Massa de salários em circulação na economia aumenta R$ 14,979 bilhões em um ano
Crescimento se deve à expansão da população ocupada
A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 14,979 bilhões no período de um ano, para R$ 260,699 bilhões, uma alta de 6,1% no trimestre encerrado em julho de 2022 ante o trimestre terminado em julho de 2021. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com o trimestre terminado em abril, a massa de renda real subiu 5,3%, com R$ 13,106 bilhões a mais.
"O crescimento tão forte no trimestre se deve ao crescimento no rendimento e à expansão da população ocupada. Esses fatores contribuem positivamente para a expansão da massa", justificou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma elevação real de 2,9% na comparação com o trimestre até abril, R$ 75 a mais, para R$ 2.693. A renda real não apresentava um crescimento estatisticamente significativo desde o trimestre terminado em julho de 2020.
O aumento no trimestre até julho deste ano foi puxado pela expansão do rendimento dos empregadores (6,1% ante o trimestre até abril, ou mais R$ 369), dos militares e funcionário público estatutário (3,8%, ou mais R$ 176) e dos trabalhadores por conta própria (3,0% ou mais R$ 63). Segundo o IBGE, os demais grupamentos não tiveram variação estatisticamente significativa, ou seja, oscilaram dentro da margem de erro.
Deflação também ajudou na recuperação dos salários
Adriana Beringuy reconhece que a deflação registrada em julho, puxada pelo corte de impostos sobre combustíveis e energia elétrica, também pode ter ajudado o desempenho melhor da renda média no trimestre. Ela lembra, porém, que a renda nominal também subiu.
Em relação ao trimestre encerrado em julho do ano passado, a renda média real caiu 2,9%, R$ 79 a menos.
"O peso da inflação acaba influenciando muito sobre a renda", disse Adriana Beringuy. "Nessa questão do anual, sobretudo, porque se eu tenho, em termos nominais, um avanço de 8%, mas quando se faz o ajuste pelo índice de preços, isso passa a ser uma queda de 2,9%", frisou.
A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 4,8% no trimestre terminado em julho ante o trimestre encerrado em abril.
Já na comparação com o trimestre terminado em julho de 2021, houve elevação de 8% na renda média nominal.