Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta segunda-feira, 14 de fevereiro
Investidores digerem expectativas para a inflação e Selic mais fortes para 2022 e estão de olho no conflito geopolítico entre Rússia e Ucrânia
Após contabilizar a quinta alta consecutiva de fechamento semanal, a Bolsa iniciou seus negócios desta segunda-feira, 14, na mesma toada, seguindo na contramão do mercado internacional e impulsionada pelo dia positivo para as ações do varejo a no pregão, beneficiadas com o recuo da curva de juros.
Internamente, os investidores digerem as novas projeções para a inflação e taxa de juros do País, que apontam novos avanços para 2022 e acomodação para 2023. No ambiente internacional, seguem monitorando o aumento das tensões entre Rússia e Ucrânia, o que tem abalado as principais praças financeiras lá fora. Às 14h56, o Ibovespa subia 0,40%, e retomava os 114 mil pontos - 114.021. Já o dólar caía 0,59%, cotado a R$ 5,211.
Por volta das 15h, os papéis das gigantes varejistas Americanas, Magazine Luiza e Lojas Renner subiam 4,39%, 3,94% e 3,20%, respectivamente. Na ponta contrária, as ações das companhias exportadoras de commodities, como a Petrobras, operam em queda de mais de 2%, limitando uma alta mais forte do Ibovespa.
Novas estimativas apontam inflação e taxa de juros mais fortes em 2022
Durante a manhã, o Banco Central divulgou a edição atualizada do Boletim Focus, que traz as estimativas dos economistas do mercado sobre os principais indicadores econômicos do País. Segundo o documento, a inflação deve terminar mais acentuada em 2022 – de 5,44% subiu para 5,50%.
Essa foi a quinta alta consecutiva aplicada pelos especialistas no indicador para este ano, que segue se distanciando do teto da meta estipulada pelo BC de 5,0%. O objetivo a ser perseguido pela autoridade monetária neste ano é de 3,50% com tolerância de 2,0% a 5,0%.
Para 2023, a expectativa para o IPCA ficou estacionada em 3,50%, ainda acima do teto da meta de 3,25%, com intervalo de 1,75% a 4,75%. Há quatro semanas, a mediana era de 3,40%.
Após a afirmação do diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra, de que o ciclo de aperto monetário não acabará em março, os economistas do mercado elevaram em 0,5 ponto porcentual a projeção para a Selic, taxa básica de juros do País, para este ano – de 11,75% para 12,25%.
Juros futuros em queda
Os juros futuros operam em queda em toda a curva. Por volta das 14h50, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 caía para 11,28%, de 11,34% na abertura. O vencimento para janeiro de 2025 cedia para 11,38%, de 11,46%, e o para janeiro de 2023 estava em 12,45%, mesmo patamar de abertura .
Investidores de olho na PEC dos combustíveis e nos balanços
No cenário interno, com uma agenda fraca de indicadores econômicos, diz Bertotti, o mercado deve permanecer muito focado na questão fiscal, “em cima da PEC dos combustíveis, que trouxe muita aversão ao risco fiscal, crescente desde 2021. Ele lembra que as preocupações com o descontrole das contas públicas começaram com as discussões sobre a PEC dos precatórios e o risco de furo do teto fiscal.
Além disso, outro foco de atenção será os balanços corporativos, cuja divulgação segue a todo vapor. Nesta segunda-feira, o destaque será o resultado do quarto trimestre de 2021 do Banco do Brasil, após o fechamento do mercado.
Sobe e desce da Bolsa
Maiores altas
Banco Inter (BIDI11) | +6,94% |
Petz (PETZ3) | +6,53% |
Americanas S.A (AMER3) | +4,36% |
Locamerica (LCAM3) | +3,96% |
Magazine Luiza (MGLU3) | +3,94% |
Maiores baixas
Petrobras (PETR3) | -2,61% |
Petrobras (PETR4) | -2,19% |
Marfrig (MRFG3) | -1,96% |
3R Petroleum (RRRP3) | -1,88% |
Sabesp (SBSP3) | -1,72% |
Exterior
Wall Street: bolsas mistas com conflitos geopolíticos
Em Nova York, os futuros operam mistos, com a crescente preocupação da escalada das tensões entre Ucrânia e Rússia e a perspectiva por um cronograma de aumento da taxa de juros por parte do Fed em resposta à maior inflação americana das últimas décadas.
Em meio à muita expectativa sobre um aperto monetário mais intenso, o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, fala nesta terça-feira, 15, antes da divulgação da ata do Fomc (Copom americano) e dos dados sobre as vendas no varejo do país.
Após conversar com Wladimir Putin, presidente da Rússia, no último sábado, 12, o presidente dos EUA, Joe Biden, conversou por telefone com seu colega ucraniano, Volodimir Zelensky, sobre a concentração de forças russas na fronteira com a Ucrânia, com os dois líderes concordando em insistir na "diplomacia e dissuasão".
Nesta madrugada, as tensões entre russos e ucranianos levaram o petróleo a atingir os maiores níveis em mais de sete anos. Durante a manhã, o preço do barril de petróleo tipo Brent chegou a passar dos US$ 94, mas acabou recuando. Às 13h36, a cotação voltou a ficar na casa dos US$ 94 - US$ 94,72, alta de 0,28%,
"Com tanta tensão, está difícil segurar a pressão altista do petróleo. Alguns bancos já passam a rever os seus modelos, avaliando que, caso a questão entre Rússia e Ucrânia chegue às vias de fato (invasão), poderíamos ver um petróleo trabalhando entre US$120/barril a US$150/barril ainda neste ano", analisa Artur Borges, especialista em Renda Variável da Blue3.
Principais índices/bolsas de Nova York
- S&P 500: +0,19%
- Dow Jones: -0,08%
- Nasdaq 100: +0,82% (dados atualizados às 15h08)
Europa: bolsas fecham em baixa com queda de braço entre Rússia e Ucrânia
As bolsas europeias encerraram o pregão desta segunda-feira em queda, refletiundo as tensões geopolíticas entre os dois países. Nesta segunda-feira será a vez do primeiro-ministro alemão Olaf Scholz viajar a Kiev e na terça-feira, 15, à Moscou, para se reunir com Putin.
Um oficial alemão disse à Reuters que "não espera que a viagem gere uma resolução concreta, mas a diplomacia continua sendo importante".
A Rússia continua requerendo garantias dos EUA e da Otan de que a entrada da Ucrânia na organização seja bloqueada indefinidamente. Enquanto isso, o ministro da Defesa ucranianbo, em seu Twitter, escreveu que Kiev já conta com 1.500 toneladas de munição que foram entregues em 17 voos de "aliados".
Bolsas europeias/principais praças
- Stoxx 600 (Europa): -1,92% (460,58 pontos)
- FTSE 100 (Londres): -1,72% (7.529 pontos)
- DAX (Frankfurt): -2,03% (15.112 pontos)
- CAC 40 (Paris): -2,44% (6.840 pontos)
Bolsas asiáticas fecham em forte queda
Na Ásia, as principais praças financeiras fecharam em baixa nesta segunda-feira, também refletindo o problema entre Rússia e Ucrânia. Somente na Austrália, o pregão foi positivo, impulsionado pelas ações das empresas de petróleo. / com Tom Morooka e Agência Estado.
Fechamento/bolsas asiáticas
- Nikkei (Tóquio): -2,23% (27.079 pontos)
- Hang Seng (Hong Kong): -,141% (24.556 pontos)
- Kospi (Seul): -1,57% (2.704 pontos)
- Taiex (Taiwan): -1,71% (17.997 pontos)
- Xangai Composto (China continental): -0,98% (3.428 pontos)
- Shenzhen Composto (China continental): -0,43% (2.253 pontos)
- S&P/ASX 200 (Sydney): +0,37% (7.243 pontos)