainda destacou que a economia americana atingiu os requisitos de "progressos substanciais adicionais" estabelecidos pelo Fed para o fim das compras ativos.

Já o presidente da distrital em Dallas, Robert Kaplan, defendeu que a retirada de estímulos da economia seja anunciada em setembro e colocada em prática no mês seguinte. "É hora de tirar o pé do acelerador", disse.

O presidente do Fed de Atlanta, Raphel Bostic, reforçou que a alta da inflação nos EUA se dá por fatores temporários e disse que um mercado de trabalho aquecido não fará com que o Fed eleve suas taxas de juros, a não ser que se comprove um problema inflacionário que se sustente.

O JPMorgan mantém sua posição pró-risco neste mês, dado o forte crescimento global, à medida em que a demanda reprimida do consumidor é desencadeada pela recuperação da pandemia, e com a política monetária ainda acomodatícia.

"Continuamos vendo a economia global acelerando neste segundo semestre, conforme os ventos contrários da pandemia diminuam e a atividade do setor de serviços se normalize"., afirmou o banco.

Bolsas asiáticas fecham em queda

Os mercados acionários da Ásia terminaram o pregão desta quinta-feira em queda, 12. As baixas foram em geral modestas, mas a Bolsa de Seul registrou a sexta queda consecutiva, ante temores sobre o impacto da variante delta da covid-19 na atividade da Coreia do Sul. Já na Oceania, a Bolsa de Sydney renovou recorde histórico de fechamento, ao registrar alta modesta.

Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei recuou 0,20%, aos 28.015,02 pontos. A praça japonesa chegou a subir, mas perdeu fôlego durante o pregão, com ações de operadoras de ferrovias e do setor de eletrônico ofuscando os ganhos do setor financeiro

Na China, a Bolsa de Xangai registrou baixa de 0,22%, aos 3.524,74 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, caiu 0,35%, aos 2.593,26 pontos. Papéis relacionados ao consumo puxaram o movimento, entre eles de companhias de bebidas alcoólicas, enquanto o setor automotivo subiu.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng recuou 0,53%, asod 26.517,82 pontos. Ações de tecnologia e seguradoras tiveram sinal negativo.

Na Coreia do Sul, o índice Kospi terminou em queda de 0,38% na Bolsa de Seul, aos 3.208,38 pontos, na sexta queda consecutiva, em meio a preocupações com os impactos negativos na atividade da variante delta da covid-19 no país. Em Taiwan, o índice Taiex registrou baixa de 0,04%, aos 17.219,94 pontos.

Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 da Bolsa de Sydney fechou em alta de 0,05%, aos 7.588,20 pontos, o suficiente para novo recorde histórico. / com Júlia Zillig e Agência Estado

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.