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Jive e Mauá
Mercado Financeiro

Mercado ao vivo: Bolsa cai mais de 3,2% com com riscos fiscais gerando cautela nos investidores; dólar sobe

Aversão ao risco dos investidores está ligada ao cenário fiscal cheio de incertezas do País

Data de publicação:19/10/2021 às 10:46 -
Atualizado 2 anos atrás
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O tempo abriu com chuvas e trovoadas na Bolsa nesta terça-feira, 19, por conta dos reflexos dos riscos fiscais do País. Após um fechamento com leve queda de 0,19%, na segunda-feira, o Ibovespa acentuou a baixa no pregão de hoje, puxado principalmente pela Petrobras - queda de mais de 4,5% - e pelos bancos - desaceleração de mais de 3,5% do IFNC, índice que engloba os gigantes financeiros.

Às 17h, o principal índice da B3 despencava 3,21%, descolando das bolsas mundiais, perdendo o patamar dos 111 mil pontos – 110.503. Já o dólar à vista seguia em alta – avanço de 1,33% - cotado a R$ 5,594, apesar das intervenções do BC no mercado.

Foto: B3/Divulgação
Sede da B3 em São Paulo - Foto: B3/Divulgação

Especialista apontam que o comportamento dos principais ativos do mercado financeiro reflete as incertezas no cenário fiscal. De acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira, está prevista para esta terça-feira a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos precatórios na Casa. O resultado pode ou não animar os investidores.

Além disso, Arthur Lira, relativizou a importância do cumprimento das regras fiscais e do teto de gastos. O anúncio da extensão do auxílio emergencial deverá ser feito ainda esta semana.

Sobre a reforma administrativa, Lira cobrou apoio do governo ao projeto. Para ele, o texto não mexe em direitos adquiridos nem afeta a estabilidade dos servidores públicos atuais.

"Posso dizer que governo está fazendo força sobre reforma administrativa? Não está", afirmou. "O governo precisa ajudar e se movimentar para que a reforma administrativa ande."

Outro assunto que ajuda a pesar o cenário fiscal é a acomodação do programa Auxílio Brasil – novo Bolsa Família – no teto de gastos.

O governo estaria considerando abraçar as parcelas do programa e mais duas complementares do auxílio emergencial, pagas uma dentro e outra fora do teto de gastos, o que levaria os beneficiários a receberem, em média, R$ 400 em 2022, ano em que o presidente Jair Bolsonaro buscará a reeleição.

A ideia se soma a um leque de opções que têm sido analisadas pelo Palácio do Planalto, em um ambiente de muita tensão e informações desencontradas de autoridades de governo e de políticos. No dia anterior, Bolsonaro chegou a falar sobre a possibilidade de prorrogar o auxílio emergencial, que hoje paga R$ 150 a R$ 375 a 39 milhões de brasileiros.

Para colocar mais lenha na fogueira, o relator do projeto de reforma do Imposto de Renda, senador Angelo Coronel, destacou que já avisou as lideranças que “não dá para fazer um relatório sob pressão e nem na pressa que eles querem”. A intenção do governo era acomodar os gastos do programa social na reforma do IR.

Além disso, o relator afirmou que irá retirar do texto a proposta de tributação de lucros e dividendos das empresas. Segundo o senador, a tributação levaria ao “maior contencioso tributário da história” e considerou o projeto como “peça eleitoreira”.

Juros futuros

Refletindo a aversão ao risco do investidor diante das preocupações com o cenário fiscal, os juros futuros saltam mais de 30 pontos-base, após várias máximas. O movimento segue em linha com o comportamento do dólar.

Às 9h15 desta terça, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 subia para máxima de 10,94%, de 10,66% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2025 subia para máxima de 10,57%, de 10,27%, e o para janeiro de 2023 avançava para máxima de 9,60%, de 9,36% no ajuste de segunda-feira. O dólar à vista subia 0,75%, a R$ 5,5617.

Sobe e desce da B3

Nesta terça-feira, o tom de aversão ao risco está dominando grande parte dos setores que marcam presença na B3. Seguindo a desvalorização dos papéis da Vale - queda de 0,65%, às 14h14 - que respondem por mais de 14% do peso da cesta de ativos do Ibovespa - as siderúrgicas também operam em queda. Às 14h18, a CSN, Usiminas e Gerdau reportavam baixa de 2,00%, 1,99% e 0,18%, na sequência.

Em dia de divulgação de novas prévias de empresas do setor de construção civil, com dados positivos, porém abaixo do esperado pelos analistas, as ações da MRV, Helbor e Mitre caíam 5,13%, 2,39% e 4,37%, respectivamente, às 14h17.

Após anunciar a compra da empresa Obabox por R$ 15 milhões, as ações da Multilaser chegaram a subir quase 1%, porém viraram o sinal e operavam em queda de 1,62%, às 14h19.

A JBS informou ao mercado que irá fazer a sétima emissão de debêntures simples, conversíveis em ações, no valor de até R$ 1,2 bilhão. A Notre Dame também comunicou que fará a emissão de títulos de dívida no mesmo montante que o da indústria de proteína. No mesmo horário, os papéis da JBS caíam 1,87% e os da operadora de saúde desvalorizavam 3,70%.

O cenário de aversão ao risco e preocupação com as questões fiscais do País também estão impactando o desempenho das ações das principais redes de shopping centers. às 14h20, os papéis da Jereissati Participações, do Iguatemi e da Multiplan recuavam 3,79%, 4,55% e 3,86%, na sequência.

Na mesma toada, o varejo também vive um dia de queda em suas ações. No mesmo período, as ações do Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via caíam 2,38%, 1,25% e 3,91%, respectivamente.

Cenário político: Lira no foco

O cenário político também compõe o pacote de incertezas do mercado. A tentativa de impeachment do presidente Jair Bolsonaro segue sendo “barrada” pelo presidente da Câmara, Arthur Lira.

No dia anterior, Lira voltou a dizer que não há apoio popular para o afastamento do chefe do Executivo, nem de votos de deputados para aprovar a abertura de um processo contra ele, ainda que mais de 100 pedidos tenham sido propostos.

"Estamos a um ano das eleições, o que ia resolver?", questionou. Para ele, tampouco há condições econômicas para o impeachment.

O presidente da Câmara também reforçou sua defesa da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que muda a composição do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

A proposta entrou na pauta do plenário na semana passada, mas, sem o apoio necessário, teve a votação pela segunda vez. O chamado "Conselhão" é responsável por fiscalizar a conduta de procuradores e promotores.

Polêmica, a PEC altera tanto a composição quanto a própria função do colegiado, criado em 2004. Entre os principais itens da proposta estão o aumento de assentos reservados a indicações do Congresso, que passam de dois para cinco, e a determinação de que um dos escolhidos pelo Poder Legislativo seja também o corregedor-geral do órgão.

Desta forma, caberá a um nome avalizado pela classe política conduzir processos disciplinares contra integrantes do Ministério Público.

CPI da Covid: tensão no colegiado

Com a proximidade de conclusão de suas atividades, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid vive um momento de tensão por conta das divergências entre o relator, Renan Calheiros e o presidente da CPI, Omar Aziz.

Na véspera, Aziz reforçou sua insatisfação com o relatório da comissão e se recusou a fazer uma nova reunião do grupo majoritário para discutir o parecer final da investigação.

Para Aziz, há falhas na tipificação dos crimes apontados nas conclusões do relator que podem ser derrubadas após a conclusão dos trabalhos da CPI. "Ninguém vai condenar ninguém fazendo do relatório uma pirotecnia", disse o presidente do colegiado em entrevista à imprensa no Senado.

Após o descontentamento, Aziz pediu que o relator não altere nada no parecer e que, apesar dos questionamentos, o parecer será aprovado. Mais cedo, Renan admitiu fazer alterações se houver concordância da maioria da comissão. Em entrevista à imprensa no Senado, no entanto, Aziz declarou que se posicionará de forma favorável a tudo que Renan colocou até agora no documento.

O relatório deve listar uma série de crimes supostamente cometidos pelo presidente Bolsonaro na pandemia, como homicídio qualificado, infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo, genocídio de indígenas e prevaricação. O relator resolveu classificar os crimes como dolosos, ou seja, assumindo os riscos conscientemente.

Há divergências entre integrantes do grupo majoritário sobre a acusação de "genocídio indígena" na pandemia, crime que pode levar o governo a ser julgado em tribunais internacionais, e de homicídio qualificado por parte de Bolsonaro.

Omar Aziz afirmou que o parecer será lido nesta semana e a comissão terá uma semana para avaliar. Os senadores poderão sugerir a inclusão de indiciados e acréscimos no relatório, mas, após o vazamento de informações, se recusam a pedir a exclusão de itens do parecer. "

O presidente da CPI reforçou que irá votar favoravelmente ao relatório de Renan Calheiros e que o compromisso da CPI em responsabilizar os culpados pelo descontrole da pandemia de covid-19 está mantido, apesar das divergências.

"Sabe qual é a minha preocupação? É você tipificar alguma coisa e essa tipificação cair no primeiro momento e aí colocar tudo a se perder. Esse é o meu medo, é quando você faz uma denúncia frágil que você está colocando ali sem embasamento técnico e cair", declarou o presidente da comissão.

Wall Street e o mundo

Lá fora, o humor do mercado segue elevado, pautado por mais uma boa safra de resultados trimestrais corporativos das empresas. Nesta semana é a vez de os investimentos conhecerem os números do terceiro trimestre de algumas das gigantes de tecnologia, como Netflix e Intel. Em Nova York, as bolsas abriram o dia em alta.

No entanto, as preocupações com a perspectiva e endurecimento da política monetária para conter as pressões sobre os preços ainda deixa o mercado apreensivo.

Os investidores estão esperando para ver se as lideranças do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tentarão acalmar esse nervosismo decorrente da redução o apoio às políticas da era da pandemia.

Para hoje estão previstas falas de diversos dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que podem trazer novas pistas sobre os rumos da política monetária do país.

Segundo analistas, o mercado está prestando muita atenção à temporada de balanços para identificar com os custos mais altos de energia e matérias-primas estão afetando as margens de lucro.

Do outro lado do mundo, as bolsas na Ásia fecharam em alta nesta terça-feira. O índice japonês Nikkei subiu 0,65% em Tóquio, aos 29.215,52 pontos, enquanto o Hang Seng avançou 1,49% em Hong Kong, aos 25.787,21 pontos.

O sul-coreano Kospi valorizou 0,74% em Seul, aos 3.029,04 pontos, e o Taiex registrou ganho de 1,17% em Taiwan, aos 16.900,67 pontos.

Na China continental, os mercados também ficaram no azul, impulsionados pelo setor agrícola e fabricantes de alimentos e bebidas. O Xangai Composto subiu 0,70%, aos 3.593,15 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto mostrou avanço de 0,86%, aos 2.422,64 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana contrariou o tom positivo da Ásia, encerrando a sessão em baixa marginal. O S&P/ASX 200 caiu 0,08% em Sydney, aos 7.374,90 pontos. /com Tom Morooka e Agência Estado

Sobre o autor
Julia Zillig
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