Com alta de 1,16% em setembro, inflação em 12 meses ultrapassa os 10% pelo primeira vez em cinco anos
Os grupos Habitação, Transportes e Alimentos e bebidas contribuíram com cerca de 86% do resultado do mês, segundo o instituto
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que mede a inflação do País, subiu 1,16% em setembro, alta de 0,29% sobre a taxa de 0,87% registrada em agosto. Em 12 meses, o índice acumula alta de 10,25%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 8.
No acumulado em 12 meses, a taxa de inflação é a maior em cinco anos, desde fevereiro de 2016, quando ficou em 10,36%.
O número veio levemente abaixo das expectativas do mercado, que apostavam em um avanço no mês de 1,27% e de 10,37% em 12 meses. Segundo o instituto, essa foi a maior variação para um mês de setembro desde 1994, quando o índice contabilizou 1,53%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em setembro, de acordo com o IBGE. O impacto mais relevante (0,41 p.p.) e a maior variação (2,56%) vieram do grupo Habitação, que acelerou em relação a agosto (0,68%).
Na sequência, as maiores influências foram de Transportes (1,82%) e Alimentação e Bebidas (1,02%), cujos reflexos totalizaram 0,38 p.p. e 0,21 p.p. respectivamente. Em conjunto, os três grupos contribuíram com cerca de 86% do resultado de setembro (1% do total de 1,16 p.p)
Habitação: energia elétrica
O resultado do grupo Habitação (2,56%) foi influenciado principalmente pela alta da energia elétrica (6,47%). Em setembro, passou a valer a bandeira Escassez Hídrica, que passou a acrescentar R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Ainda em Habitação, destaca-se a variação positiva da taxa de água e esgoto (0,37%)
Transportes: combustíveis
No grupo dos Transportes, de acordo com a análise do IBGE, a maior contribuição veio dos combustíveis (0,18 p.p.) que subiram 2,43%, influenciados pelas altas da gasolina (2,32%) e do etanol (3,79%). Além disso, o gás veicular (0,68%) e o óleo diesel (0,67%) também apresentaram variação positiva.
Alimentos e bebidas
No grupo Alimentação e bebidas (1,02%), que registrou variação menor do que a contabilizada em agosto (139%), a alimentação no domicílio apresentou maior peso no índice – 1,19%.
No lado das altas, destacam-se as frutas (5,39%), que contribuíram com 0,05 p.p. no índice de setembro, do café moído (5,50%), do frango inteiro (4,50%) e do frango em pedaços (4,42%). A alimentação fora do domicílio também desacelerou, passando de 0,76% em agosto para 0,59% em setembro.
Alta em todas as regiões
Conforme dados do levantamento do instituto, todas as áreas pesquisadas apresentaram alta em setembro. O maior índice foi registrado no município de Rio Branco (1,56%), influenciado pela elevação nos preços da energia elétrica (6,09%) e do automóvel novo (3,57%). Já o menor resultado ocorreu em Brasília (0,79%), por conta da queda nos preços da gasolina (-0,81%) e do seguro de veículo (-3,36%).
Consumidor
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de setembro subiu 1,20%, 0,32 p.p. acima do resultado de agosto (0,88%).
Esse foi o maior número obtido para um mês de setembro desde 1994, quando o índice foi de 1,40%. O acumulado no ano foi de 7,21% e, em 12 meses, de 10,78%, acima dos 10,42% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2020, a taxa foi de 0,87%.