Malan diz ter expectativa de que governo Lula adote condução ‘responsável’; PEC pode ser apresentado hoje
Ex-ministro disse que é prematuro fazer uma avaliação da PEC de Transição
O ex-ministro da Fazenda Pedro Malan comentou nesta quarta-feira, 23, com jornalistas que tem expectativa de que o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adote uma condução "responsável" da economia, assim como se esperava no segundo turno das eleições presidenciais.
"Ficou muito claro que decidimos (Malan e outros economistas) votar no segundo turno (no então candidato Lula) na expectativa de uma condução responsável da economia. Essa é a minha expectativa", afirmou Malan aos profissionais da imprensa no 17º Seminário Internacional da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Siac).
Questionado sobre sua avaliação em relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, proposta pela equipe de transição do presidente eleito, Malan disse apenas que "está avançando" e que "é prematuro fazer avaliação".
Malan ainda afirmou que é preciso encontrar uma maneira de lidar com a inconsistência entre o Banco Central, "que está comprometido a fazer o que for necessário para a inflação voltar a níveis sustentáveis a curto prazo", e o governo, "sujeito a demandas naturais e legítimas".
Em fala no seminário, o ex-ministro ressaltou que as demandas enfrentadas pelo governo são resultado de carências sociais e mazelas do País, decorrentes da falta de investimento no passado na área de educação e formação de pessoas.
PEC pode ser apresentada hoje
O senador Wellington Dias (PT-PI) disse que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição pode ser apresentada ainda nesta quarta-feira, 23. "Há necessidade de entendimento entre Câmara e Senado. Eles ficaram de fazer uma nova reunião juntos. Espero que, de preferência, apresentem ainda hoje. Quanto mais cedo melhor. Há possibilidade de apresentar ainda hoje", afirmou Dias a jornalistas após a reunião com o conselho político ampliado da transição.
Segundo ele, novas agendas entre Câmara e Senado devem ser feitas ainda no início da tarde desta quarta-feira.
Dias afirmou que a proposta que está sendo discutida prevê R$ 175 bilhões para suprir Bolsa Família fora do teto de gastos.
O prazo discutido para apresentação da PEC, segundo ele, é de vigência por quatro anos. / Agência Estado