Ken Griffin, da Citadel, bate recorde com lucro de US$ 16 bi em 2022
Resultado é o maior da história e supera recorde anterior, que pertencia a John Paulson, gestor que em 2007 adiantou a crise do subprime ao apostar contra as hipotecas americanas
A Citadel, do lendário investidor Ken Griffin, gerou um lucro recorde de US$ 16 bilhões para os seus clientes no ano passado, superando o resto do setor e ofuscando uma das jogadas financeiras mais bem-sucedidas da história do mercado financeiro dos Estados Unidos.
Para se ter uma ideia do que representa o resultado, os 20 maiores fundos de hedge americanos geraram coletivamente US$ 22,4 bilhões em lucros após taxas, de acordo com estimativas da LCH Investments.
O ganho da Citadel foi o maior retorno anual para um gestor de fundos de hedge, que equivalente aos fundos de multimercado aqui no Brasil.
Com isso, Ken Griffin, investidor qwue começou a negociar ações em 1987 de seu dormitório em Havard, supera os US$ 15 bilhões que John Paulson gerou em 2007, com sua aposta contra as hipotecas americanas, crise posteriormente batizada de subprime.
Isso foi descrito como o “maior trade de todos os tempos” em um livro subsequente de mesmo nome de Gregory Zuckerman.
O desempenho da Citadel não foi sobre uma negociação. Seu principal fundo de hedge ganhou 38% no ano passado negociando tudo, desde ações a commodities, segundo informações da Bloomberg.
A empresa ganhou dinheiro em cada uma de suas cinco estratégias principais, que também incluem renda fixa e macro, análise quantitativa e crédito. A Citadel retornou cerca de US$ 8,5 bilhões em lucros aos investidores no final do ano passado.
Mas é uma história diferente fora dos gigantes do setor, com fundos de hedge perdendo US$ 208 bilhões no ano passado, já que muitos gerentes se viram do lado errado da turbulência do mercado global.
A LCH estimou um retorno de 3,4% nos 20 principais gestores - enquanto o restante dos fundos estudados sofreu perdas de 8,2%.
Enquanto os mercados de ações em queda afetaram o desempenho de muitos fundos focados em ações, muitos dos maiores fundos macro se beneficiaram de apostas em taxas de juros crescentes e moedas voláteis. E os principais fundos de hedge que têm dezenas de equipes de negociação em ativos mostraram o lado positivo dessa diversificação.
“Os maiores ganhos foram mais uma vez obtidos pelos grandes fundos de hedge multiestratégia como Citadel, DE Shaw e Millennium”, disse o presidente da LCH, Rick Sopher, em comunicado. “Os fortes ganhos que eles geraram nos últimos anos refletem seu crescente domínio em estratégias que não dependem do aumento dos preços dos ativos e seu tamanho substancial.”
A classificação anual da LCH é apenas uma maneira de observar o desempenho dos fundos de hedge, onde os gerentes são normalmente medidos por seus ganhos gerais desde o início. A classificação, que foi publicada pela primeira vez em 2010, pode excluir fundos de hedge mais novos ou menores que tiveram desempenho superior em termos percentuais.
As descobertas também refletem a crescente influência das empresas de fundos de hedge multiestratégia, que estão prestes a assumir o controle de fundos focados em ações para se tornar a estratégia dominante no setor. Seus ativos crescentes e taxas mais altas estão ajudando-os a vencer uma batalha cara para contratar e reter os melhores traders.
A LCH estimou que o setor produziu ganhos superiores a US$ 1,4 trilhão para clientes desde o início. Os 20 principais gerentes, que supervisionavam quase 19% dos ativos do setor, produziram US$ 692 bilhões desse lucro, ou 49% do total.
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