Letras de Câmbio: tem papel pagando até 114% do CDI; confira as condições
LCs têm garantia do Fundo Garantidor de Crédito e são tão seguras quanto o CDB
As Letras de Câmbio (LCs) ganham nesse momento um lugar de destaque na prateleira da renda fixa. A grande maioria desses papeis é prefixada, ou seja, o rendimento é combinado no momento da aplicação. Diante da perspectiva de queda na taxa básica de juros, hoje em 13,75%, a partir de 2023, investir em LC prefixada se torna ainda mais interessante, porque o investidor estará assegurando uma remuneração por um nível elevado de remuneração.
Em pesquisa feita pela Mais Retorno, há papeis pagando até 114% do CDI. Mesmo que a queda da Selic esteja prevista para daqui a alguns meses, o mercado já deve começar a precificar esse movimento dos juros nas aplicações de renda fixa. Em outras palavras, esse rendimento tende a começar a cair em prazo mais curto.
Confira LCs com retorno acima do CDI:
Emissor de papel | Rendimento anual | % CDI | % da poupança | Valor mínimo |
Sorocred Financeira | 11,20% | 114% | 38,54% | R$ 10.000 |
Sorocred Financeira | 11,10% | 113% | 37,36% | R$ 10.000 |
Agoracred Financeira | 11,00% | 112% | 36,12% | R$ 10.000 |
Caruana Financeira | 10,91% | 111% | 34,93% | R$ 10.000 |
Facta Financeira | 10,91% | 111% | 34,90% | R$ 10.000 |
Conheça mais sobre esses títulos
As Letras de Câmbio são emitidas por empresas de crédito, popularmente conhecidas como "financeiras". A segurança deste tipo de investimento está ligada à financeira que emite o papel, mas também conta com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). O FGC garante até o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por conjunto de depósitos e investimentos em cada instituição ou conglomerado financeiro. A garantia está limitada ao teto de R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos, para garantias pagas para cada CPF ou CNPJ
Esse ativo possui três classes de remuneração: pós-fixadas; prefixadas; e indexadas à inflação.
"No caso das pós-fixadas, a taxa de juros não compromete o preço do ativo porque ele acompanha essa variação. Já as prefixadas, se você tem um evento de redução de taxa de juros, isso beneficia a rentabilidade. No caso das LCs indexadas à inflação, quanto maior a deflação, pior para o investidor, porque o título dele rende menos. Os últimos três meses foram ruins para quem tinha LCs ligadas à inflação na carteira. O que se espera no próximo mês é que a gente volte a ter inflação e esses títulos devem voltar a ganhar rentabilidade"
Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed.
O especialista explica que a estratégia dos emissores é elevar a remuneração das LCs para compensar a taxa do Imposto de Renda e também o risco adicional do emissor deste título não ser um banco. Por esses motivos, a LC pode bater até 120% do rendimento do CDI.
"As LCs têm a mesma segurança que os CDBs, mas é outro nível de emissor. Nos CDBs, são emissões bancárias e a gente calcula o risco olhando para cada banco. No caso das LCs, é justamente a mesma dinâmica. Fora a garantia do FGC, temos que olhar para aquele emissor específico. Dentro deste mercado, existem financeiras melhor avaliadas, com balanço redondo, que têm melhor risco de crédito. E têm financeiras que possuem maior risco de crédito embutido, essas devem apresentar taxas maiores ao mercado para conseguir fazer a captação"
Rafael Sueishi, líder de renda fixa da Manchester Investimentos
Como funciona o investimento em LCs
As LCs costumam ter prazos entre 2 e 5 anos para o resgate do valor investido, com retirada apenas na data de vencimento. Outra característica desse ativo é que o valor mínimo de investimento geralmente é de R$ 10.000. Para realizar um resgate fora do prazo, é necessário negociar com a financeira, mas o investidor perde parte da rentabilidade acumulada no período e por esse motivo é mais vantajoso resgatar na data já especificada.
De acordo Rafael Sueishi, líder de renda fixa da Manchester Investimentos, para escolher em qual LC investir, é necessário reconhecer seu perfil como investidor e saber qual a relação risco retorno do emissor de crédito que está oferecendo a Letra de Câmbio. Segundo Sueishi, retornos mais atrativos exigem uma atenção ao risco, que também se torna maior.
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