Mercado Financeiro

Investimentos com destino internacional para a diversificação, simples assim

Para decolar, os investimentos precisam de diversificação e a internacionalização pode ser sua aliada

Data de publicação:26/11/2021 às 05:00 - Atualizado 2 anos atrás
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Há alguns anos, diria que investir no exterior era uma prática quase que restrita a pessoas de alto poder aquisitivo ou grandes organizações. Seja pelo acesso à informação, seja pela dificuldade de acesso a estes mercados.

Hoje acredito que isso tenha mudado. Mais recentemente estamos experimentando um movimento educacional mais forte relacionado a finanças pessoais, hábitos de poupança e investimentos. Essa onda veio acompanhada de uma resposta de bancos e plataformas para atender as várias demandas para oferecer novos produtos ou torná-los mais acessíveis.

Foto: Jeff Belmonte

Na parcela de investimentos internacionais não foi diferente, mais soluções surgiram e impactaram não só segmentos de grandes empresas, fundações, como a oferta para pessoas físicas de todo os tipos de renda.

As alternativas são variadas e vêm se tornando cada vez mais simples, desde fundos que replicam índices internacionais até o meio mais tradicional de abrir conta em uma conta no exterior.

Historicamente o brasileiro tem uma parte baixa da sua carteira alocada em ativos internacionais, quando comparada a investidores de outras nacionalidades.

Um estudo de Home Bias da FTSE Russell evidenciou que os fundos de pensão no Brasil têm uma alocação média de 97% de sua exposição em investimentos domésticos, contra 3% de exposição internacional. Em contraste com esse número, o mercado acionário brasileiro representa uma fatia de menos de 1% do mundo

Vale uma comparação com esse mesmo público nos EUA, que tem acesso direto ao maior mercado acionário do mundo. Os fundos de pensão americanos também preferem as ações americanas, mas já tem uma alocação de 57% em empresas negociadas fora dos EUA. É bem verdade que muitas ações de empresas globais são negociadas em solo americano, o que deixa o contraste com o perfil da carteira do brasileiro muito mais evidente.

Mas, afinal, por que ter investimentos no exterior?

Diversificação! Tão simples (e complexo rs) quanto isso!

O conceito é simples: investir em diferentes mercados significa estar exposto a diferentes ambientes de negócios, governos, indústrias etc. Tais condições aumentam a chance de uma baixa correlação entre seus investimentos, fator que ajuda a reduzir o risco não diversificável dos portfólios. 

A complexidade mora na escolha e na proporção dos ativos para construir uma carteira com “perfect matches”.

É bem verdade que o mercado vem evoluindo e que os investidores já entenderam que para diversificação, o investimento no exterior é fundamental. Aos poucos o brasileiro vai ganhando o mundo e acrescentando sofisticação à sua carteira.

Uma importante evidência dessa evolução é o claro aumento na quantidade de conteúdo sobre o tema, o esforço para simplificação do “economês” e as crescentes opções de acessar esse mercado.

Quanto mais aprendemos sobre essa trajetória, mais entendemos que a caminhada é longa e cheia de desafios. O importante é se manter em evolução.

Aqui cada um tem seu papel: o investidor precisa se informar cada vez mais e provocar serviços cada vez melhores. Por outro lado, o mercado tem que buscar oferecer informação, instrumentos e simplicidade. Juntos vamos longe. Vou fazer minha parte aqui dividindo com vocês informações que me ensinam cada dia um pouco mais sobre o universo de investimentos.

Sobre o autor
Caíque CardosoBaiano, formado em Gestão de Comércio Internacional na UNICAMP e entusiasta em investimentos Beta. Caíque tem mais de 5 anos de experiência no mercado financeiro e atua como especialista de mais de 60 estratégias de fundos indexados e ETFs.